EPISÓDIO # 35 - MUDE A SINTONIA
- Carlos A. Biella

- 26 de mai. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 23 de jul. de 2023

Mude a sintonia.
Sabe aqueles momentos da vida em que parece que tudo dá errado? Parece que tudo conspira contra nós! Então, nesses momentos, o melhor a fazer é mudar a sintonia. Este é o tema do episódio de hoje. Sejam todos muito bem-vindos e aproveitem.
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Saudações a todos. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco. Os endereços estão na transcrição do episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas plataformas players de podcast. É, muitas vezes nós temos que mudar de sintonia, principalmente quando estamos ouvindo ou assistindo notícias ruins sendo veiculadas. A mídia explora e extrapola a veiculação de notícias ruins e, aqui vai mais uma notícia ruim, essa especialmente para você que gosta de acompanhar notícias ruins que são veiculadas pela mídia televisiva e também nas redes sociais: você está correndo sério risco de desenvolver doenças, devido à deficiência em seu sistema imunológico. Assustei você? Pois é, foi essa minha intenção. Eu falei em sistema imunológico e podemos definir imunidade como sendo nossa capacidade de resistir e reagir a um agente causador de doença. Temos uma imunidade que é natural, que pode ser inata, que é aquela que temos desde o nascimento, enquanto que a imunidade adaptativa é aquela que adquirimos durante a vida. Temos, também, a imunidade ativa, que é aquela que ocorre quando o próprio organismo produz uma resposta frente ao ataque de vírus e bactérias, por exemplo, além da imunidade passiva, que é conferida pelas vacinas, onde nosso organismo é estimulado a produzir defesas especificas contra alguns agentes causadores de doenças. O que é interessante é que, quanto mais ficamos em estado de atenção e estresse, mais causamos danos ao nosso sistema de defesa e baixamos nossa imunidade. Nosso cérebro é composto por três partes, a mais interna, a base, é chamado de cérebro reptiliano e comanda nossos instintos; a parte mais externa é o neocortex e comanda a razão; já a parte intermediaria é o cérebro límbico, que comanda nossas emoções. A parte considerada inconsciente, que é o cérebro reptiliano, instintivo e a parte que comanda nossas emoções, o cérebro límbico, representam cerca de 90 % de nossas ações cerebrais. Assim, quanto mais notícias ruins vamos assistindo, mais vamos impactando nosso emocional, afetando, com isso, nossa imunidade. Seria algo como, ao pensarmos muito em coisas ruins, o que ocorre quando nos ligamos às notícias ruins, nós como que desligamos a parte racional e exacerbamos nossas emoções e instintos. Um estudo de 2006, publicado no Journal of Neuroscience, indicou que o efeito Nocebo é provocado pelo estresse. Efeito Nocebo é aquele que ocorre quando uma pessoa desenvolve sintomas e efeitos colaterais de uma doença ou de um medicamento, simplesmente porque leu a bula ou alguma notícia, ou ainda, foi alertado sobre tal possibilidade. E, este mesmo estudo, mostrou que as más notícias estimulam o estresse. Uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, e publicada em 2018, acompanhou mais de 1100 pessoas por 10 anos e concluiu que estresse por pequenos problemas, por mais de 24 horas, afetam o sistema imunológico e predispõe a doenças crônicas. Já outro estudo da Universidade da California, esse mais recente, de 2020, com mais de 4000 voluntários, comprovou que a exposição prolongada a notícias de tragédias e catástrofes pode levar a danos mentais e físicos. Ou seja, tem momentos da vida da gente em que o melhor a fazer é realmente, mudar a sintonia. Tim Bernardes é um músico paulistano, um dos componentes do trio O Terno. Aqui com “Quis mudar”, canção dele que está no álbum solo Recomeçar, de 