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EPISÓDIO # 02 - ARREPENDIMENTO

  • Foto do escritor: Carlos A. Biella
    Carlos A. Biella
  • 6 de jun. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de jul. de 2023


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Arrependimento.


É... eu devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer...

E você, se arrepende de alguma coisa... então vem comigo, que hoje falarei sobre arrependimento.

Sejam todos muito bem-vindos e aproveitem...

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Saudações a todos Este é o podcast Espírita, Mundo Espiritual, criado para difundir a mensagem espírita no ambiente virtual da internet. Eu sou Carlos Biella e falo diretamente da cidade de Jataí, em Goiás. Você pode ouvir, baixar o podcast ou o conteúdo do episódio ou entrar em contato conosco, através do blog https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/. Estamos também no Spotify e no Deezer. Procure por Mundo Espiritual na sessão de podcasts. Caso queira, você também nos encontra no Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCvE-E-zthITBCsrNNJa0ytw) Ouça o áudio, leia o texto, curta, opine, compartilhe... Esse é o podcast mundo espiritual! E eu vou iniciar o episódio de hoje, fazendo uma volta ao passado. Vou me basear no Evangelho de Mateus para regular minha máquina do tempo e voltar até a época de Jesus, um pouco antes dele ser aprisionado. E você vem comigo? Então, apertem os cintos e vamos nessa! Bom... chegamos... aqui estamos... bem na época da Páscoa. Vejam! Ali estão todos os discípulos, juntamente com Jesus. Estão todos reunidos em torno de uma mesa. Jesus está falando e dizendo: - Um de vós, que aqui está comendo comigo, me entregará. Choque geral! Estupefação! Todos os discípulos, assustados, começam a dizer: - Serei eu, Mestre? E Jesus segue dizendo: aquele que põe comigo a mão no prato, esse me há de trair. Então, Judas que estava ali, no cantinho da mesa, disse: Porventura sou eu, Rabi? E Jesus respondeu: Tu o disseste. A reunião continua, segue-se a passagem em que Jesus parte o pão e o entrega aos discípulos e também um cálice de vinho que entre todos é compartilhado. Logo após, dirigem-se ao Monte das Oliveiras, onde Jesus então diz: - Todos irão se escandalizar (ficarão chocados), porque está escrito: Ferirei o pastor e as ovelhas serão dispersadas. Olhem ali, vejam! Pedro se levanta e diz: - Mesmo se todos se escandalizarem, eu, porém, não. Jesus, com toda sua ternura responde à Pedro: - Assim te digo que hoje, nesta noite, antes de cantar o galo duas vezes, três vezes tu me negarás. Então Pedro, tristonho, lhe diz com veemência: - Ainda que seja necessário morrer contigo, não te negarei... Mais tarde, naquela mesma noite, estando Jesus após ser preso, diante do Sinédrio, na residência do sumo sacerdote, encontramos Pedro vagando pelas dependências da casa, quando uma das criadas ao vê-lo, diz: - Tu estavas com o nazareno! Pedro nega dizendo que nem o conhece, nem mesmo entende o que Ele diz e sai apresado. Nisso um galo canta ao longe. Mas, novamente a criada o vê e diz: Este é um deles! Pedro nega novamente. Aparecem algumas pessoas que ali se encontravam e ao olhar para Pedro, dizem: Verdadeiramente, tu és um deles, pois tu também és galileu! Pedro, então, começa a amaldiçoar e a jurar: eu não conheço este homem de que falam. E logo, ouve-se um galo cantar pela segunda vez... Pedro então se lembra das palavras de Jesus, que lhe havia dito que antes que o galo cantasse duas vezes, três vezes ele, Pedro, o negaria. Pedro, então, cai em si, arrepende-se e chora profundamente... Pois é meus amigos, o arrependimento é esse peso que cai sobre nós em muitas circunstâncias. Pois bem, Deus cria os espíritos simples e ignorantes Simples no sentido de, ao ser criado, o espírito encontrar-se sem dúvidas ou questionamentos, sem preocupações, sem indagações íntimas de qualquer espécie. Ignorantes ou seja, sem nenhum conhecimento, sem sabermos e sem nos questionarmos sobre quem éramos, o que estávamos fazendo ali, para onde iríamos depois. Milênios se passaram até que conseguíssemos descobrir algo dentro de nós a que chamamos “consciência”. Mesmo depois de termos percebido a consciência, muitos séculos foram precisos para amadurecê-la. Esse amadurecimento não quer dizer, de forma alguma, que já sabemos ouvir e obedecer a consciência. Estamos na fase de esforço para isso. Por enquanto a maioria das pessoas percebe a consciência apenas como geradora da dor da culpa. O sentimento de culpa atinge quase todos. Muitos sofrem com suas culpas, às vezes originadas de situações graves, às vezes surgidas a