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EPISÓDIO # 13 - PANDEMIA, UM CASTIGO DIVINO?

  • Foto do escritor: Carlos A. Biella
    Carlos A. Biella
  • 9 de nov. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de jul. de 2023


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Pandemia, um castigo divino?


Tem muita gente que acha que as pandemias, como essa da COVID-19, sejam castigos que Deus envia para corrigir os desvios da humanidade. Seria isso mesmo?

Então, sejam todos muito bem-vindos e aproveitem.

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Saudações a todos Este é o podcast Mundo Espiritual, criado para difundir a mensagem espírita através da internet. A produção, edição e a apresentação são minhas, Carlos Biella e falo da cidade de Jataí, aqui em Goiás. Lembrando que a arte das capas dos episódios são feitas pelo Gustavo Crispim. Você pode ouvir, baixar o podcast ou o conteúdo do episódio ou ainda entrar em contato conosco, através dos endereços que estão na transcrição deste episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual) e no Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCvE-E-zthITBCsrNNJa0ytw). Caso queira, você pode nos encontrar no Spotify, Deezer, Google Podcast e também no iTunes, basta procurar por Mundo Espiritual na sessão de podcast. Ouça o áudio, leia o texto, curta, opine, comente, compartilhe...este é o Podcast Mundo Espiritual. No dia 05 de setembro de 1946, em Zanzibar, na África Ocidental, nascia o filho do casal Bomi e Jer Bulsara, nascia o menino a quem deram o nome de Farroukh Bulsara. Zanzibar, na época uma colônia inglesa, onde hoje temos a Tanzânia e os pais do menino eram indianos e Bomi, trabalhava para o governo inglês. Aos 8 anos de idade, em 1954, o menino foi enviado para estudar no internato St. Peter, em Panchgani, na Índia. Foi aqui que os colegas passaram a chama-lo de Freddie. Nessa época sua paixão pela música começou a aflorar e ele passou a estudar piano. Aos 12 anos montou uma banda que se apresentava em eventos escolares. Em 1964, quando ele tinha 17 anos, a família Bulsara, com receio da Revolução Civil de Zanzibar, mudou-se para Londres, onde Freddie passou a estudar artes, formando-se, posteriormente, como designer gráfico através da Ealing College of Art. Aos 23 anos conheceu aquela que seria o amor de sua vida, Mary Austin, que trabalhava em Kensington numa loja de roupas chamada Biba, onde muitos artistas frequentavam para buscar as tendências da moda. Em 1969, montou a banda Ibex, que não decolou, integrando, depois, o grupo Sour Milk Sea. Freddie fez amizade com Tim Stafell que era vocalista de uma banda, a Smile. Em abril de 1970, Tim Stafell deixou a banda Smile e Freddie se juntou aos membros da banda, o guitarrista Brian May e ao baterista Roger Taylor. Por sugestão sua, a banda trocou o nome de Smile para Queen e, como faltava um baixista na banda, juntou-se ao trio, John Deacon. Nessa época, Freddie passou a utilizar a alcunha Mercury para seu nome artístico. Nascia, assim, Freddie Mercury. Aos poucos, Freddie foi fazendo sucesso e, com sua performance, elevando o Queen a um outro patamar, tornando-a uma das maiores bandas de todos os tempos, com músicas inesquecíveis, como We Are the Champions, We Will Rock You, a revolucionária Bohemian Rhapsody, Don't Stop Me Now, I Want to Break Free, Under Pressure, Who Wants to Live Forever e Love of My Life (quem não se lembra do Rock in Rio de 1985, quando uma multidão cantou juntou com ele?). Fantástico e inesquecível Freddie teve uma vida explosiva e vivendo em uma época onde a revolução sexual explodia, teve inúmeros relacionamentos amorosos, com homens e mulheres. Lembrem-se que as décadas de 1960, 1970 e 1980 foram de grandes mudanças comportamentais, principalmente no que diz respeito ao sexo, com o movimento Hippie, cujo lema era “faça amor, não faça guerra”, o surgimento da pílula anticoncepcional no início da década de 1960, o que trouxe uma maior liberação sexual por parte das mulheres, e tantos outros acontecimentos. No entanto, como que para buscar balancear as coisas, surge um novo vírus que começa sua trajetória de dor, angústia e morte. Essa é uma das minhas favoritas do Queen, The show must go on (O show deve continuar), música que faz parte do álbum Inuendo, lançado em fevereiro de 1991. Essa é a versão instrumental do 2Cellos, dupla formada pelos violoncelistas croatas Luka Sulic e Stjepan Hause. É um belo arranjo. Chega o ano 1987 e em abril, após exames, Freddie Mercury foi