2017. https://youtu.be/YT-hl5Dvgs0 Pois então, se vamos falar sobre mudança de sintonia, antes de mais nada, vamos entender o que é sintonia. Segundo alguns dicionários, sintonia tem a ver com harmonia, com modo semelhante de pensar, de sentir; estar de acordo, em equilíbrio, tem a ver com reciprocidade. Podemos dizer que é aquilo que faz com que alguém se aproxime de outra pessoa. A afinidade entre duas ou mais pessoas. Na radiofonia, sintonia é a condição de dois sistemas que podem emitir e receber ondas elétricas a partir de uma mesma frequência. Então, se o sinal está ruim, mude a sintonia! Todos nós estamos conectados através de nossos pensamentos e nossas atitudes, ou seja, tudo o que fazemos, de alguma maneira, influencia alguém. Emitimos ondas energéticas que podem ser captadas por outros espíritos. É assim que ocorre a orientação espiritual. Então, se a orientação está ruim, mude a sintonia! Buscando significado de sintonia na Psicologia, temos que é a condição de quem estabelece uma relação harmônica ou de correspondência com o meio. E nós nos conectamos com o meio e influenciamos e somos influenciados pelo meio em que nos encontramos. Então, as coisas estão ruins? Mude a sintonia! Será que vencer é tão importante assim? No dia 02 de dezembro de 2012, em uma corrida de cross-country, em Burlada, no estado de Navarra, na Espanha, o atleta espanhol Iván Fernández Anaya estava em segundo lugar, um pouco atrás do líder da corrida, o queniano Abel Mutai, que fora medalhista de bronze nos 3.000 metros com obstáculos nas Olimpíadas de Londres, meses antes. Quando entrava na reta final, Iván Fernández viu o corredor queniano se enganar a poucos metros da chegada, diminuindo o ritmo e começando a cumprimentar o público, acreditando que já havia cruzado a linha de chegada e vencido a prova. Iván Fernández o alcançou, mas não se aproveitou do erro do queniano, para vencer a corrida. Como o queniano não falava espanhol e o espanhol não entendia inglês, por meio de gestos, o atleta espanhol, guiou o queniano até a linha de chegada, deixando-o cruzar primeiro. "Eu não merecia ganhar", disse o atleta espanhol. "Eu fiz o que tinha que fazer. Ele foi o vencedor legítimo. Ele criou uma lacuna que eu não poderia ter fechado se ele não tivesse cometido um erro." Ao ser questionado por um jornalista que insistia dizendo: Mas, você poderia ter ganho a prova! Ivan concluiu: Mas, qual seria o mérito da minha vitória? Em maio de 2019, na Corrida Internacional de 10 quilômetros de Okpekpe, na Nigéria, o corredor queniano Simon Cheprot estava a poucos metros de chegar no final da prova, mas parou para socorrer o também queniano Kenneth Kipkemoi que passou mal perto da linha de chegada, caindo ao chão e não conseguindo ficar em pé. Cheprot levantou seu companheiro e o carregou até a linha de chegada, onde o atleta foi socorrido. Mesmo perdendo a chance da vitória, Cheprot, creditou seu gesto ao ensinamento dado por seu pai, dizendo que foi a primeira coisa que veio em sua mente quando viu Kipkemoi passando mal na pista de corrida. O que o pai de Simon Cheprot lhe ensinou foi: “Quando você está andando e encontra uma pessoa doente na estrada, ajude-a. Não a deixe.” Pois então, esses dois exemplos mostram que é melhor ter coração de ouro do que conquistar uma medalha de ouro! Muitos de nós ainda pode achar essas atitudes um tanto quanto estranhas, mas, um dia, todos viveremos em um mundo onde atitudes como estas sejam, simplesmente algo normal. Ética e respeito são princípios que devem ser cultivados por todos nós e ser repassados, de geração em geração. Independente de religião, raça, partido político, classe social, todo ser humano deveria se pautar na ética, no respeito e na solidariedade. Mas, se você, também, achou estranha esta atitude de Iván Fernandes e de Simon Cheprot, talvez