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EPISÓDIO # 22 - MÚSICA, ESPIRITUALIDADE E SAÚDE

  • Foto do escritor: Carlos A. Biella
    Carlos A. Biella
  • 24 de jun. de 2021
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de jul. de 2023


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Música, espiritualidade e saúde.


Sabe aquela música que te traz boas lembranças? Ou aquela outra que te faz chorar? Ou ainda aquela que dá uma vontade de sair dançando? É, a música tem essa capacidade, de mexer com nossas emoções, com nossa saúde e com nossa espiritualidade. Esse é o tema do episódio de hoje. Então, sejam todos muito bem-vindos, coloquem um fone de ouvido e aproveitem.

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Saudação a todos. Este é o podcast Mundo Espiritual e a produção, edição e a apresentação são minhas, Carlos Biella e a arte das capas dos episódios é feita pelo Gustavo Crispim. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco pelos endereços que estão na transcrição do episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCvE-E-zthITBCsrNNJa0ytw) e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Você também nos encontra nas diversas plataformas players de podcast. Procure por Podcast Mundo Espiritual na sessão de podcast. Este é o seu Podcast Mundo Espiritual. Vem cá, o que você sente ouvindo esta música? Pense bem, quais as sensações que você está experimentando nesse exato momento? Percebam como a música trabalha nossos sentimentos. Essa é a música Aos pés do monte, com os irmãos lá das Minas Gerais, Tim e Vanessa, música de Tim e Gladston Lage, que foi lançada no álbum Verbos, do ano de 2003. Ao longo deste episódio, trarei muitas referências musicais e na transcrição do episódio você encontrará os links para conferir todas essas referências aqui apresentadas. Os estímulos sonoros despertam sentimentos, sensações, lembranças, emoções, provocando importantes reações no organismo de cada um de nós. Temos consciência que a música apresenta grande importância para o ser humano. A música tem a capacidade de provocar expressões de alegria, amenizar dores e harmonizar o ser. Ao tratarmos de espiritualidade, percebemos como a música é importante para nutrir a vida e dar sentido à existência. A música tem a capacidade de atingir, ao mesmo tempo, nossas dimensões psíquica, espiritual e orgânica. Sendo assim, música e espiritualidade se relacionam intimamente, como podemos perceber pela infinidade de músicas utilizadas em diversas práticas religiosas. Praticamente todas as religiões tem uma estreita relação com a música e a utilizam como um fator essencial na ligação entre o humano e o divino. A música acompanha o desenvolvimento humano, desde os primórdios da humanidade, sendo demonstrada desde os povos mais antigos, que a utilizavam em diversas manifestações culturais, criando um elo entre a música e a sociedade. Provavelmente, no início, a música deve ter sido utilizada para fins de comunicação entre tribos ou comunidades, passando, posteriormente, a fazer parte de rituais e cerimônias na adoração de deuses, na evocação de fenômenos da natureza, na comunicação entre o homem e forças espirituais, incluindo aqui a entoação de cânticos para a cura de doenças. O antropologista norte-americano Alan Merriam, no livro The Anthropology of Music de 1964, define música como um meio de interação social, produzida por especialistas, que seriam aqueles que as produzem, direcionadas para outras pessoas, que as recebem. Esse fazer musical é um comportamento aprendido, através do qual sons são organizados, possibilitando uma forma simbólica de comunicação na interrelação entre um indivíduo e seu grupo. Em um artigo da Revista de Antropologia da USP, de 2001, intitulado Som e música. Questões de uma Antropologia Sonora, o autor Tiago de Oliveira Pinto define música como “a manifestação de crenças, de identidades, é universal quanto à sua existência e importante em qualquer que seja a sociedade. Ao mesmo tempo é singular e de difícil tradução, quando apresentada fora de seu contexto ou de seu meio cultural” (https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27128/28900). Os sons da natureza talvez tenham sido as primeiras melodias apreciadas pelo ser humano. Essa melodia natural nos traz paz de espírito e nos proporciona relaxamento e contemplação. Sons como esses que estamos ouvindo ao fundo. Percebemos que o som e o ritmo possuem