diagnosticado como portador do vírus HIV. Extravagante no palco, no entanto, discreto em relação à sua vida pessoal, Freddie não divulgou publicamente nada sobre sua condição. Somente no dia 23 de novembro de 1991, ele fez o seguinte comunicado: Desejo confirmar que fui diagnosticado como HIV positivo e tenho AIDS. Achei correto manter essa informação em sigilo para proteger a privacidade das pessoas ao meu redor. No entanto, chegou a hora dos meus amigos e fãs ao redor do mundo saberem a verdade e espero que todos se unam a mim, aos meus médicos e a todos pelo mundo afora que lutam contra essa doença terrível. No dia seguinte, 24 de novembro de 1991, aos 45 anos morria Farrouk Bulsara, o menino dentuço, nascido em Zanzibar, mas que ficou conhecido mundialmente como Freddie Mercury. Surgia assim, no início dos anos 1980, uma nova doença que se alastraria por todo o mundo, convertendo-se no que denominamos pandemia. Cabe aqui uma observação: segundo a OMS, uma pandemia é a disseminação mundial de uma doença. Quando uma epidemia, um grande surto que afeta uma determinada região, se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa, temos uma pandemia. Assim, a AIDS se tornou mais uma das grandes pandemias que surgiram para fazer com que a humanidade entenda que existe a necessidade de mudança comportamental. Mais de uma vez pudemos ver na história da humanidade, doenças surgindo como que para equilibrar as coisas. No século XIV, a chamada Peste Negra, dizimou cerca de 50 milhões de pessoas (se bem que existem estudos variados colocando esse número entre 75 a 200 milhões de pessoas). As mortes ocorreram principalmente na Europa e parte da Ásia, em especial entre os anos 1333 a 1351. A Peste Negra é causada por uma bactéria, a Yersinia pestis, que vive, principalmente em ratos, sendo que a doença era transmitida através da picada de pulgas que se alimentavam do sangue de ratos contaminados e depois, ao se alimentarem do sangue de pessoas, transmitiam a bactéria. No início do século XIX tivemos uma grande epidemia de cólera, principalmente entre 1817 a 1824, com centenas de milhares de mortos, principalmente nos países não desenvolvidos. A cólera é uma doença intestinal, causada por uma bactéria chamada Vibrio choleare e que é muito comum em locais onde não há saneamento básico. Vários grandes surtos de varíola assolaram a humanidade entre os anos de 1896 a 1980, causando a morte de cerca de 300 milhões de pessoas ao redor do mundo. Causada por um vírus, a doença é transmitida através do contato entre pessoas, principalmente através das vias respiratórias, por meio de gotículas de saliva. A gripe espanhola, entre os anos 1918 a 1919, levou a morte mais de 20 milhões de pessoas no mundo todo. Causada por um vírus, é uma gripe, transmitida de uma pessoa a outra pelo ar, através de espirros ou gotículas de saliva. Tivemos várias pandemias de gripe, além da Gripe Espanhola, como a Gripe Asiática, entre 1957 e 1958, matando mais de dois milhões de pessoas e a Gripe de Hong Kong, entre 19698 e 1970, que matou mais de milhão de pessoas em todo o mundo. Vejam bem, todos esses exemplos surgiram em épocas distintas, trazendo como consequência uma série de alterações nas relações sociais de cada época e que persistiram até hoje. Por exemplo, graças a Peste Negra, passou-se a ter mais cuidados com os dejetos humanos, que eram lançados normalmente nas ruas, bem como a se ter um pouco mais de cuidados com a limpeza dos ambientes e, também, com a higiene pessoal, diminuindo a incidência de ratos e, por consequência, das pulgas, transmissoras da doença. A cólera proporcionou ao médico inglês John Snow a possibilidade de entender como a necessidade de se tratar os esgotos domésticos de Londres, contribuiriam com a diminuição do número de casos. Surgia assim o saneamento básico e as primeiras noções de epidemiologia. Graças aos estudos com os casos de varíola, surgiu o conceito da vacina, devido a uma experiência feita em 1798 pelo médico e cientista inglês Edward Jenner. Em tempos de pandemias, surgem algumas músicas que podem retratar o sentimento de alguns povos com relação à doenças. Para boa parte do povo jamaicano e para o grupo The Ethiopians, nada melhor para espantar a pandemia da Gripe de Hong Kong, que falei anteriormente, do que dançar. Aqui está a música Hong Kong Flu (Gripe de Hong Kong), lançada no álbum Reggae Power, de 1969, do grupo jamaicano The Ethiopians, que fora criado em 1963. Não sei se dançar funciona, mas o ritmo contagia. Então, seriam as