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EPISÓDIO # 10 - ANALISANDO A MÚSICA PAIS E FILHOS, DO LEGIÃO URBANA

  • Foto do escritor: Carlos A. Biella
    Carlos A. Biella
  • 23 de set. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de jul. de 2023


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Analisando a música Pais e Filhos, do Legião Urbana.


Setembro amarelo, o mês destinado à prevenção ao suicídio.

Este é um episódio especial, que fala sobre o suicídio, mas analisando uma música.

Sejam todos muito bem vindos e aproveitem.

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Saudações a todos Este é um episódio especial do podcast espírita Mundo Espiritual, um podcast criado para difundir a mensagem espírita através da internet. A produção, edição e a apresentação são minhas, Carlos Biella e falo da cidade de Jataí, aqui em Goiás. Você pode ouvir, baixar o podcast ou o conteúdo do episódio ou ainda entrar em contato conosco, através dos endereços que estão na transcrição deste episódio https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/. Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual) e no Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCvE-E-zthITBCsrNNJa0ytw. Caso queira, você pode nos encontrar no Spotify, Deezer, Google Podcast e também no iTunes, basta procurar por Mundo Espiritual na sessão de podcast. Ouça o áudio, leia o texto, curta, opine, comente, compartilhe...este é o Podcast Mundo Espiritual É uma sensação insuportável, intolerável e interminável. São essas as sensações de sofrimento, vivenciadas, por um suicida. A decisão de dar fim a própria vida é um processo, muitas vezes longo e solitário. Só no Brasil, são cerca de 12 mil suicídios por ano e mais de 1 milhão em todo o mundo, no entanto, cerca de 90% dos casos têm causa diagnosticável e é tratável, no entanto, muitos de nós, convivemos com pessoas com tendências suicidas e não conseguimos perceber. A música Pais e Filhos, do grupo Legião Urbana, que faz parte do álbum As Quatro Estações, lançado em 1989, foi composta por Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Russo. Trata-se de uma composição doce e, até certo ponto, melancólica, apresentando uma letra em que, se não prestarmos atenção, parece que os versos não apresentam nenhuma conexão entre si. No entanto, a música retrata um drama, infelizmente mais comum do que imaginamos. É uma das músicas mais conhecidas da banda e sempre pedida pelos fãs durante os shows. Mas, para começar a entender essa música, vamos entrar em nossa máquina do tempo e voltarmos para o ano de 1994. Bem, aqui estamos, com a televisão ligada no Programa Livre, transmitido pelo SBT e apresentado, nessa época, por Serginho Groisman. O Legião Urbana está se apresentando no programa e a plateia está pedindo para que eles toquem a música Pais e Filhos. Vamos ouvir, então, o próprio Renato Russo, vocalista do Legião Urbana, fazendo um verdadeiro desabafo. Pois é, quantas pessoas não conseguem, por mais sucesso que tenham, conviver com as pressões da vida. Quantos já cantaram e cantam esse canção sem se dar conta de sua verdadeira mensagem. Talvez seja pelo fato desta composição se apresentar tão doce e nostálgica, a tal ponto que acaba por esconder o real peso de sua letra. Na realidade, essa música gira em torno de uma tragédia, traduzida em música por Renato Russo e o Legião Urbana, e traz algumas mensagens bem explícitas, como a frase “Ela se jogou da janela do quinto andar”, que quer dizer exatamente isso mesmo. Para quem nunca havia percebido, a música Pais e Filhos aborda a temática do suicídio, falando de relacionamentos conflituosos e do comportamento dos pais e, por que não, dos filhos. A música é famosa, especialmente pela frase “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã” e traz vários temas e questionamentos que surgem da relação entre pais e filhos. Ao analisarmos com um pouco mais de atenção, podemos ver que a música passeia entre as fases de desenvolvimento de uma personagem, com situações que remetem à infância e à adolescência e, neste passeio, a relação entre pais e