uma relação antiga com o ser humano e apresentam-se de forma intrínseca em seu viver, como nas batidas do coração, que pulsa ritmado, ou conforme caminhamos e desenvolvemos um ritmo de nossas passadas. Registros pré-históricos mostram que, provavelmente, os primeiros instrumentos utilizados produziam pouca melodia e eram ritmados de acordo com a construção de materiais disponíveis na natureza, como por exemplo, os tambores e chocalhos que exerciam funções mágicas, sociais e religiosas. Para os povos antigos, como gregos, hindus, egípcios e chineses, ciência e espiritualidade andavam juntas e, consequentemente, assuntos como música, astrologia, filosofia, religião e artes em geral, podiam ser vistos como expressões de uma realidade divina, estando, deste modo, intimamente ligados. Os indígenas, em suas tradições, utilizam o canto como forma de expressar seus sentimentos e também em rituais de cura. Vejam este exemplo de um canto dos índios Xavantes, povo que vive desde tempos remotos, na região Centro-oeste brasileira (https://youtu.be/UolbllDmZlc). Interessante, não? Agora vejam uma música feita juntando-se cantos rituais indígenas com a melodia de instrumentos musicais e dando-lhes um ritmo. Temos aqui a música KWORO KANGO (https://youtu.be/TQNMkjnjq-w), da tribo Caiapó, também da região Centro-oeste brasileira, num trabalho feito pela cantora cearense Marlui Miranda. É uma canção dos Caiapós que a cantam e dançam por quase um dia inteiro como rito de fertilização do solo para o plantio da mandioca. A maioria dos povos indígenas associa sua música ao universo transcendente e mágico, sendo empregada em todos os rituais religiosos. As músicas indígenas são ligadas desde suas origens imemoriais a mitos fundadores e usada com finalidades de socialização, culto, ligação com os ancestrais, exorcismo, magia e cura. E por falar em ligação, em sintonia, lembro que nós também fazemos parte da programação do Canal Sintonia no Bem. Aos sábados e domingos, às 7h30 da manhã, pelos Canais do SINTONIA no BEM, temos o PODCAST MUNDO ESPIRITUAL, comigo, Carlos Biella. Acesse o site SINTONIAnoBEM.com ou os canais do Facebook (http://www.facebook.com/SINTONIAnoBEM), YouTube (http://www.youtube.com/SINTONIAnoBEM) e Instagram (http://www.instagram.com/SINTONIAnoBEM). Se preferir, baixe o aplicativo da rádio e caso queira entrar em contato conosco, use o WhatsApp +55 (64) 99603-1234. SINTONIA no BEM, sintonize-se conosco. O som é o campo vibracional que forma a linguagem, a música e até mesmo o silêncio. Quando ele está organizado nós nos comunicamos por palavras, ideias, sentimentos e expressões. Já por outro lado, quando ele está desorganizado é criado o que chamamos de barulho. O som chega ao nosso cérebro e ao nosso corpo através da pele, ossos e ouvidos, mesmo que a pessoa esteja em estado de coma. Cada indivíduo escuta o som de uma forma diferente, reagindo de uma maneira diferente ao som e ao barulho. Quando ritmo, melodia e harmonia estão organizados em uma bela forma, a mente, corpo, espírito e emoções se harmonizam. Ao fundo temos a maravilhosa Clair de Lune, do compositor francês Claude Debussy, terceiro movimento da Suite bergamasque, composta em 1905. Essa música ficou em primeiro lugar numa lista feita com a participação de mais de 9 mil usuários da rede social Reddit, que responderam à pergunta: qual a música mais bonita que você já ouviu? E essa foi a número um, numa lista de cem músicas que você pode conferir no link que está na transcrição do episódio (https://mashable.com/2013/01/16/reddit-most-beautiful-songs/). A música se apresenta com um dos meios de expressão e comunicação que despertam vários sentimentos e emoções, como memoria, lembranças, cheiros e gostos, sorrisos e lagrimas, inclusive a música consegue despertar tudo isso ao mesmo tempo. A ciência vem mostrando, cada vez mais, o importante papel que a música pode exercer no tratamento em algumas enfermidades, como ocorre com a Musicoterapia, que estuda o complexo formado por som e ser humano, objetivando buscar efeitos terapêuticos para o indivíduo, principalmente na melhora de pacientes com dores crônicas, utilizando a música para esta finalidade. A música é capaz de provocar efeitos fisiológicos no organismo humano, envolvendo reações sensoriais, hormonais e metabólicas, induzindo a liberação de adrenalina, bem como mudanças na pressão arterial, o que pode diminuir a fadiga, melhorar a concentração e a atenção. E