doenças uma forma de fazer com que a humanidade passe por algumas alterações? Seria o grande número de mortes, o preço a ser pago para que a humanidade possa perceber a necessidade de mudanças? Vivemos um tempo de grandes avanços tecnológicos, mas percebemos um não acompanhar do mesmo avanço nos campos das relações sociais e também no que diz respeito à conduta ética e moral da sociedade humana. A sociedade, de um modo geral, encontra-se enferma. Basta olharmos os aumentos nos casos de intolerância, de todos os tipos, da violência contra as mulheres, das desigualdades sociais, veremos como temos uma sociedade doente e que tem que tomar algumas atitudes para mudar. Durante essa nova epidemia que estamos vivendo, a COVID-19, pudemos perceber como as medidas tomadas pelos governos e, por grande parte da população, acabou por trazer benefícios para todos, no que diz respeito ao ambiente em que vivemos. Rios se despoluíram, áreas degradadas começaram a se recuperar, ou seja, tivemos um pequeno exemplo do que pode acontecer caso mudemos nossas atitudes. No âmbito das relações sociais, quantas pessoas passaram a perceber que poderiam trabalhar de um modo diferente, se tanta correria, trabalhando em casa. Quantos de nós não passou a se preocupar mais com o outro, aumentando as ações solidarias em todos os cantos. Assim, as chamadas pandemias, contribuem para algumas alterações nas relações sociais, ao mesmo tempo que proporciona uma aceleração do progresso moral da humanidade. Voltando a nossa história inicial, sobre a AIDS, parece que atualmente muitos se esqueceram dela, mas ainda deve ser muito bem prevenida. A AIDS não se trata de uma doença especifica e sim uma síndrome, que é um conjunto de sintomas e sinais. A denominação AIDS, vem do termo em inglês, que em português seria a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. É provocada por um vírus que ataca o sistema de defesa imunológico humano, especialmente um tipo de glóbulo branco que circula pelo nosso corpo, deixando o organismo mais suscetível ao ataque de outros agentes causadores de doenças como pneumonia, tuberculose, candidíase, entre tantos outros. Eu costumo fazer uma analogia para melhor entendimento. Imagine uma cidade que tivesse todos os elementos responsáveis pela segurança, sejam eles civis ou militares, atacados e destruídos. A cidade ficaria totalmente sujeita à roubos, furtos, assassinatos, enfim, estaria entregue ao controle dos criminosos. Assim, ocorre com o HIV, ao atacar nosso sistema de defesa, ele promove a oportunidade de outros agentes causadores de doenças, agirem livremente no organismo infectado. Desta maneira, o indivíduo não morre pelo HIV, ou seja, a AIDS não mata, o que mata são as doenças que surgem pela deficiência imunológica provocada pelo HIV. A AIDS começou a se propagar pelo mundo, segundo alguns estudos, no início dos anos 1980, com o surgimento das primeiras preocupações das autoridades de saúde pública nos EUA com uma nova e misteriosa doença que estava se manifestando, isso era o ano de 1981. Em 1982 se reconhece que possivelmente a transmissão ocorra por contato sexual, uso de drogas injetáveis ou exposição a sangue e derivados e, sem mesmo saber do que se tratava, a “nova” doença já se mostrava com capacidade de estigmatizar por parte da sociedade, uma vez que passou a se tratar como a Doença dos 5H, representando os homossexuais, hemofílicos, haitianos, heroinômanos (usuários de heroína injetável) e as hookers (denominação em inglês para as profissionais do sexo, as prostitutas). Seriam estes os primeiros grupos onde se detectava a doença. Neste ano de 1982, o primeiro caso de AIDS é oficialmente diagnosticado no Brasil, em São Paulo. No ano de 1983, os homossexuais masculinos, principalmente usuários de drogas, são considerados os difusores do fator para os heterossexuais usuários de drogas. Surgem casos em profissionais de saúde. Os gays são considerados as principais vítimas da doença e para tanto, de modo pejorativo, a AIDS passa a ser chamada de “peste gay”. O foco dos cientistas é que o responsável seja um vírus e no Brasil, é registrado o primeiro caso de aids no sexo feminino. Surgem as primeiras críticas ao termo grupo de risco, para denominar as pessoas mais sujeitas à doença. No ano de 1985, descobre-se que a AIDS é a fase final da doença, causada por um tipo de vírus, um retrovírus, denominado HIV (Human Immunodeficiency Virus, em inglês), ou vírus da imunodeficiência humana. Passam a ser caracterizados os comportamentos de risco