filhos vai sendo construída e destruída ao mesmo tempo. Ela vai do “quero colo” ao “vou fugir de casa”. É interessante perceber que, mesmo de maneira sutil, a música mostra a evolução dessa relação e mostra, também, as mudanças que surgem durante o processo de crescimento dos filhos. A música traz, também, uma grande lição, que muitos não conseguem entender, a finitude das coisas, ou seja, nada é para sempre, nem mesmo a relação entre pais e filhos. Assim, a música pode nos mostrar que o amanhã não será igual ao hoje e que devemos, realmente, amar as pessoas com se o amanhã não fosse ocorrer. Vivamos o hoje, vivamos essa relação entre pais e filhos, pois, momentos, oportunidades, situações não mais se apresentarão da mesma maneira, ou nem mesmo não mais surgirão oportunidades ou momentos como estes. Estátuas e cofres e paredes pintadas Ninguém sabe o que aconteceu Ela se jogou da janela do quinto andar Nada é fácil de entender A música começa contando a história, como alguns escritores costumam fazer, pelo final, já mostrando que uma pessoa, do sexo feminino, havia se jogado da janela, mostrando o ambiente onde ela estava antes de se jogar: estátuas e cofres e paredes pintadas. Para alguns, essa cena pode demonstrar que a pessoa deveria ter uma boa condição financeira, pois fala em estátuas e cofres. Isso também pode estar demonstrando um certo materialismo. Muitas vezes, o suicídio é um ato que aqueles que convivem com quem se matou, não conseguem entender. Talvez ela pudesse estar passando por algum drama pessoal, sem que os que conviviam com ela, percebessem, pois, ninguém sabe o que aconteceu e ninguém entende a razão de tal ato, nada é fácil de entender. Dorme agora É só o vento lá fora Esta é uma fala comum de pais para com seus filhos que estão com medo, quando dizem, para acalmar seus filhos, que eles podem dormir tranquilos, pois é só o vento lá fora, fazendo barulho, muito comum em noites de medo, de medo do escuro, dos barulhos diferentes que surgem, das paranoias, dos sofrimentos... Quero colo! Vou fugir de casa Posso dormir aqui com vocês? Estou com medo, tive um pesadelo Só vou voltar depois das três Quando os filhos são crianças, é muito comum eles correrem para os pais em busca de abrigo, e muitas vezes, quando são contrariados, ameaçam fugir de casa. A proteção que buscam nos pais fica evidenciada quando perguntam se podem dormir com eles, pois tiveram um pesadelo e estão com medo. Nesta fase, os pais são o farol de proteção, a fonte de amor e tranquilidade, onde podem correr quando estão amedrontados. No entanto, esta dubiedade entre o quero colo e o vou fugir de casa, pode já indicar algum conflito na relação entre pais e filhos. O tempo passa e na adolescência a rebeldia começa a aflorar e a busca pela liberdade dos jovens começa a falar mais alto. O jovem quer se mostrar independente, somente avisando aos pais que voltará, mas não determina um horário específico. Meu filho vai ter nome de santo Quero o nome mais bonito É fácil perceber que, os pais sonham em dar o que for de melhor para seus filhos e que esperam deles que se saiam bem em sua vida. É preciso amar as pessoas Como se não houvesse amanhã Porque se você parar pra pensar Na verdade não há Agora vem um convite para que possamos amar, como se o amanhã não viesse, ou seja, que vivamos o presente, já que o amanhã é uma incógnita. Todos nós passamos por essas fases, da infância para a adolescência, depois para a fase adulta e posteriormente para a velhice. As mudanças são constantes e durante estas fases, a relação entre pais e filhos também vai sendo modificada. Na infância, os pais são, na maioria das vezes, como heróis, o centro do universo dos filhos. Quando adolescentes, uma visão mais crítica acaba por levar os jovens a se afastarem dos pais e somente na fase adulta é que muitos entenderão como agiam seus pais, principalmente quando eles, os filhos, agora passarem a ser pais. Assim, independente do que ocorrer, os pais devem amar seus filhos e os filhos, devem amar seus pais. Independente de conflitos, incompreensões, críticas, cobranças, o amor deve sobressair. A relação