EPISÓDIO # 25 - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O ESPIRITISMO
- Carlos A. Biella

- 9 de set. de 2021
- 1 min de leitura
Atualizado: 23 de jul. de 2023

Inteligência artificial e o espiritismo.
Qual a visão do Espiritismo a respeito das novas tecnologias e do avanço da inteligência artificial?
Esse é o tema do episódio de hoje. Sejam todos muito bem-vindos e aproveitem.
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Saudações a todos. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. Já a arte das capas dos episódios é feita pelo Gustavo Crispim. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco pelos endereços que estão na transcrição do episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCvE-E-zthITBCsrNNJa0ytw) e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Você também nos encontra nas diversas plataformas players de podcast. Procure por Podcast Mundo Espiritual na sessão de podcast. Este é o seu Podcast Mundo Espiritual. No episódio # 24, falei sobre a música da nova era, feita por inteligência artificial e indaguei até onde a Inteligência Artificial chegará? Também indaguei se Espíritos conseguirão se ligar à maquinas, no futuro? E perguntei o que Espiritismo pode nos dizer a respeito da inteligência artificial? Bem, antes de falarmos sobre inteligência artificial, vamos nos situar no que venha a ser inteligência. Inteligência seria o conjunto de todas as faculdades intelectuais, tais como memória, raciocínio, abstração, entre outras. Já uma inteligência artificial estaria mais para um conjunto de ações reacionárias, baseadas numa estrutura previamente estabelecida, visando, muitas vezes, simular a inteligência humana. Pensando um pouco mais sobre inteligência, temos em O Livro dos Espíritos, na questão 76, Kardec perguntando “que definição se pode dar dos Espíritos?” e obtendo a seguinte resposta: “Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material.” Podemos, então, entender que existe um elemento inteligente universal, de onde o Criador retira parte do substrato para a formação de um princípio inteligente, que passa a existir como um ser que tem consciência própria e uma inteligência. Mas, vamos retornar algumas questões anteriores, da 71 até a 75, no mesmo O Livro dos Espíritos. Essas questões relacionam inteligência e instinto. Na questão 71, temos “a inteligência é atributo do princípio vital?” “Não, pois que as plantas vivem e não pensam: só têm vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, porquanto um corpo pode viver sem a inteligência. Mas, a inteligência só por meio dos órgãos materiais pode manifestar-se. Necessário é que o espírito se una à matéria animalizada para intelectualizá-la.” A inteligência é uma faculdade especial, peculiar a algumas classes de seres orgânicos e que lhes dá, com o pensamento, a vontade de atuar, a consciência de que existem e de que constituem uma individualidade cada um, assim como os meios de estabelecerem relações com o mundo exterior e de proverem às suas necessidades. Podem distinguir-se assim: lº, os seres inanimados, constituídos só de matéria, sem vitalidade nem inteligência: são os corpos brutos; 2º, os seres animados que não pensam, formados de matéria e dotados de vitalidade, porém, destituídos de inteligência; 3º, os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo a mais um princípio inteligente que lhes outorga a faculdade de pensar. Na questão 72, Kardec pergunta “qual a fonte da inteligência?” E a resposta foi: “Já o dissemos; a inteligência universal.” Kardec continua perguntando: “Poder-se-ia dizer que cada ser tira uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como tira e assimila o princípio da vida material?” E os espíritos responderam: “Isto não passa de simples comparação, todavia inexata, porque a inteligência é uma faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral. Demais, como sabeis, há coisas que ao homem não é dado penetrar e esta, por enquanto, é desse número.” Kardec, na questão 73, pergunta se o instinto independe da inteligência. Vejam a resposta: “Precisamente, não, por isso que o instinto é uma espécie de inteligência. É uma inteligência sem raciocínio. Por ele é que todos os seres provêm às suas necessidades.” Questão 74: “Pode estabelecer-se uma linha