no lugar de grupo de risco. Entre 1986 e 1987 surgem os primeiros medicamentos que poderiam ser utilizados para retardar os efeitos da doença Assim, ao longo do tempo, foram se somando conhecimentos a respeito da AIDS, sua forma de transmissão e controle e, principalmente, os métodos de prevenção. A própria maneira de se tratar a pandemia foi sendo alterada por parte da imprensa, principalmente da sensacionalista, o que nos mostra que existe a necessidade de se alterar alguns pontos de vista ao longo das pandemias. Veja o que ocorreu com a AIDS. No livro AIDS: A Terceira Epidemia, de Herbert Daniel e Richard Parker, lançado em 2018, os autores relatam o ocorrido no Brasil, fato já divulgado em 1983, em outro livro chamado Jacarés e Lobisomens: dois ensaios sobre a homossexualidade, do mesmo Herbert Daniel em conjunto com Leila Miccoli sobre uma manchete de um jornal chamado Folha de O Povo (de 14 de junho de 1983). Era somente uma manchete, em letras garrafais, mas sem nenhuma notícia propriamente dita, que dizia: Peste Gay deixa toda a bicharada apertadinha. Vejam só a que ponto chega o ser humano. Graças aos novos conhecimentos, a AIDS deixou de ser vista como uma doença somente relacionadas com os chamados grupos de risco, em especial à comunidade homossexual masculino, como no início, passando a ser uma condição a qual todos nós estamos suscetíveis. Por isso não se fala mais em grupos de risco e sim em comportamento de risco. Eu me formei em farmácia e bioquímica e atuei na área de análises clínicas por muitos anos, chegando a realizar muitos exames que detectaram a presença do HIV em pacientes que procuravam meu laboratório. Também fiz muitos exames em pacientes que eram portadores do HIV, inclusive em pacientes terminais. Em uma destas ocasiões, em que fui colher material para fazer exames de um paciente, já em fase terminal, ocorreu algo que me marcou bastante. Marcou tanto que acabei, por muitas vezes, usando o fato para finalizar palestras que fazia sobre AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, para escolas e empresas diversas. Muitas vezes finalizava minha fala projetando a foto de uma janela. O motivo foi que, certa vez, fui atender um paciente que estava na residência de sua família, já em estado terminal, acometido por várias doenças oportunistas. Devia ser por volta das onze horas da manhã quando entrei na residência e me dirigi até um quarto ao fundo da casa, onde este paciente estava instalado. Ao entrar, vi que ele estava deitado em sua cama, com o rosto, bem magro, voltado para uma janela que estava aberta ao lado. Entrei, coletei o material para exame, conversei rapidamente com ele e me retirei. Por volta das quatorze horas daquele mesmo dia, ele faleceu. Assim, fiquei com aquela imagem dele olhando pela janela, talvez pensando sobre sua própria vida. Como se ele estivesse vendo todos os seus sonhos indo embora. E por falar em sonhos, aqui temos a linda música O mundo é um moinho, de Agenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, música que fez parte do álbum Cartola II, de 1976. Essa versão é com outro Agenor, Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza, outro que nos deixou devido as complicações da AIDS, em 1990. Essa música fez parte do álbum Preciso dizer que te amo, lançado em 1991. Talvez essas grandes epidemias surjam para fazer com que a humanidade passe a mudar suas atitudes e comportamentos. Veja bem, como relação à AIDS, espera-se que um indivíduo, que detenha um pouco de conhecimento sobre o que o vírus pode ocasionar, deixe de lado algumas práticas que o coloque mais propenso à aquisição deste vírus. Existe um documentário muito legal sobre Freddie Mercury, chamado Freddie Mercury: The King of Queen, de 2018, dirigido por Jordan Hill, em que Paul Gambaccini, apresentador de rádio e televisão e escritor, norte-americano e britânico, disse: O que foi tremendamente injusto para a primeira geração de pessoas que morreram devido a AIDS, é que elas foram infectadas antes mesmo de saberem que o vírus existia. Muitos dos que foram contaminados e morreram em decorrência da AIDS, não tinham conhecimento de muita coisa. A necessidade de mudança se faz necessária, à medida que as grandes epidemias surgem na história da humanidade. Muitos acreditam que as grandes epidemias surgem como verdadeiro castigo divino, que sejam enviadas para corrigir os defeitos da humanidade. Não entendemos assim, mas, podemos considerar que exista um certo despertar do ser humano a cada pandemia que apareça em