muitas outras sensações, emoções e sentimentos são trabalhados, conforme a música que ouvimos. Percebam, como a música mexe com nossos sentimentos. (https://youtu.be/RUGQZtD3A18). Não sei vocês, mas deu vontade de levantar e sair pulando. Essa é a bateria da escola de samba do Rio de Janeiro, Mocidade Independente de Padre Miguel. Mas, vamos acalmar um pouco as coisas por aqui. Existe uma categoria musical, conhecida como música New Age, a música da Nova Era, que é um gênero musical que apresenta uma melodia suave, utilizando sons instrumentais, vozes suaves e sons da natureza, sendo muito usada para prática de meditação, buscando despertar sentimentos de harmonia e paz interior. Aqui vai um exemplo, a música Aqua, do músico japonês Kitaro (https://youtu.be/nLv74c-0mFI). Em 2009, foi realizado um estudo com portadores de câncer, no Hospital Albert Eisntein, em Saõ Paulo. Usando música clássica por período de 20 a 30 minutos, 90% dos pacientes apresentaram reducao da pressão arterial e, em 100% dos casos, houve relato de melhora da intensidade da dor, além de relatos de sensações de relaxamento, esquecimento de problemas e recordações de lembranças pessoais. Uma pesquisa da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, indica que escutar música clássica ajuda a reduzir dores e inflamações, conforme mostra o artigo publicado na revista Frontiers in Neurology. Neste estudo, chegou-se à conclusão que a música aumentou a eficácia de alguns medicamentos, como por exemplo no tratamento com ibuprofeno (um anti-inflamatório) e especificamente as músicas de Mozart, levaram a uma redução em inchaços, 93% maior do que a produzida pelo ibuprofeno sozinho. Também o canabidiol, substância extraída da Cannabis e utilizada no tratamento de doenças como esclerose múltipla, esquizofrenia, Parkinson, epilepsia, entre outras, foi 21% mais eficaz quando usado juntamente com a música (https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fneur.2019.00277/full). E já que falei em Mozart, o compositor austríaco tem, entre todas as suas composições, uma que chama a atenção de muitos pesquisadores, a Sonata para Dois Pianos em Ré Maior, composta em 1781, quando ele tinha 25 anos de idade. O pesquisador francês Alfred Tomatis estudou os efeitos da música de Mozart na saúde humana, chegando à conclusão de que a audição das obras do gênio austríaco, em especial a Sonata Para Dois Pianos, “reciclaria” os ouvidos, promovendo a cura e o desenvolvimento do cérebro. Seu estudo foi publicado em 1991 no livro Pourquoi Mozart? (Por que Mozart?), e acabou por originar o termo “Efeito Mozart”. O pesquisador descobriu que a música de Mozart acalmava e melhorava a percepção espacial e permitia que o ouvinte se expressasse com maior clareza, comunicando-se com o coração e a mente. Ao longo do tempo, outros centros pelo mundo começaram a pesquisar a influência da frequência musical criada por Mozart em experimentos com dislexia, autismo, epilepsia e síndrome de Down. Esse “Efeito Mozart” promove a interligação entre mente e coração, equilibrando o organismo de tal forma que a recuperação passa a ser notada. Um dos estudos mostrou que, 80% dos epiléticos têm a epilepsia no lobo temporal, exatamente a região onde a música é percebida e aumentando o nível das ondas cerebrais ao escutar a música, aumenta-se a atividade neural dos epiléticos. Pois é, baseando-se na ideia do “Efeito Mozart”, pesquisadores de várias partes do mundo vem estudando os benefícios à nossa saúde ao escutar o compositor. Experiências mostram que vacas aumentam a sua produção de leite, plantas florescem mais rápidas e bonitas, ratos se orientam melhor em labirintos, e até microrganismos são estimulados em processar dejetos em tratamentos de esgoto ao escutarem Mozart. E ao fundo estamos ouvindo exatamente a Sonata para Dois Pianos em Ré Maior, de Mozart (https://youtu.be/tT9gT5bqi6Y). Se com música clássica, percebemos um relaxamento, uma melhora nas funções fisiológicas de um indivíduo, como será que nosso organismo reage àqueles pancadões ou então às chamadas “sofrências”, ou seja, como será que reagimos a algo que alguns teimam em chamar de música? Pois bem, quantos exemplos vemos de música sendo levada aos hospitais, centros cirúrgicos e mesmo em UTIs, buscando uma ação fisiológica benéfica da música para os pacientes que se encontrem nestes locais. Nestes momentos de pandemia, muitos grupos tem levado música aos hospitais com