partir de coisas aparentemente banais. Mas muitos se culpam por muitas coisas, e a culpa os paralisa. É da consciência que nasce a culpa, mas não é essa a função da consciência. Ao percebermos que cometemos um erro, devíamos passar diretamente para o estágio do arrependimento. O arrependimento seria a necessidade íntima de desfazer o que foi feito, de tentar consertar, remendar, reajustar, ou, se isso não for mais possível, pelo menos compensar de alguma forma. Mas às vezes a consciência estaciona no sentimento de culpa e esse sentimento de culpa é o colapso da própria consciência. A consciência culpada esgota, num período de tempo mais ou menos longo, as possibilidades de reação, de achar uma saída para o estado de autoacusação depressiva. Ou seja, o arrependimento é a dor sentida pela dor causada. Por isso o arrependido desenvolve o firme propósito de não repetir o erro, de reparar o dano causado ou de compensar o erro com acertos. O espírito arrependido está em processo de autocura. Sabe da gravidade do seu erro, sabe que não deve repeti-lo e sabe que deve caminhar na direção contrária à que gerou o erro. É o arrependimento que nos leva a nos comprometermos com o reajuste em relação a outros espíritos. É o arrependimento que norteia os rumos parcialmente traçados antes de nosso reencarne. Podemos ver na questão 990 de O Livro dos Espíritos, o questionamento de Kardec pergunta se o arrependimento se dá no estado corporal ou no estado espiritual, ao que recebe como resposta que ele ocorre “no estado espiritual; mas, também pode ocorrer no estado corporal, quando bem compreendeis a diferença entre o bem e o mal”. Desta forma, o arrependimento, então, já é uma característica de evolução do espírito, que temos que buscar constantemente, um dia após o outro. Vão aqui, alguns passos para buscarmos melhorar nosso relacionamento conosco mesmo e, assim, buscar a paz: Busque alinhar-se com o Cristo interno, ou seja, busque ouvir a voz da razão. Reconheça seu próprio erro: aqui está o arrependimento. Busque responsabilizar-se: eis aqui a expiação. Busque, agora, corrigir o erro e acontecerá a reparação. Celebre a vitória do auto perdão, pois você encontrou a paz! Assim, a cada dia, podemos melhorar um pouco, deixando as mazelas de lado e buscando sermos um pouco melhor. Assim mesmo, um dia após o outro... Seguindo em frente... Quando no Plano Espiritual, se possuirmos algum equilíbrio, seremos levados a refletir sobre as atividades desenvolvidas durante nossa encarnação. Se praticamos o mal – e temos consciência disso – o arrependimento e o remorso irão nos atormentar. Porém, só remorso e arrependimento não pagam as dívidas. Somente pagamos nossas dívidas quando reconstruímos o que destruímos, quando unimos o que desunimos. Por exemplo: dois ladrões se arrependem após praticarem um roubo, mas somente um deles resolve devolver o dinheiro. Este pagou a dívida. É por isso reencarnamos! O erro leva ao remorso, que leva ao arrependimento, que faz com que paguemos nossa dívida e, com isso, nos leva à evolução espiritual. Arrependimento é uma reação emocional que temos em relação a algo feito a alguém no passado. Assim, podemos imaginar dois tempos: o passado, onde fiz algum dano e o presente, que começa a me incomodar pelo dano causado. Para que eu possa me sentir um pouco mais apaziguado com minha consciência, lanço mão de um primeiro sentimento – o remorso: quem nunca pensou assim: Eu mereço ficar triste! Eu mereço sofrer! E, com isso, criamos punições pessoais e esperamos que os outros se apiedem de nós, nos consolem. Ficamos com a sensação de que, se fizermos tudo de novo, seremos novamente consolados. A maioria da humanidade, durante muito tempo, acostumou-se a um tipo de arrependimento que era proporcionado por um ser externo. Nos dirigíamos a alguém, dizíamos o que tínhamos feito e este alguém nos orientava a rezarmos tais coisas, a fazermos tais coisas, que estaria tudo resolvido. Assim, nos acostumamos a esta confissão simples, para que as coisas ficassem resolvidas, até que precisássemos novamente nos confessar sobre outros feitos. Estaríamos, assim, perdoados de tudo o que tivéssemos feito. Lembrando que remorso é diferente de arrependimento. Remorso é o sentimento de culpa. Arrependimento é assumirmos a culpa pelo que fizemos. Jesus convidou o publicano Levi (também conhecido por Mateus) para segui-lo e, em certa ocasião, em sua casa, Levi estava recebendo uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa. Alguns escribas e fariseus que também estavam presentes, murmuravam contra os discípulos de Jesus, dizendo: por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores? E Jesus lhes