entre pais e filhos deve ser embasada no amor e na compreensão entre ambos. Nada dura para sempre numa relação, nem as alegrias, nem as tristezas. Nossa vida é como uma montanha-russa, cheia de altos e baixos. Por isso, amar como se não houvesse amanhã. Porém, a música pode estar indicando um conselho dos pais para seus filhos: É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã. Somos todos espíritos que, por algum motivo, estamos ligados por laços familiares. É importante lembrar, aqui, do capítulo XIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, no item Parentesco Corporal e Parentesco Espiritual. Os laços sanguíneos não estabelecem necessariamente os laços entre os Espíritos, uma vez que não são os pais que criam o Espírito de seus filhos, eles apenas contribuem, organicamente, para que este Espírito possa ter um corpo para exercer seu papel na vida material. Mas, os pais devem ajudar no desenvolvimento de seus filhos, tanto moral quanto intelectual, ajudando a este Espírito que aceitou a receber como seu filho, a progredir. Me diz, por que que o céu é azul? Explica a grande fúria do mundo Surgem os questionamentos comuns da infância, aqui relatados. Questionamentos que podem acompanhar os filhos e fazer com que eles busquem por respostas ao longo de sua vida. São meus filhos Que tomam conta de mim Eu moro com a minha mãe Mas meu pai vem me visitar Eu moro na rua, não tenho ninguém Eu moro em qualquer lugar Já morei em tanta casa Que nem me lembro mais Eu moro com os meus pais Quantas condições de relação são colocadas nesta parte da música. Pais que passam a ser cuidados pelos filhos, quando a velhice chega: São meus filhos Que tomam conta de mim. Pais separados, uma condição que muitos filhos não conseguem absorver, também é demonstrada nessa música: Eu moro com a minha mãe Mas meu pai vem me visitar. O abandono também fica claro, com muitos filhos não sabendo quem são seus pais, indo morar em diversas casas e filhos que ainda moram com os pais. Podemos entender isso de muitas maneira, como famílias que vivem se mudando, devido ao tipo de trabalho dos pais, famílias que se desestruturam por diversas razões e os filhos vão parar em outros lares, filhos que são adotados por uma família e não conseguem se relacionar, sendo enviados para uma outra família: Eu moro na rua, não tenho ninguém. Eu moro em qualquer lugar. Já morei em tanta casa Que nem me lembro mais. Eu moro com os meus pais. É preciso amar as pessoas Como se não houvesse amanhã Porque se você parar pra pensar Na verdade não há Sou uma gota d’água Sou um grão de areia Você me diz que seus pais não te entendem Mas você não entende seus pais Muitos de nós, quando percebemos que somos apenas um entre bilhões de pessoas, quando percebemos nossa insignificância, acabamos por não entender e nos sentimos incapazes de solucionar vários dilemas que nos surgem durante nossa vida. Muitos não conseguem aceitar que agora, quando deixam de ser crianças, não são mais o centro das atenções e, como os jovens ainda não tem plenamente desenvolvida sua personalidade, muitos, nessa fase da vida, ao não se sentirem compreendidos pelo “mundo”, quando estão na fase do “ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de meu amor”, acabam por entrar em profundos casos de depressão. Quando os dilemas surgem, quando os conflitos afloram, os relacionamentos tornam-se turbulentos, gerando muita insegurança para todos. Muitos devem escutar, principalmente os jovens, o que a letra da música indica nesta parte: Você me diz que seus pais não te entendem. Mas você não entende seus pais. Aqui temos uma demonstração do sentimento de incompreensão que muitos jovens vivenciam e, caso não tenham uma estrutura emocional suficientemente amadurecida, acabam por sucumbir à depressão e suas consequências. Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo São crianças como você O que você vai ser Quando você crescer É muito comum os jovens culparem os pais por seus fracassos, e a letra da música indica que isto não é correto. Os pais tendem a fazer o que acreditam ser melhor para seus filhos, no entanto, eles também não sabem tudo. Os pais também têm seus dilemas, seus conflitos, suas dúvidas. Os pais também erram, mesmo quando buscam acertar: são crianças, como você. O importante é que a letra nos mostra que o ciclo da vida se mantém, com os filhos se tornando pais, e, muitas vezes, repetindo os mesmos procedimentos que tanto criticavam com relação à seus pais: O que você vai ser Quando você crescer. Alguns entendem que essa parte da música traz uma indagação quanto ao futuro dos filhos, algo que muitos pais questionam: O que você vai ser Quando você crescer. Como será seu futuro, o que você fará da sua vida? São tantas indagações e, por que não, tantas cobranças que muitos pais fazem, que seus filhos não conseguem assimilar e acabam por adoecer. Assim, aquela criança que queria colo por ter seus medos, que buscava dormir com seus pais, pedindo proteção, pode se encontrar perdida com relação ao mundo em que vive, sentindo-se um grão de areia e vendo seus medos aflorarem diante de sua vida. Some-se a isso o sentimento de não ser compreendido e teremos uma situação de não pertencimento, de uma dor insuportável, que provavelmente não terá fim e o melhor seria buscar um fim para isso, saindo da vida, jogando-se da janela da quinto andar. Todos nós, de uma modo ou de outro, passamos por estes momentos em nossa vida. Fui uma criança, no meu caso, sem muitos problemas, que me marcaram. Tive meus medos e angústias. Fui um adolescente que teve pais que ajudaram bastante na formação de meu caráter, embora surgissem muitos questionamentos, comuns nesta fase da vida. Tive meus sonhos, a maioria ainda não se tornando realidade. Deixei de ser filho, não tenho mais meus pais ao meu lado, nesta vida material. Encontrei alguém que me completou, formei uma família e tenho filhos. A vida se repete, com os filhos tornando-se pais. Nós espíritas entendemos que nossa vida, a vida verdadeira, não se encontra aqui, no mundo material. Ela se mostra verdadeiramente no mundo espiritual. A única coisa que fica, após nossa morte física, é o que construímos durante nossa existência material. A lei de causa e efeito é imutável. Tudo o que fazemos nos traz consequências, seja nessa existência ou em outra. Assim, caso pensemos que a carga esteja tão grande e insuportável nesta vida material, que nos leve à buscar a saída no suicídio, devemos nos lembrar que as consequências virão, que o fim não se dará nesta atitude extrema. Amor, este é o caminho. Amor a nós mesmos, primeiramente e, ao nos amarmos, ficará muito mais fácil entendermos e amarmos os outros, mesmo que seja uma relação entre pais e filhos. Este é o podcast espírita Mundo Espiritual, um podcast criado para difundir a mensagem espírita através da internet. A produção, edição e a apresentação são minhas, Carlos Biella e falo da cidade de Jataí, aqui em Goiás. Você pode ouvir, baixar o podcast ou o conteúdo do episódio ou ainda entrar em contato conosco, através dos endereços que estão na transcrição deste episódio https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/. Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual) e no Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCvE-E-zthITBCsrNNJa0ytw. Caso queira, você pode nos encontrar no Spotify, Deezer, Google Podcast e também no iTunes, basta procurar por Mundo Espiritual na sessão de podcast. Ouça o áudio, leia o texto, curta, opine, comente, compartilhe...este é o Podcast Mundo Espiritual Chegamos ao final deste episódio especial do podcast Mundo Espiritual e eu deixo aqui a música Pais e Filhos para que você possa escutá-la, com calma. Todos nós passamos por conflitos, mas muitos de nós não conseguem conviver com isso, especialmente sozinhos. Caso você esteja passando por problemas e não esteja vendo solução, busquem auxílio. E você, que convive com alguém e que está percebendo algum tipo de comportamento diferente, busque auxiliar. Vamos, todos nós, seguir nossa vida, sem interrupções, buscando seguir tudo o que foi planejado em nosso processo reencarnatório. Fiquem todos em paz e até nosso próximo episódio.


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