esteja na hora de você mudar de sintonia. Nossa sintonia, assim como nossas escolhas trazem consequências. Essa é uma frase que todos nós entendemos, independentemente de crença religiosa, ou mesmo da ausência de uma crença religiosa Muitas pessoas que se dizem religiosas, questionam Deus quando de suas dores, dizendo, que, se Deus é justo e bom, porque nos permite a dor? Ora, Deus não nos permite a dor. Mas, então, porque a dor? Porque sofremos? É simples! Sofremos, porque ainda somos imperfeitos, como nos diz Kardec no livro Céu e Inferno, no capítulo 6, Código Penal da Vida Futura. Ali temos que o bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos. Então, se você está sofrendo, quem sabe se não está na hora de mudar de sintonia? Hein? Não é Deus que nos imputa a dor, somos nós mesmos, pelos nossos atos, nossas escolhas, pela nossa sintonia. Lembrando que dor é consequência e não causa. E ninguém vem a esse mundo para sofrer e sim para progredir, é o que está na questão 166 de O Livro dos Espíritos. Kardec pergunta: “Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?” A resposta foi: “Sofrendo a prova de uma nova existência”. Por isso a reencarnação! Nossas escolhas baseiam-se no que trazemos como comportamento, que é o resultado de experiências atuais somadas às adquiridas com as diferentes reencarnações. Todos trazemos uma história que pode ser boa ou ruim, mas à qual irá se somar as experiências que tivermos nessa nova passagem pelo mundo material. Então, se quisermos não mais sofrer com as dores que nos acometem, melhor mudar nossa maneira de ser, de agir e de pensar. Ou seja, melhor é mudar de sintonia. É muito difícil mudarmos nossa maneira de ser, de pensar e agir, não é mesmo? Difícil sim, mas não impossível. Primeiramente é necessário enxergar a si mesmo. Temos necessidade de mudança, de novas escolhas, ou então ficaremos tendo também, as mesmas consequências e os mesmos resultados. Quando fazemos, por exemplo arroz e a receita pede um tanto de sal e nós colocamos 3 vezes mais, o arroz ficará salgado. Se toda vez que eu repetir essa receita colocar a mesma quantidade de sal, sempre ela resultará no mesmo resultado. Portanto, atitudes iguais, resultados iguais. No livro Pensamento e Vida, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier e lançado em 1958, existe uma importante mensagem a respeito da vida em sociedade, no Capítulo 18, intitulado Sociedade. Emmanuel inicia o capítulo assim... “A sociedade humana pode ser comparada a imensa floresta de criações mentais, onde cada espírito, em processo de evolução e acrisolamento (depuração), encontra os reflexos de si mesmo. Aí dentro os princípios de ação e reação funcionam exatos”. Vale a pena ler o capítulo todo. A comparação da sociedade com uma floresta é pertinente ao tempo em que o livro foi escrito, ou seja, 1958. Uma floresta é um ecossistema, um conjunto de seres que interagem entre si e com os fatores ambientais. E a conexão entre as pessoas, ocorria de modo muito diferente do que temos atualmente. Todos somos conectados de alguma maneira, principalmente pelo pensamento, que nos conecta a todo instante. Nossa mente é mais poderosa que um computador e emite ondas, que são os pensamentos, que nos ligam uns aos outros. Assim ocorre a sintonia entre nós! Portanto, quando falamos em mudar de sintonia, significa, mudar nossa atitude, mudar nosso pensamento. E temos muitos exemplos de mudança de sintonia, dentro dos Evangelhos. São muitos os personagens que entenderam a necessidade desta mudança de sintonia, como podemos ver em outro livro de Emmanuel, Pão Nosso, de 1950, também psicografado por Chico Xavier, no capítulo 33 – Trabalhemos também. Diz Emmanuel: “No Evangelho, vemos Madalena arrastando dolorosos enganos, Paulo perseguindo ideais salvadores, Pedro negando o Divino