este intuito. Estudos vem demonstrando, também, o uso da música em pacientes portadores do Transtorno do Espectro Autista, principalmente no que diz respeito aos aspectos de interação social e comunicação. Podemos ver que a música é usada em rituais em diversas religiões, como na igreja católica, com seus cânticos de louvor e em várias outras religiões. E para quem tiver interesse, tem um podcast falando especificamente sobre música e religião. É o episódio extra número 8 do podcast Clube da Musical Autoral do meu conterrâneo e amigo, Gilson de Lazari. Neste episódio, Gilson fala inclusive do surgimento do movimento Jesus Movement, um movimento cristão originado nos EUA, no final dos anos 1960, com o objetivo de trazer os jovens, arrebanhados pelo movimento Hippie, de volta para a igreja Confiram o episódio através do link na transcrição do episódio (https://www.clubedamusicaautoral.com.br/extra08-musicaereligiao/) ou acesse o Clube da Música Autoral nas plataformas de podcast. Com relação aos cantos litúrgicos, temos os famosos cantos gregorianos, que, segundo alguns estudos, é excelente para o estudo e a meditação e reduziria o estresse. E aqui um exemplo, com os Arautos do Evangelho, cantando Salve Regina (ou Salve Rainha). (https://youtu.be/c_k36GtWtnk). O Canto Gregoriano é um gênero musical de uma só melodia, que pode ser acompanhada de algum instrumento é era muito utilizado nos rituais da liturgia católica romana. Suas características teriam sido herdadas dos salmos judaicos que eram cantados nas antigas Sinagogas, em consonância com costumes locais. Quantas maravilhas são produzidas pelos seguimentos evangélicos, não é mesmo? Músicas que elevam a alma e que trazem conforto nos momentos de dor. Como essa aqui, a música Aquieta Minh'alma, de Rogério Silva e Thamires Garcia, que faz parte do álbum Eu Me Atrevi A Te Chamar De Abba, do grupo Gospel Ministério Zoe. (https://youtu.be/ANfpF0pNob4). A umbanda é uma religião em que espíritos são venerados, incorporados e desincorporados em meio a música, geralmente composta pelo som do atabaque e pelo canto. Conhecidas como pontos-cantados, as canções rituais estão presentes nos cultos e ajudam o médium a concentrar-se no mundo simbólico umbandista, podendo ser desencadeadores de sentimentos, sensações e pensamentos, associados aos espíritos que eles descrevem. Aqui temos o ponto-cantado, Eu abro a nossa gira (https://youtu.be/pRl_lrH7KWA). As influências do Candomblé no Brasil, vão muito além da tradição religiosa e social, atingindo uma das mais fortes tradições culturais brasileiras, que é a música. No Candomblé, a músicá pode representar um meio para se relacionar com as divindades, sendo considerada uma linguagem privilegiada no diálogo dos Orixás, em que o toque pode ser entendido como um chamado ou uma prece. Não se trata de um entretenimento ou expressão estética, mas um fenômeno que vincula o músico (chamado de Ogã) com o mundo transcendente. Vejam a batida de tambores na música Yemanjá (https://youtu.be/CiEBf5zcJxc), utilizada em culto de candomblé. Os praticantes de Yoga têm bem clara essa combinação entre música e espiritualidade e como isso atua, também, no equilíbrio fisiológico, uma vez que buscam equilibrar as energias orgânicas. A música utilizada nas práticas de Yoga também nos traz paz e relaxamento, como esta, que traz o mantra Om Namo Bhagavate Vasudevaya (https://youtu.be/aifSjuyeE5M), um louvor de evocação a Krishna (Senhor Supremo do Universo) para limpeza espiritual. Mas, e o uso de música nas Casas Espíritas? Muitos questionam se é pertinente o uso da música em reuniões espíritas, sejam elas públicas ou mediúnicas. Muitos alegam que isso estaria representando ritos que são frequentes em outras frentes religiosas. Ora, quantas vezes ouvimos que a música auxilia a harmonizar o ambiente? Mas, será que a musicalidade teria alguma influência para os Espíritos? Kardec em O Livro dos Espíritos, na questão 251, fez o seguinte questionamento: Os Espíritos são sensíveis à música? E a resposta foi: Refere-se à música terrena? Que é ela comparada à música celeste? A esta harmonia de que nada na Terra vos pode dar ideia? Uma está para a outra como o canto do selvagem para uma doce melodia. Não obstante, Espíritos vulgares podem experimentar certo prazer em ouvir a vossa música, por lhes não ser dado ainda compreenderem outra mais sublime. A música possui infinitos encantos para os Espíritos, por terem eles