seu caminho. Muitas atitudes são modificadas no comportamento social humano após o surgimento de grandes epidemias. Assim, podemos entender que elas sejam motivadoras de mudanças, carregando a sociedade humana para sua regeneração, uma vez que o próprio planeta também vem se regenerando. Existe a necessidade de entendermos que nossas relações sociais encontram-se corrompidas, necessitando um ajuste de quando em quando. A cada nova pandemia, a sociedade científica utiliza dos conhecimentos adquiridos ao longo dos séculos, aliados às novas tecnologias, para combater o agente causador das enfermidades. Mas, não é somente com o corpo físico que temos que nos preocupar, quando surgem essas pandemias. André Luiz no livro Pão Nosso, de 1950, psicografado por Chico Xavier, no capítulo Curas, diz que: Não nos interessa apenas a regeneração do veículo em que nos expressamos, mas, acima de tudo, o corretivo espiritual. E prossegue André Luiz, ressaltando a importância que existe em mantermos o equilíbrio orgânico no nosso corpo físico. Que o homem comum se liberte da enfermidade, mas é imprescindível que entenda o valor da saúde. Existe, porém, tanta dificuldade para compreendermos a lição oculta da moléstia no corpo, quanta se verifica em assimilarmos o apelo ao trabalho santificante que nos é endereçado pelo equilíbrio orgânico. E ele nos faz uma pergunta, que entendo ser crucial nesse entendimento: Permitiria o Senhor a constituição da harmonia celular apenas para que a vontade viciada viesse golpeá-la e quebra-la em detrimento do espírito? O enfermo pretenderá o reajustamento das energias vitais, entretanto, cabe-lhe conhecer a prudência e o valor dos elementos colocados à sua disposição na experiência edificante da Terra. Estamos encarnados neste mundo para aprendermos e utilizamos nossa vida material como experiência para nosso crescimento moral e intelectual. Essa linda música, que fez parte do álbum The One, de 1992 foi composta por Elton John, escrita por Bernie Taupin que a escreveu um ano após a morte de Freddie Mercury. Elton John disse que chorava o tempo todo enquanto escrevia a música, que fala de um pai distante que está aceitando a sexualidade de seu filho homossexual, que está morrendo de uma doença relacionada à AIDS. Nosso planeta, em sua história de mais de 4,5 bilhões de anos, passou por verdadeiras revoluções geológicas e climáticas, modificando a estrutura do planeta, que aos poucos foi tomando sua forma e, ainda passa por algumas destas revoluções, como movimento de placas tectônicas que melhor acomodam a crosta terrestre. Todas essas revoluções ocasionaram e ocasionam consequências para todas as espécies que vivem no planeta, incluindo o ser humano, que sofre as consequências destas revoluções e buscam, se adaptar às novas condições que são propiciadas por essas revoluções. Podemos, então, dizer que, juntamente com as grandes revoluções geológicas ou climáticas, ocorrem as grandes revoluções biológicas, que são as pandemias, que trazem suas consequências para o ser humano, fazendo com que ele busque, também, se adaptar a cada novo evento que surja. Percebemos que, do ponto de vista do ser humano, essas revoluções só trazem destruição, sofrimento e morte, levando o homem a questionar se Deus, realmente existindo, por que deixaria que tais coisas ocorram? Temos, como ser humano, sempre questionado com relação a isso, com muitos se referindo a tais eventos como Flagelos Destruidores. Seriam, então os Quatro Cavaleiros do Apocalipse trazendo suas consequências para o ser humano: peste, guerra, fome e morte? Podemos divagar bastante sobre tudo isso, no entanto, o que talvez seja mais relevante é que, o ser humano, a cada nova revolução que se apresente, a cada nova pandemia que apareça, deveria buscar respostas dentro de si mesmo, observando se não seria necessária uma mudança em suas atitudes e comportamento. Pois bem, com relação a isso, melhor seria buscarmos estudar mais a fundo o capítulo VI de O Livro dos Espíritos, que trata da Lei de Destruição. Kardec questionou os Espíritos superiores quanto à esses flagelos destruidores e suas consequências para a humanidade, ao que obteve como resposta, por exemplo, na questão 728, que seria preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Alertam-nos os Espíritos que o que chamamos de destruição não passa de uma transformação, que tem por finalidade a renovação e melhoria dos seres vivos. Segue o questionamento de Kardec com relação à por que Deus fere a humanidade por meio dos flagelos