Amigo, Marcos em luta com as próprias hesitações; entretanto, ainda aí, contemplamos a filha de Magdala, renovada no caminho redentor, o grande perseguidor convertido em arauto da Boa Nova, o discípulo frágil conduzido à glória espiritual e o companheiro vacilante transformado em evangelista da Humanidade inteira. O Cristianismo é fonte bendita de restauração da alma para Deus.” Todos são exemplos de mudança de sintonia. Assim, se realmente quisermos mudar de sintonia, devemos nos atentar à questão 625 de O Livro dos Espíritos e seguir nosso guia e modelo, Jesus. Ou então, seguir a letra da canção do Pe. Zezinho. “O que é preciso para ser feliz?” Amar como Jesus amou. Sonhar como Jesus sonhou. Pensar como Jesus pensou. Viver como Jesus viveu. Sentir o que Jesus sentia. Sorrir como Jesus sorria. Ou seja, questão 625 de O Livro dos Espíritos: Jesus, nosso guia e modelo. E aqui temos a linda canção Amar como Jesus Amou, do Padre Zezinho, aqui na versão de Fernanda Takai, cantora, compositora e instrumentista brasileira, que veio lá do Amapá e foi vocalista da banda Pato Fu. Essa música foi lançada em 2014 no álbum Na Medida do Impossível. Aqui Fernanda Takai com a participação do padre Fábio de Melo. Então, se realmente quisermos mudar nossas atitudes e nos aprimorarmos, temos que nos sintonizar diretamente com os exemplos e atitudes do Cristo. Esse é o caminho que temos que seguir, como mostra o Evangelho de João (Jo 14:6). Tomé pergunta a Jesus a respeito do caminho a seguir e Jesus diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém se desloca ao Pai se não for por mim”. Pois bem. Caminho é algo que liga dois pontos, e neste caminho, tudo o que vai, também volta. Imagine-se furando um poço em busca de água. Você estará criando um caminho. Quando esse caminho atingir a água, esta voltará pelo mesmo caminho. O caminho citado por Jesus é o que nos liga a Deus e tudo o que caminha em direção à Deus, também volta em nossa direção. Nossos pensamentos (em forma de oração), levando boas energias, também podem nos trazer boas energias. Quantos questionam porque vivemos tão pouco? Porque neste curto espaço de tempo que é do berço ao túmulo, muitos sofrem tanto, enquanto outros só se dão bem? Porque alguns tem que passar por tantos problemas? Essas eram as grandes dúvidas de Saulo de Tarso, especialmente após a morte de sua amada, Abigail. É exatamente neste ponto que ocorre a grande mudança de sintonia de Saulo. Quem não conhece a história, leia o livro Paulo e Estevão, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier e lançado lá em 1942. Mas, voltemos ao capítulo 18 do livro Pensamento e Vida, que citamos anteriormente. Em determinado ponto do texto, Emmanuel diz: “Sociedades que ontem escravizaram o braço humano são hoje obrigadas a afagar, por filhos do próprio seio, aqueles que elas furtaram à terra em que se lhes situava o degrau evolutivo. Hordas invasoras que talam os campos de povos humildes e inermes, neles renascem como rebentos do chão conquistado, garantindo o refazimento das instituições que feriram ou depredaram. Agrupamentos separatistas, que humilham irmãos de cor, voltam na pigmentação que detestam, arrecadando a compensação das próprias obras. Citadinos aristocratas, insensíveis aos problemas da classe obscura, depois de respirarem o conforto de avenidas suntuosas costumam renascer em bairros atormentados e anônimos, bebendo no cálix do pauperismo os reflexos da crueldade risonha com que assistiram, noutro tempo, à dor e à dificuldade dos filhos do sofrimento.” É uma fala pesada, mas que reflete muito bem o que nós somos e a necessidade que temos de mudar nossas atitudes para não sofrermos com a dores que virão como consequência de nossos atos. Certa vez, não me recordo onde, ouvi essa metáfora usada por Haroldo Dutra Dias. Deus tem um casal de