muito desenvolvidas as qualidades sensitivas. Refiro-me à música celeste, que é tudo o que de mais belo e delicado pode a imaginação espiritual conceber. Então, os Espíritos se comprazem com uma boa música, que seria aquela composta nas esferas mais elevadas do plano espiritual. Podemos ver isso no livro Obras Póstumas, lançado em 1890 pelos dirigentes da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, contendo um compilado de trabalhos de Allan Kardec, que faleceu em 1869. No capítulo intitulado Música Celeste, uma jovem musicista é conduzida pelos protetores espirituais em estado sonambúlico, onde, segundo o livro “ficou em êxtase produzido pela impressão da harmonia celeste”. Por isso foi que exclamou: “Que música! que música!”” No capítulo seguinte a este, intitulado Música Espírita, temos a colocação que o Espiritismo há de concorrer decisivamente para o processo de sublimação da música no planeta em que vivemos, como consequência de sua salutar influência na reforma moral dos homens. Neste capítulo temos uma orientação dada pelo Espírito daquele que foi o maestro Rossini, grande compositor italiano, falando-nos sobre a ação que o Espiritismo exercerá como elemento refinador das composições musicais. Assim, temos que a música pode se mostra como poderoso e legítimo coadjuvante na condução dos ensinamentos espíritas, seja nas tarefas de evangelização da infância ou dos eventos da juventude; seja com o propósito harmonizar o ambiente quando de reuniões públicas e também mediúnicas, ou ainda em quaisquer outras ocasiões em que a Doutrina Espírita se apresente, mesmo no Evangelho no Lar. Deste modo, a boa música espírita feita e executada por tantos cantores e grupos musicais, tem muito a contribuir com a elevação espiritual, ligando os mundos material e espiritual. Aqui temos o Grupo Luz, daqui da cidade de Jatai, com a música Deixa a sua luz brilhar, música do álbum O Amor é tudo (https://youtu.be/yb9O-foY4Ig) Em outro livro, Nosso Lar, do Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier e lançado em 1944, mas que ficou mais conhecido pelo filme, lançado em 2010, temos muita alusão à música nas esferas espirituais. Em inúmeras passagens temos a indicação de músicas sendo ouvidas, com harmonias suaves e que elevam a alma. Inclusive temos um capítulo intitulado No Campo da Música, local onde se ouve melodias maravilhosas. No entanto, podemos observar no relato de André Luiz que nas poximidades do Campo da Música, existem certas manifestações que atendem ao gosto pessoal de cada grupo daqueles que ainda não podem entender a arte sublime; mas, no centro, temos a música universal e divina, a arte santificada, por excelência. Mas, o mais interessante é a observação que na Terra, há pequenos grupos para o culto da música fina e multidões para a música regional. Ali, contudo, ocorre o contrário. Pois é, música boa mesmo, muitos de nós somente irão ouvir quando alcançarmos essas esferas espirituais. Na Revista Espírita de maio de 1861, o Espírito Lamennais, na dissertação A Pintura e a Música, disse que a música, que é um dos ramos da arte, pertence inteiramente ao domínio da sensação. E, para ele, a música é a arte que vai mais diretamente ao coração. E trago aqui, o texto final do artigo Música e Espiritismo, de José Marcelo Gonçalves Coelho, que encontrei no site Portal do Espírito (https://espirito.org.br/artigos/musica-e-espiritismo-2/) “Deixemo-nos levar pelas melodias edificantes que o mundo nos ofereça, ou que as nossas vozes ou instrumentos possam produzir, reconhecendo que, onde quer que se situe, a música, desde que sublime, é prece que enleva e enobrece o espírito eterno que todos somos, permitindo-nos entrar em estreita comunhão com os planos superiores da expressão espiritual.” Existem muitos, mas muitos trabalhos relacionando música e seus efeitos fisiológicos e também uma infinidade de trabalhos relacionando as três esferas: música, espiritualidade e saúde. Eu busquei alguns destes trabalhos para trazer algo mais resumido para esse nosso episódio, mas, para quem se interessar, a internet está repleta de bons trabalhos relacionados ao nosso assunto de hoje. Ao pesquisar alguns trabalhos para a produção deste episódio, percebi que, quando relacionadas, a Musicoterapia e a espiritualidade, acabam por promover melhorias nos cuidados espirituais, na autoestima, empoderamento, conexão com algo maior, proporciona esperança, motivação, reflexões sobre