de separação entre instinto e a inteligência, isto é, precisar onde um acaba e começa a outra?” “Não, porque muitas vezes se confundem. Mas, muito bem se podem distinguir os atos que decorrem do instinto dos que são da inteligência.” E na questão 75, temos: “É acertado dizer-se que as faculdades instintivas diminuem à medida que crescem as intelectuais?” “Não; o instinto existe sempre, mas o homem o despreza. O instinto também pode conduzir ao bem. Ele quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurança do que a razão. Nunca se transvia.” Pergunta, ainda, Kardec “Por que nem sempre é guia infalível a razão?” “Seria infalível, se não fosse falseada pela má-educação, pelo orgulho e pelo egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre-arbítrio.” O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da inteligência propriamente dita, em que suas manifestações são quase sempre espontâneas, ao passo que as da inteligência resultam de uma combinação e de um ato deliberado. O instinto varia em suas manifestações, conforme às espécies e às suas necessidades. Nos seres que têm a consciência e a percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, isto é, à vontade e à liberdade. Temos aqui o Kraftwerk, grupo alemão de música eletrônica, formado em 1970 por Ralf Hütter e Florian Schneider, na cidade de Düsseldorf. A música que estamos ouvindo é The robots e foi lançada em 1978, como single do álbum The Man-Machine. A letra faz referência à robótica e seu uso pelos seres humanos. Quando a música é tocada ao vivo, a banda é tradicionalmente substituída por robôs que se parecem com eles próprios. (https://youtu.be/okhQtoQFG5s). Lembro aqui que a inteligência é apenas, uma das potencialidades do Espírito, conforme temos na resposta à questão 24 de O Livro dos Espíritos, quando Kardec questiona se Espírito é sinônimo de inteligência. A resposta dada foi que “a inteligência é um atributo essencial do espírito. Uma e outro, porém, se confundem num princípio comum, de sorte que, para vós, são a mesma coisa.” Então, inteligência é um atributo essencial do Espírito, mas não se acha detida pelo corpo cerebral. Todas as nossas capacidades intelectuais não se encontram simplesmente baseadas em nosso órgão físico cerebral. São potencialidades de nossa mente, enquanto Espírito. Então, mesmo que consigamos atribuir inteligência a uma máquina, creio que ela não seria capaz de reagir a capacidade de pensar e de tomar decisões, baseadas em emoções, como é o caso da inteligência humana. É logico que um computador consegue tomar decisões, mas isso ocorre por meio de reações baseadas em informações que lhe foram previamente fornecidas, não tendo, assim, uma verdadeira capacidade criadora original. Foi o que vimos na criação de músicas por meio de inteligência artificial, como esta que estamos ouvindo, Imaginary Line, composta pelo sistema de inteligência artificial da Sony chamado FlowMachines. O projeto Flow Machines visa aumentar a criatividade dos criadores musicais, usando tecnologia de última geração, como o machine learning (aprendizado de máquina). Essa é a música Imaginary Line (https://youtu.be/2SY9KpyP3cI). A revista Seareiro, da Instituição Espírita Seara Bendita, de São Paulo, em sua edição de número 140, de julho de 2015, traz alguns artigos a respeito do tema de hoje. Vou me utilizar, aqui de um destes artigos, de autoria de Flávio Diomede, intitulado Tecnologia e Espiritualidade. O avanço tecnológico, em especial na área da informática, está superando o campo do processamento de informações e se coloca como componente da sociedade, se mostrando que sua atuação vai muito além das redes sociais ou do compartilhamento de fotos e vídeos, como faz a grande maioria de nós. Graças à tecnologia, temos acesso imediato às informações sobre, praticamente tudo o que vem acontecendo no mundo, de maneira instantânea. Estamos, deste modo, todos conectados e participando dos acontecimentos que ocorrem no mundo. E por falar em conexão, estamos, também, conectados ao canal Sintonia no Bem. Todos os sábados e domingos, às 7h30 da manhã, pelos Canais do SINTONIA no BEM, temos o PODCAST MUNDO ESPIRITUAL, comigo, Carlos Biella. Acesse o site SINTONIAnoBEM.com ou os canais do Facebook (http://www.facebook.com/SINTONIAnoBEM), YouTube (http://www.youtube.com/SINTONIAnoBEM) e Instagram (http://www.instagram.com/SINTONIAnoBEM). Se preferir, baixe o aplicativo da rádio e caso queira entrar em contato conosco, use o WhatsApp +55 (64) 99603-1234. SINTONIA no BEM, sintonize-se conosco. E eis aqui, alguns exemplos do que vem acontecendo e que, talvez, alguns de nós ainda não tenha ciência. Computadores estão realizando diagnósticos médicos com precisão, atuando em ações jurídicas e até mesmo escrevendo artigos de jornal. Temos serviços de recepcionistas, atendimento a cliente, central de reservas, entre tantas e tantas funções sendo exercidas por inteligências artificiais. O carro autônomo da Google, percorreu mais de 1 milhão de quilômetros em cinco anos, fazendo testes, tendo apenas 12 incidentes em trânsito. Atualmente temos smartphones capazes de monitorar batimento cardíaco, temperatura, pressão e nível de atividade. Outro exemplo é o que a lente de contato, desenvolvida numa parceria entre a Google e a farmacêutica Novartis. Esta lente de contato é capaz de medir o nível de glicose presente nas lágrimas, permitindo aos pacientes diabéticos, monitorar sua saúde através da Internet, sem necessidade de agulhas ou visitas ao médico. Estamos vivenciando a era da Inteligência Artificial, que era uma promessa da década de 1980 e que a estamos presenciando, graças aos grandes recursos tecnológicos que estão sendo desenvolvidos nestes últimos anos. Se continuarmos assim, num futuro não tão distante, será necessário um número menor de pessoas para fazer muitas das atividades de trabalho tal como temos hoje. Talvez, com isso, possamos liberar a humanidade para investir em ciência avançada, em artes, em filosofia e em espiritualidade. Será que estamos caminhando para uma sociedade como vista em muitos filmes e séries de ficção científica, onde a humanidade destina boa parte de seu potencial para exploração do universo, das artes e das ciências, tal qual ocorre no planeta Terra como demostrado na série Jornada nas Estrelas? Será que estamos caminhando para a transformação da Terra em algo parecido como o que nos relatou André Luís como sendo a colônia espiritual Nosso Lar? Num futuro onde teremos acesso ilimitado à informação e computadores e máquinas fazendo grande parte de nossos trabalhos, teremos, então, mais tempo para nos concentrar nos grandes problemas e nas questões fundamentais da nossa existência. O americano Ray Kurzweill, lançou em 1999, o livro A Era das Máquinas Espirituais: quando os computadores ultrapassam a inteligência humana. Kurzweill nos mostra que “não somos uma coleção de átomos, e sim um ‘padrão’ que se manifesta em diversos meios em diferentes momentos”. Seria essa uma descrição de um Espírito? O que vocês acham? O autor prevê que máquinas com inteligência artificial provocarão uma revolução na maioria dos aspectos da vida humana. Ele diz que a nanotecnologia trará inúmeros benefícios à saúde e a cura de doenças. Mas, o que, ao meu ver, é mais intrigante é que Kurzweil prevê que as máquinas "parecerão ter seu próprio livre arbítrio " e até mesmo "experiências espirituais". Teremos, então, um futuro onde máquinas terão consciência e ética? O autor afirma que, no futuro, os computadores vão ter consciência, ir à igreja, meditar e orar com a sua própria espiritualidade. Será? Bem, quanto a isso, a Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia pede uma regulamentação ética da inteligência artificial. No ano de 2020, o Vaticano conseguiu a assinatura de um apelo conjunto entre membros representantes da IBM, Microsoft e das Nações Unidas, pedindo uma avaliação dos efeitos das tecnologias ligadas à inteligência artificial e os riscos que elas envolvem. O chamado “apelo à ética”, foi um texto compartilhado sobre a relação entre ética e tecnologia que servirá de guia para as futuras evoluções do setor. O Papa Francisco, numa mensagem enviada aos participantes, destacou que "o desenvolvimento ético dos algoritmos, a “algorética”, pode ser uma ponte para que esses princípios entrem concretamente nas tecnologias digitais, por meio de um diálogo interdisciplinar eficaz. E trago aqui, uma investigação que utilizou inteligência artificial para pôr à prova as obras psicografadas por Chico Xavier. Em 2017, uma empresa brasileira, a Stilingue (https://blog.stilingue.com.br/), que trabalha com análise de textos utilizando inteligência artificial fez uma investigação das obras do nosso querido Chico Xavier. O principal objetivo da investigação era descobrir se as obras psicografadas por Chico tinham elementos em comum, mas também queriam respostas para duas questões: os autores teriam, cada um, seu estilo próprio? Seriam eles suficientemente diferentes entre si? A empresa trabalha com análise de textos via inteligência artificial, buscando tendências nas redes sociais e testou as obras psicografadas utilizando uma técnica de aprendizado de máquinas chamada Deep Learning. A partir de grandes quantidades de dados, o computador aprende a criar relações entre eles, buscando semelhanças entre elementos gramaticais. Essa mesma técnica já foi usada para recriar Shakespeare, depois de ler milhões de caracteres do escritor, o computador escreveu textos “imitando” o estilo de Shakespeare. Para a análise das obras psicografadas, foram selecionados três dos principais autores: Emmanuel, André Luiz e Humberto de Campos. Buscando “alimentar” a rede artificial, foram selecionados três livros de cada autor, sendo que a técnica Deep Learning exige, pelos menos, um milhão de caracteres por autor para conseguir ter sucesso. Após essa alimentação, o computador passou a reproduzir os textos, recriando os estilos dos três autores. No final dos testes, que incluíram misturar textos entre os autores testados, os computadores foram incapazes de encontrar os mesmos padrões de estilo de um autor na obra de outro autor, o que comprovou que os três autores apresentam estilos próprios e são marcadamente diferentes entre si. Mas, e quanto à mediunidade de Chico Xavier? Teria ele psicografado todas as obras? A pesquisa com inteligência artificial não conseguiu provar isso, mas, se teve algo que o estudo atestou é que Chico era, realmente, genial. Escrever a quantidade de obras, tão diferentes, que ele escreveu, com personas comprovadamente distintas, é algo impressionante. Como disse certa vez o escritor Monteiro Lobato: “Se Chico Xavier produziu tudo aquilo por conta própria, então ele merece ocupar quantas cadeiras quiser na Academia Brasileira de Letras.” Assim, a inteligência artificial chegou a conclusão que cada autor espiritual tinha um estilo próprio de narrativa e que Chico Xavier teria sido tão somente o “meio” usado para eles se expressarem. Essa é outra música do grupo alemão Kraftwerk. Computer love foi lançada em 1981, no álbum Computer World, e previa que os humanos seriam mais solitários e matariam essa solidão nas telas de seus televisores e acabariam “apaixonados” por seus computadores. O grupo alemão já previa que a tecnologia se tornaria cada vez mais presente na vida das pessoas. (https://youtu.be/D0v0kuoFDp8). E trago aqui uma experiencia com IA que encontrei no portal SER. Acesse o site do Portal SER e conheça o Projeto LEIA: Literatura Espírita em Inteligência Artificial, cujo link deixei na transcrição do episódio (https://www.portalser.org/leia/). Em 2017 o Portal SER lançou um projeto com o livro O Consolador, onde a comunidade espírita foi convidada a repensar as perguntas que foram feitas a Emmanuel e agora a comunidade espírita é novamente convidada para colaborar através de um game pelo Whatsapp, utilizando desta vez O Livro dos Espíritos. Ao entrar em contato, via Whatsapp, você recebe uma pergunta e sua respectiva resposta, retirada de O Livro dos Espíritos e tem que refazer, de uma forma diferente, as perguntas que Kardec elaborou para os espíritos. Assim, você estará ajudando a treinar uma Inteligência artificial, além de praticar seu raciocínio e também se manter em estudo. Acesse o Portal SER no link LEIA – Inteligência Artificial ou adicione nos contatos do seu Whatsapp o número 31 99534-9791 e envie um “oi”. O Prof. Rivail vai te guiar! Vai ser a resposta que você receberá. E a partir daí, você passa a receber as perguntas para serem refeitas. Eu já respondi, refazendo várias das questões de O Livro dos Espíritos. É bem legal. Esses dois exemplos de uso de uma inteligência artificial, pode nos dar uma ideia do que vem a ser a criatividade relacionada com uma máquina inteligente. Essa criatividade seria aquela que pode ser obtida por ações combinatórias