pastores para cuidar de nós, suas ovelhas: o pastor Amor e a pastora Dor. Quem guia a jornada é o pastor Amor, no entanto, quando uma das ovelhas se desgarra e se afasta demais, é a pastora Dor vai busca-la. Assim, a função da dor é trazer o espírito para a normalidade do processo evolutivo. É por falta de uma solidariedade social, que você, ou eu, ou nós, podemos, noutra encarnação, ter uma experiência paupérrima, para aprender a sermos caridosos e solidários. Então, ainda dá tempo de mudar a sintonia... Precisamos mudar nosso ângulo de visão e deixar de ver tudo aquilo que nos aflige, que nos traz dor e sofrimento, como sendo castigo divino e passarmos a ver como oportunidades de aprimoramento espiritual. Com certeza, ainda dá tempo de mudarmos a sintonia... Assim, na mudança do presente a gente molda o futuro, como diz a letra de uma música... Essa é a música “Até Quando?”, e esse é Gabriel, o pensador. Essa música foi lançada em 2001 no álbum Seja Você Mesmo (mas não seja sempre o mesmo). (https://youtu.be/rH5TRzmOVFo) Ah, deixa eu colocar esse pedaço novamente! E voltamos, novamente, ao texto do livro Pensamento e Vida. Emmanuel finaliza dizendo: “Em todas as épocas, a sociedade humana é o filtro gigantesco do espírito, em que as almas, nos fios da experiência, na abastança ou na miséria, na direção ou na subalternidade, colhem os frutos da plantação que lhes é própria, retardando o passo na planície vulgar ou acelerando-o para os cimos da vida, em obediência aos ditames da evolução”. Vejam bem, a sociedade é o filtro que absorve as impurezas dos espíritos e todos colhemos os frutos da plantação que fazemos. Essa é a Lei de ação e reação. Somos nós mesmos que retardamos o passo na planície vulgar ou aceleramos o passo para os altos cumes da vida, em obediência aos princípios da evolução. Somente conseguiremos construir uma sociedade melhor, quando os indivíduos forem mais solidários entre si. Portanto, deixemos de lado os radicalismos, os preconceitos, os extremismos, o partidarismo político, enfim, mudemos nossa sintonia para sermos mais solidários e assim construirmos uma sociedade mais humana. Deixemos de lado muita coisa que acaba por criar inimizades e desavenças, como temos visto, mesmo dentro do próprio Movimento Espírita. Uma sociedade que se embasa em disputas por pontos de vista e interesses, tende a ruir e se extinguir, como vimos, na história humana, acontecer com tantas sociedades e culturas. Deixemos de corromper a sociedade na qual estamos inseridos. Precisamos, sim, é de solidariedade. Neste sentido de construção de uma sociedade, as ideias podem se chocar, mas os seres humanos, nunca. Desavenças que ocorrem, muitas vezes por idealismos, podem até acontecer, mas os choques entre os seres não devem acontecer de forma nenhuma. A pandemia nos trouxe algumas lições. O vírus não escolhe cor, raça, preferência sexual, partido político, classe social, nada. Todos estamos sujeitos e, neste ponto, o vírus, em sua insignificância microscópica, nos mostra, através de seu processo infeccioso e de suas consequências, que todos estamos sujeitos e que, acima de tudo, somos todos iguais. Ao longo deste episódio, estamos ouvindo ao fundo a Sonata para Dois Pianos em Ré Maior (https://youtu.be/tT9gT5bqi6Y), que foi composta em 1781 por Wolfgang Amadeus Mozart, quando ele tinha 25 anos de idade. No episódio 22 – Música, espiritualidade e saúde, eu falei a respeito desta música de Mozart quando falei de suas músicas terem a capacidade de acalmar e permitir a quem as ouve, uma maior comunicação entre coração e mente, o conhecido “Efeito Mozart”, ou seja, a música de Mozart promove uma mudança de sintonia. Para quem não ouviu, sugiro que ouça este episódio 22. E vamos chegando ao final deste episódio, mas, antes de finalizar, trago aqui, mais uma vez, o grande Rubem