cura, mente, corpo, alma, bem-estar espiritual e saúde integral. Um dos trabalhos concluiu que a música ao criar um elo harmônico com o homem, proporciona diversos benefícios mentais e corporais e que, ao ser canalizada para diversos fins com algum objetivo central, pode-se obter uma resposta positiva. Lembrando que utilizei artigos diversos como “Reflexões sobre música, saúde e espiritualidade”, da doutora em enfermagem Eliseth Ribeiro Leão, a monografia A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA MENTE E NO CORPO”, o artigo “MUSICOTERAPIA E ESPIRITUALIDADE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA”, o artigo Música e seu poder terapêutico, da minha conterrânea paulista, Dra. Ivy Abdalla, além de utilizar o episódio 308 do podcast CaféBrasil do Luciano Pires, que trata especificamente do “Efeito Mozart”, o qual indico que escutem (https://portalcafebrasil.com.br/podcasts/328-o-efeito-mozart/). Uma outra fonte de pesquisa foi o livro Teoria da Musicoterapia. Contribuição ao Conhecimento não-verbal, do músico e psiquiatra argentino Rolando Benenzon. Segundo o autor, a música tem grande capacidade de evocar o passado, trazendo à memória experiências já vivenciadas. Sentimentos, sensações e recordações são despertados pelos estímulos sonoros, provocando importantes reações no indivíduo, de acordo com as suas experiências e dependendo de seu estado emocional. Quanto a isso, vejam que interessante. A Fundação do Real Automóvel Clube da Grã-Bretanha colocou a música "Cavalgada das valquírias", que abre o Ato III da ópera A Valquíria composta nos anos 1850, pelo alemão Richard Wagner, como a primeira da lista de músicas perigosas para se ouvir ao volante, uma vez que pode provocar fortes emoções (https://youtu.be/XRU1AJsXN1g). Acho que a maioria que assistiu ao filme Apocalipse Now, de 1979, vai se lembrar da cena dos helicópteros atacando uma vila vietnamita (https://youtu.be/nZ_zNUmr8fM). Assim, fica bem claro que a música pode auxiliar-nos, terapeuticamente, como abordagem complementar no tratamento de algumas doenças, desde questões dolorosas até mesmo questões cognitivas, relacionadas à atenção, interação e concentração. Temos, então, que a música, quando bem empregada, pode ser uma grande aliada nos processos de tratamento, uma vez que também trabalha nossa espiritualidade, influenciando, beneficamente em nossa saúde, já que a música traz em si energias que ajudam a renovar o tempo, o espaço e a existência daqueles que se deixam tocar pelos sons de boa qualidade. Poderíamos ficar dias e dias falando sobre música e sua influência sobre nossa mente e corpo, em especial músicas que mexem com minhas emoções, mas, vamos ficando por aqui, deixando espaço para um próximo episódio. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. Já a arte das capas dos episódios é feita pelo Gustavo Crispim. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco pelos endereços que estão na transcrição deste episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCvE-E-zthITBCsrNNJa0ytw) e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Caso queira, você pode nos encontrar nas diversas plataformas players de podcast, basta procurar por Podcast Mundo Espiritual na sessão de podcast. Ouça o áudio, leia o texto, curta, opine, comente, compartilhe...este é o Podcast Mundo Espiritual e ele é feito pra você. Para finalizar, Khalil Gibran, poeta libanês, que sempre gosto de citar, aqui falando sobre a música no livro A Voz do Mestre, de 1958. A Música é a linguagem dos espíritos. Sua melodia é como uma brisa saltitante que faz nossas cordas estremecerem de amor. Quando os dedos suaves da música tocam à porta de nossos sentimentos, acordam lembranças que há muito jaziam escondidas nas profundezas do Passado. Os acordes tristes da Música trazem-nos dolorosas recordações; e seus acordes suaves nos trazem alegres lembranças. A sonoridade de suas cordas faz-nos chorar à partida de um ente querido ou nos faz sorrir diante da paz que Deus nos concedeu. A alma da Música nasce do espírito e sua mensagem brota do Coração. Encerro com uma música que me marcou muito, quando tive a oportunidade de assistir a essa peça teatral e que me desperta fortes emoções: O fantasma da ópera, aqui com aquele que é considerado um dos melhores duetos: Sierra Bogges e Ramim Karimloo. É de arrepiar! Fiquem todos em paz e até nosso próximo episódio.


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