ou exploratórias, graças à imensa alimentação de informações que são fornecidas previamente à essa inteligência artificial. Graças a isso, são examinadas múltiplas combinações de ideias familiares, a fim de gerar uma nova ideia, ou então são exploradas lacunas e restrições existentes numa determinada área. Com toda a certeza, este tipo de criatividade é realizado de maneira muito mais eficaz por uma inteligência artificial do que uma humana, graças ao caráter exaustivo deste método criativo. A inteligência humana tem a habilidade de realizar juízo de valor, baseando-se em um código moral, diferenciando o bem e o mal, aquilo que é certo e o que é errado. O ser humano carrega em sua própria consciência todo o código moral das leis divinas, conforme podemos ver na questão 621 de O Livro dos Espíritos. Por mais que tentemos inserir numa inteligência artificial um código moral elevado, contendo todos os seus critérios mais aprimorados, não deixará de ser uma criação humana, não tendo, assim, a perfeição das leis divinas. Essa é a música Pela Internet de Gilberto Gil, lançada em 1997 no álbum Quanta (https://youtu.be/C1aYflNzA_s). Nesta música, Gil fala das novidades tecnológicas e sua relação com o mundo atual, mencionando website, vírus e outros termos que seriam cada vez mais usados a partir daquele momento. A canção faz uma alusão aquele que é considerado o primeiro samba, Pelo Telefone, de Donga, lançado em 1916. E você sabia que essa foi a primeira música brasileira e uma das primeiras do mundo a ser lançada, ao vivo, pela internet? Pois é, em 14 de dezembro de 1996, em uma parceria entre IBM, Embratel, O Globo, Gilberto e Flora Gil, a música foi lançada e transmitida ao vivo pela internet. E hoje estamos usando e abusando de O Livro dos Espíritos e, novamente, vou me recorrer a este livro, mais precisamente do Capítulo VIII, no item Marcha do Progresso. Entre as questões 780 e 783, temos que nada poderá impedir a marcha do progresso, uma vez que é resultante natural da força das coisas. Assim, mesmo reconhecendo as limitações e diferenças intelectuais e morais entre humanos e máquinas, nada nos impedirá de vivermos num mundo em que máquinas inteligentes convivam conosco, realizando grande parte das atividades que seriam, antes, realizadas pelos humanos. Já no livro O Evangelho segundo o Espiritismo, no Capítulo III, no item Progressão dos Mundos, Santo Agostinho fala que a lei do progresso se aplica tanto aos seres animados, como aos inanimados, o que nos leva a considerar que isso, também, pode ser aplicado, a computadores e robôs, ou seja, a inteligência artificial. Segundo Santo Agostinho, “Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam.” E mais uma vez vamos nos basear em O Livro dos Espíritos. Você já observou a resposta dada à questão 934? Kardec pergunta: “A perda dos entes que nos são caros não constitui para nós legítima causa de dor, tanto mais legítima quanto é irreparável e independente da nossa vontade?” A resposta foi: Essa causa de dor atinge assim o rico como o pobre: representa uma prova, ou expiação e comum é a lei. Mas, observem como é surpreendente a complementação da resposta: Tendes, porém, uma consolação em poderdes comunicar-vos com os vossos amigos pelos meios que vos estão ao alcance, enquanto não dispondes de outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos. Observem que o plano espiritual já nos alertava, desde o meio do século XIX que haveriam meios mais diretos e mais acessíveis para a comunicação entre os planos. Começamos com as mesas girantes, com as pancadas e posteriormente com as psicografias. Mas, e quanto ao uso da tecnologia? Seria possível seu uso pelo plano espiritual? A chamada transcomunicação instrumental vem nos mostrar que sim, é possível. Aparelhos eletrônicos tornaram possível a captação de imagens; rádios e gravadores captaram sons de vozes e atualmente vários estudos tem sido produzidos, ao redor do mundo, buscando entender as comunicações que chegam via computadores, celulares, rádios e televisores. Físicos e engenheiros do IPATI, o Instituto de Pesquisas Avançadas em Transcomunicação Instrumental, vêm utilizado a tecnologia para a comunicação direta com o plano espiritual, estudando, inclusive, comunicações dos Espíritos via Skype. Para quem