Alves, desta vez com o texto Sobre a coragem de mudar. Em tempos passados o normal era que um jovem escolhesse uma carreira e permanecesse nela até morrer, ainda que ela não lhe desse felicidade, tal como acontecia também com os casamentos. Para sempre, até que a morte os separe. Uma coisa boa dos tempos em que vivemos, a despeito de todas as suas confusões, é que as pessoas descobriram que é possível mudar a direção do voo. Nada as obriga a voar sempre na mesma direção até o fim. Eu mudei minhas direções várias vezes e não me arrependo. Meu amigo Jether era um próspero dentista na cidade do Rio de Janeiro. Estava ficando rico. Riqueza dá segurança. Segurança dá tranquilidade à família. Mas enquanto ele olhava para o mundo delimitado pelos dentes dos seus clientes, a sua alma voava por outros mundos! E foi assim que, num belo dia, ele resolveu voar. Chegou em casa e comunicou à esposa Lucília: “Meu bem, vou vender o consultório”. E assim, com mais de quarenta anos, voltou para a estaca zero e foi se preparar para o vestibular… E ele seguiu um caminho feliz! Está com 82 anos, tem cara de 60, disposição de 40 e leveza de criança! Cada profissão delimita um mundo: há o mundo dos advogados, dos dentistas, dos engenheiros, dos professores, dos médicos, dos músicos, dos artistas, dos palhaços, do teatro. O jovem estudante do filme Sociedade dos poetas mortos sonhava em ser artista de teatro. Mas seu pai havia mirado seu arco para a medicina… Dezoito ou dezenove anos é muito cedo para definir o que se vai fazer pelo resto da vida. Esse é um tempo de procuras, indefinições, sonhos confusos. É normal que, ao meio do curso universitário, o jovem descubra que tomou o trem errado e se disponha a saltar na próxima estação. É angústia para os pais. Claro, porque o que eles mais desejam é ver o filho formado, empregado, ganhando dinheiro. Isso lhes daria liberdade para viver e permissão para morrer… Mas não seria terrível para ele – ou ela – se, só para não “perder tempo”, “só para não voltar ao início”, continuasse até o fim? Se não quero ir para as montanhas, se quero ir para a praia, por que continuar a dirigir o carro pela estrada que vai para as montanhas? Pais, não fiquem angustiados. Sua angústia é inútil. E nem fiquem com a ilusão de que o diploma dará emprego ao filho. Não dará. Assim é melhor ir devagar seguindo a direção que o coração manda. O difícil, para os pais, será se o filho, no último ano de direito, lhes comunique: “Descobri que não gosto de Direito. Vou estudar para ser palhaço!” Aí posso imaginar o embaraço do pai e da mãe quando, em meio a uma reunião social, quando se fala sobre os filhos, alguém lhes dirija a palavra e diga: “Meu filho está no Itamarati. Vai ser diplomata. E o seu?” Resposta: “O nosso está no circo. Vai ser palhaço…” cá entre nós: não sei qual profissão dá mais felicidade, se a de diplomata ou se a de palhaço… Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas diversas plataformas players de podcast. E acompanhe, também, o podcast Espiritualidades, que vai ao ar toda segunda-feira as 20:30 horas, ao vivo, nos canais da web rádio Sintonia no Bem, comigo, Carlos Biella. Então, analise melhor sua vida, seus atos e pensamentos e veja se não está na hora de você mudar a sintonia. Para encerrar, deixo vocês com a linda canção que inspirou este episódio. “Mude a Sintonia”, do goiano Maurício Keller, foi feita especialmente para a Live da Esperança, evento realizado pela FEEGO em 18 de abril de 2021. Confiram o clipe, que traz vários artistas cantando a música. Deixei o link na transcrição do episódio. https://youtu.be/8IqdgAvvOeg. Um grande abraço ao Maurício Keller que gentilmente permitiu que eu utilizasse a música neste episódio. Fiquem todos em paz e até nosso próximo episódio.





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