respondeu: " Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos – e seguiu dizendo – Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento". Essa passagem está no capítulo 5 do Evangelho de Lucas. Ainda dentro do que Lucas relatou nesse capítulo 5 de seu Evangelho, Jesus disse: “Eu digo que, da mesma forma, há alegria na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende". Jovens espancaram uma doméstica no Rio de Janeiro, em 2007. Um dos pais disse: meu filho achava que era uma prostituta! Portanto, não deveria sentir nem mesmo remorso. Lembrar da lição da mulher adúltera que iria ser apedrejada. Jovens queimaram índio em Brasília, em 1997. Um dos pais disse: mas, eles pensaram que era um mendigo! Queimar mendigo pode, índio não. Queremos amenizar o sentimento, isso é o remorso. Deus, por acaso, espera de nós, somente esta representação social de que nos arrependemos? O que chamamos de remorso? Não, é muito mais que isso. O arrependimento é um desejo sincero de mudar o comportamento Se o remorso é fruto de uma descoberta externa, o arrependimento seria fruto de algo detectado internamente. Não preciso que ninguém perceba que eu errei. Eu que tomo consciência de que fiz algo equivocado e passo a exigir de mim mesmo uma mudança de atitude. Assim, ao tomarmos consciência de nossos erros, de nossas falhas e buscarmos corrigir isso, teremos a certeza de que nossa encarnação realmente valeu a pena... Devemos nos lembrar que a Espiritualidade Superior nos mostra que as leis divinas se encontram na nossa consciência, conforme consta como resposta à questão 621 de O Livro dos Espíritos, pois, caso essas Leis Divinas estivessem escritas por exemplo em um livro, seria muito fácil de serem manipuladas. Quando realmente nos arrependemos, não será porque fomos flagrados pela sociedade, mas sim pelo nosso Eu interior. Quando assim agimos, estaremos dando um passo adiante em nossa evolução. Deixaremos de sentir remorso e passaremos a nos arrepender. Deixaremos de ter o desejo de não mais fazer aquela ação. Não existe, no meio externo da mente humana, nenhum evento capaz de desencadear a autodestruição, a não ser a forma como eu enxergo o mundo. Arrependimento seria a dor que eu sinto, pela dor que eu causei. Mas, somente poderei sentir essa dor se tiver consciência de que causei a dor do outro. Arrependimento não é lamentar o defeito dos outros. Passagem do Evangelho de Lucas (18:10-14). Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado. Tentativa de colocar no outro um erro maior que o meu, numa tentativa de negar seus próprios defeitos. Arrependimento não é tentar se punir para se sentir melhor. Arrependimento não é um ato compensatório. Remorso: Do lat. remorsus, particípio passado de remordere, tornar a morder, significa inquietação, abatimento da consciência que percebe ter cometido uma falta, um erro. Arrependimento: Do lat. repoenitere, sentimento de pesar causado por violação de uma lei ou de uma conduta moral: resulta na livre aceitação do castigo e na disposição de evitar futuras violações. De acordo com a tradução do grego, arrependimento vem da palavra metanoeo, que significa “mudar a mente” ou arrepender-se. Ah, eu devia ter, realmente, amado mais Mas, antes de encerrarmos o episódio, trago aqui uma fala do grande expositor espírita, Divaldo Pereira Franco, falando sobre arrependimento em 2015, em um vídeo que encontrei no Youtube. Bem, caros amigos, vamos chegando ao final do episódio de hoje, lembrando que você pode ouvir, baixar o podcast ou ler o conteúdo do episódio ou ainda entrar em contato conosco, através do blog https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/. Estamos também no Spotify e no Deezer. Procure por Mundo Espiritual na sessão de podcasts. Caso queira, também estamos no Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCvE-E-zthITBCsrNNJa0ytw) Ouça o áudio, leia o texto, curta, opine, compartilhe... Esse é o podcast mundo espiritual! E deixo aqui, um lembrete para você. Sim, você mesmo. Você aí que está me ouvindo, quando você se sentir mal, cheio de problemas, sentindo-se culpado... lembre-se que você está evoluindo! Assim, somos capazes de perceber que ainda não estamos prontos. Mas, não somos uma obra imperfeita, somos uma obra perfeita em construção. Caímos para aprender a levantar. Erramos para aprender a acertar. Nos arrependemos para aprender a evoluir. Que tenhamos consciência de nossos atos. Que nos arrependamos sinceramente de nossos erros. Que escutemos nosso galo cantar. Um grande abraço a todos e que Deus possa manter sua luz sobre todos nós. Até o nosso próximo episódio.


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