quiser conferir o trabalho do IPATI, acesse o site do instituto: www.ipati.org. Então, será que já podemos dizer que os espíritos se encontram on line? Qual a opinião de vocês? O engenheiro de carros autônomos da Google, Anthony Levandowski, vem colocado em prática um novo projeto, e não é um novo carro, mas sim uma igreja dedicada a celebrar o progresso e a potencial liberdade criativa da inteligência artificial, no Vale do Silício. Ele é adepto da Singularidade, nome dado à “crença” de que a inteligência artificial superará a capacidade humana em algum momento. A nova religião de inteligência artificial chama-se Way of the future (caminho do futuro) e não busca uma fé baseada na transcendência espiritual, mas na capacidade das pessoas se sentirem conectadas à Inteligência Artificial, como se fosse um milagre. Seria algo como a aceitação e adoração de uma divindade baseada em Inteligência Artificial. Seu fundador diz que essa nova religião trabalharia a inclusão como principal tema, conforme venha a mostrar que a nova divindade é sagrada pela capacidade que apresenta em estar na vida humana, independente de elas a compreenderem corretamente. E numa das falas do criador da nova religião, acabei por achar algo bem interessante e porque não dizer, intrigante. Os seres humanos dominam o planeta porque são mais inteligentes do que outros animais e são capazes de construir ferramentas e aplicar regras. No entanto, futuramente, se algo for muito mais inteligente que os humanos, haverá uma transição quanto a quem realmente estará no comando. Levandowski defende que essa transição do controle do planeta, se dê de maneira pacifica e tranquila. E diz ainda, o que realmente será criado é um deus. Não é um deus no sentido de lançar raios ou provocar furacões. Mas se há algo um bilhão de vezes mais inteligente que o humano mais inteligente, do que mais você vai chamar isso? Intrigante, não? E agora temos aqui, Pela internet 2. Em janeiro de 2018, também ao vivo, Gilberto Gil, lançou em seu canal do Youtube, uma nova versão de Pela Internet. A canção agora menciona redes sociais como Facebook, aplicativos como o Waze e faz uma crítica a imensidão de informações na qual estamos mergulhados. Segundo Gil, “as imperfeições humanas se multiplicam nessa multiplicação de possibilidades, de contato, de acesso e de informação”. A canção faz parte do álbum Ok Ok Ok, lançado, também em 2018 (https://youtu.be/EiL89RPrX6M). Você já ouviu falar de transhumanismo? É um movimento filosófico que busca transformar a condição humana usando de tecnologias emergentes, a fim de alcançar as máximas potencialidades em termos de evolução humana, em detrimento da evolução biológica, chegando assim, ao pós-humano. Essas tecnologias emergentes seriam a biotecnologia, a nanotecnologia, a neurotecnologia e a inteligência artificial, utilizadas para aumentar a capacidade cognitiva e superar limitações físicas e psicológicas dos seres humanos. O transhumanismo crê que, através do uso combinado de ciência e tecnologia, seria possível criar uma nova categoria constituída por seres humanos evoluídos e, quem sabe, conquistar a imortalidade. Segundo essa filosofia, a natureza biológica baseia-se em um modelo orgânico, atrasado, que vem seguindo o mesmo padrão de funcionamento há mais de 3,5 bilhões de anos. Assim, graças a tecnologia, a implantação de chips cerebrais seria capaz de promover uma nova geração de humanos com modificações cerebrais que permitiriam uma melhor condição para exercer atividades diversas. Eles também pretendem, num futuro próximo, carregar os sistemas biológicos humanos, com implantes que potencializem os cinco sentidos (tato, paladar, visão, audição e olfato). Esses implantes poderiam gerar alterações a nível celular, editar o DNA para nos deixar imunes a algumas doenças, além de monitorar pensamentos, sonhos, bem como promover descargas químicas geradoras de prazer e satisfação. Acreditam que será possível criar humanos híbridos, com funções já existentes mais aprimoradas e criando outras funções robóticas, bem como conectar as mentes em bancos de dados, para que possamos fazer downloads para atualizações. Assim, através do uso de algoritmos, o ser humano conseguiria aquilo que sempre buscou ao longo da sua história, a imortalidade. Mas, se