destruidores. A resposta é simples, para fazer a humanidade progredir mais depressa, ressaltando a necessidade da destruição para a regeneração moral dos Espíritos. Seriam, então, esses flagelos, frequentemente necessários para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos. Então, temos a questão 740, onde os Espíritos nos alertam sobre todas essas condições que muitas vezes assolam a humanidade: os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se não o domina o egoísmo A canção Mais uma vez foi composta por Renato Russo e Flávio Venturini em 1986 e lançada em 1987 no álbum Sete, da banda 14 Bis e em 2003, a gravadora EMI lançou-a no álbum Presente. Renato Russo foi outra vítima da AIDS, falecendo em 1996. Esta aqui é uma versão que encontrei no Youtube, com o músico e compositor Jony Ken. Assim, então, as grandes catástrofes, sejam elas geológicas, climáticas ou biológicas, como as pandemias são provas que a humanidade vai passando, em busca de seu progresso. Podemos, então, compreender que muitas das grandes pandemias se deram por ações da própria humanidade, ações essas mal sucedidas, até mesmo objetivando domínio de território ou de poderio econômico. Novamente a lição de que sempre colhemos aquilo que plantamos e Deus, como que para nos testar, deixa que nós colhamos os frutos destas nossas más ações, ferindo nosso orgulho e que tenhamos consciência de nossa responsabilidade pelos atos errôneos que nossa sociedade realiza. Vejam bem, seriam alguns vírus, resultado de armas biológicas? Lembrem-se que na época da Peste Negra, os cadáveres eram arremessados no campo de batalha, buscando contaminar o inimigo, mas acabava por contaminar a todos, depois da dominação das terras conquistadas. Mas, deixa eu dizer uma coisa. Não se desespere, pois tudo passa, como disse Chico Xavier, nesse poema: Tudo passa... Todas as coisas na Terra passam. Os dias de dificuldade passarão... Passarão, também, os dias de amargura e solidão. As dores e as lágrimas passarão. As frustrações que nos fazem chorar... Um dia passarão. A saudade do ser querido que está longe, passará. Os dias de tristeza... Dias de felicidade... São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas. Se, hoje, para nós, é um desses dias, repleto de amargura, paremos um instante. Elevemos o pensamento ao Alto e busquemos a voz suave da Mãe amorosa, a nos dizer carinhosamente: 'isto também passará' E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas que não há mal que dure para sempre, semelhante a enorme embarcação que, às vezes, parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas. Mas isso também passará porque Jesus está no leme dessa Nau e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a agitação faz parte do roteiro evolutivo da Humanidade e que um dia também passará. Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro porque essa é a sua destinação. Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento e confiemos em Deus, aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo, também passará. Tudo passa...exceto Deus. Deus é o suficiente! Assim, na certeza de que o sol vai voltar amanhã, chegamos ao final deste episódio, esperando que todos possam sair mais fortalecidos, como espíritos, de mais uma pandemia. Este é o podcast Mundo Espiritual. A produção, edição e a apresentação são minhas, Carlos Biella e falo da cidade de Jataí, aqui em Goiás. Você pode ouvir, baixar o podcast ou o conteúdo do episódio ou ainda entrar em contato conosco, através dos endereços que estão na transcrição deste episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual) e no Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCvE-E-zthITBCsrNNJa0ytw). Caso queira, você pode nos encontrar no Spotify, Deezer, Google Podcast e também no iTunes, basta procurar por Mundo Espiritual na sessão de podcast. Lembrando que a arte das capas dos episódios são feitas pelo Gustavo Crispim. Ouça o áudio, leia o texto, curta, opine, comente, compartilhe...este é o Podcast Mundo Espiritual. Então, meus caros amigos, a humanidade já passou, passa e ainda vai passar por muitas pandemias e nós, espíritos que por aqui vivemos, passamos juntos, muitas vezes sucumbindo a algumas delas, mas sempre com a oportunidade de aproveitarmos para evoluir um pouco mais. Vamos seguindo nossa vida, com a certeza de que o show deve continuar ou, como disse Freddie Mercury... The show must go on. Fiquem todos em paz e até nosso próximo episódio.


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