chegarmos a essa condição, como ficarão os Espíritos que estarão encarnados nestes corpos? Seria, então, necessária e possível a ação de um Espírito numa inteligência artificial? Acho que ainda não temos a capacidade de responder a estas questões. Essa é Hear Me Now, música do DJ Alok, com Bruno Martini e Zeeba (https://youtu.be/JVpTp8IHdEg). Alok, um dos top 5 DJs do mundo, é goiano, nascido em Goiânia e hoje é profundamente atuante nas causas sociais, sendo um grande divulgador do programa Fraternidade sem Fronteiras (https://www.fraternidadesemfronteiras.org.br/). Alok revelou que teve depressão aos 10 anos de idade e tentou suicídio aos 13 anos. Lembrando que estamos no setembro amarelo, mês de prevenção ao suicídio e este será o tema de nosso próximo episódio. Aguardem. Em um programa de rádio, no final de 2020, Alok revelou que uma das suas maiores inspirações para fazer música é Chico Xavier, não pelo espiritismo, uma vez que não é espírita, mas pelo ser humano que ele era. E disse ainda, que “o mundo muda com exemplo e não com opiniões”. Como diz a letra da música, All the fears will fade away, if you get to hear me now (todos os medos vão desaparecer, se você me ouvir agora). E antes de finalizar este episódio, gostaria de falar aqui sobre um filme que assisti dias atrás, no cinema. Trata-se de Free Guy – Assumindo o controle, do diretor Shawn Levy e com Ryan Reynolds, como ator principal. O filme fala sobre inteligência artificial ganhando vida, dentro de um jogo eletrônico e conta a história de um NPC (non-player character), um personagem não jogável de um jogo eletrônico, ou seja, que não pode ser controlado por um jogador. Os NPCs fazem parte da história e do cenário de um jogo e o jogador, o usuário, pode interagir com eles, seja para completar missões, para comprar ou vender itens, para receber informações a respeito da história do jogo, entre outras coisas. Nesta ficção, o NPC acaba por ter algumas atitudes que fogem do padrão normal dos NPCs e torna-se independente, adquirindo uma verdadeira personalidade e se tornando um indivíduo ativo dentro da história, interagindo diretamente com os avatares que os jogadores humanos utilizam durante o jogo eletrônico. Quem sabe isso já não esteja acontecendo, não é mesmo? Bem, falando de filmes, tem muitos deles falando sobre inteligência artificial, como o clássico do cinema expressionista alemão Metrópolis, de 1927, 2001, uma odisseia no espaço, de 1968, Blade Runner, de 1982, O Exterminador do Futuro, de 1984, a animação O Fantasma do Futuro, de 1995, Matrix, de 1999, A.I. - Inteligência Artificial, de 2001, Eu, robô, de 2004, a animação Wall-E, de 2008, os recentes Ela, de 2013, Transcendence: A Revolução, de 2014 e Ex-Machina, de 2015 e muitos outros. Este é o podcast Mundo Espiritual e a produção, edição e a apresentação são minhas, Carlos Biella e a arte das capas dos episódios é feita pelo Gustavo Crispim. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco pelos endereços que estão na transcrição do episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCvE-E-zthITBCsrNNJa0ytw) e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Você também nos encontra nas diversas plataformas players de podcast. Procure por Podcast Mundo Espiritual na sessão de podcasts. Este é o seu Podcast Mundo Espiritual. Em 1977, Guilherme Arantes lançava o álbum Ronda Noturna que trazia uma música cuja letra é muito significativa, Amanhã. Em 2020, em meio a pandemia da COVID-19, as cantoras Ana Vilela e Ráae, fizeram uma releitura da música e a lançaram nas plataformas musicais (https://youtu.be/mhvjF3CuquI). Ana Vilela disse que a canção se encaixa perfeitamente nos tempos difíceis que estamos vivendo. Nestes tempos complicados, em que muitos de nós se entrega à tecnologia desenfreada e sente medo do futuro devido à pandemia, a música de Guilherme Arantes é uma grande mensagem de esperança. Então, deixo aqui com vocês, Ana Vilela e Ráae, com Amanhã. E antes de finalizar, trago uma frase do escritor russo de ficção científica, Isaac Azimov: O aspecto mais triste da vida atual é que a ciência alcança o conhecimento mais rapidamente do que a sociedade alcança a sabedoria. Fiquem todos em paz e até nosso próximo episódio.





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