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EPISÓDIO # 36 - TODA DOR TEM ALGO A NOS ENSINAR

  • Foto do escritor: Carlos A. Biella
    Carlos A. Biella
  • 16 de jun. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de jul. de 2023


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Toda dor tem algo a nos ensinar.


Será que dor pode ser um aprendizado? Se for, o que será que aprendemos com a dor? É sobre isso que falaremos hoje. Sejam todos muito bem-vindos e aproveitem.

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Saudações a todos. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco. Os endereços estão na transcrição do episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas diversas plataformas players de podcast. E este episódio nasceu de uma palestra que realizei durante a Semana Espírita de Jataí, em abril deste ano de 2022, cujo título foi “A dor como impulso para o despertar”. E eu iniciei aquela palestra citando a letra de uma música que havia surgido em minha mente quando comecei a pensar sobre o tema a ser desenvolvido. E a música era essa... Realmente, é preciso saber viver, pois quantas pedras surgem em nossa caminhada, não é mesmo? Quantas vezes, ao buscarmos uma flor, não nos ferimos com seus espinhos? As pedras que surgem em nosso caminho, os obstáculos que nos impedem de seguir, os espinhos que nos ferem, são as dores que encontramos em nossa jornada. E essas dores nos causam aflições e sofrimentos. Quando nos pegamos em pensamento sobre isso, muitos questionamentos nos surgem. O que é a dor? Qual a razão da dor? Porque sofremos com nossas dores? Porque Deus permite a dor em nós? Mas, talvez a pergunta a ser feita não seja o “porque da dor”, mas sim “para que a dor”. Qual a razão desta dor em minha vida? Antes de prosseguirmos, vamos entender uma outra questão. Afinal, o que é a dor? Ora, fisiologicamente, a dor é uma sensação desagradável. É como um alerta de que algo dentro do nosso corpo não vai bem, de algo está errado e, consequentemente, precisa ser tratado. A dor nasce no cérebro, que, após receber sinais do corpo, dos órgãos dos sentidos, interpreta esses sinais e cria uma sensação de dor. Deste modo, toda dor sentida tem uma finalidade. Por exemplo, quando colocamos a mão no fogo, o cérebro recebe uma informação e provoca um sinal de dor intensa, que é uma ação neuroquímica. Em resposta, retiramos a mão do fogo e, por meio de outra ação neuroquímica, o organismo busca aliviar a dor sentida. Um outro exemplo cabe bem aqui. Quando torcemos o tornozelo, sentimos muita dor e precisamos ficar, muitas vezes, sem poder colocar o pé no chão. Porque isso ocorre? Simples, a dor que sentimos quando colocamos o pé no chão e tentamos andar, é um lembrete para que possamos manter o pé imóvel, visando nosso restabelecimento. A dor é comum a todos nós e, sendo uma experiencia comum, todos temos que tirar dela alguma lição. Ou seja, a dor é aprendizado! Uma vida sem nenhuma sensação de dor poderia significar um risco para nossa saúde. Imagine você viver sem nenhuma dor, o risco de queimaduras, ferimentos... Todavia, quando uma dor nos acomete, sofremos por isso e um coração ferido não consegue sentir o amor pleno e, assim, sofre. Infelizmente, muitas vezes tendemos a nos afastar do amor de Deus e um coração partido não consegue reter a água viva que é o amor de Deus, como um jarro rachado, não consegue segurar a água colocada dentro dele. Todos sofremos! Estamos num mundo de provas e expiações, portanto, dores e sofrimento são normais. Devemos enfrentar as dores com maturidade, sabendo que todos sofrem e que isso, em breve, cessará, afinal, tudo passa. Nossa vida é cheia de altos e baixos, um constante ir e vir, ganho e perda, felicidade e tristeza, sucessos e fracassos. Não julgue somente o momento em que você está passando. Lembre-se que sempre um dia vem após outro. Existe uma mensagem do espírito Meimei, mensagem essa chamada Ora e Confia, que está no livro Amizade, de 1976, psicografado por Chico Xavier, que nos traz uma grande esperança quando estamos passando por algum sofrimento. Se um dia te encontrares em situações tão difíceis que a vida te pareça um cárcere sem portas; sob o cerco de perseguidores aparentemente imbatíveis; sofrendo a conspiração de intrigas domésticas; na trama de processos obsessivos; no campo de moléstias consideradas irreversíveis; no laço de paixões que te conturbem a mente; debaixo de provas que te induzam à desolação e ao desânimo; sob a pressão de hábitos infelizes; em extrema penúria, sem trabalho e sem meios de sobrevivência; de alma relegada a supremo abandono; na área de problemas criados pelos entes a que mais ames; não desesperes. Ora em Silêncio e confia em Deus, esperando pela Divina Providência, porque Deus tem estradas, onde o mundo não tem caminhos. É por isto que a tempestade pode rugir à noite, mas não existem forças na Terra que impeçam, cada dia a chegada de novo amanhecer. Viram só: por mais escura seja a noite, um novo dia surgirá, trazendo claridade. Existe uma frase, atribuída a muitos autores, incluindo Buda e Carlos Drummond de Andrade: a dor é inevitável, o sofrimento é opcional. Pois então, a dor ainda é inevitável devido a nossa condição moral e ao atingirmos mais elevação, a dor será desnecessária. Imaginem três espíritos em condições evolutivas diferentes: um ainda muito imperfeito; nós, espíritos na atualidade e um espírito mais evoluído. Para o espírito muito imperfeito, a dor e o sentimento são inevitáveis. Para nós, a dor, ainda é inevitável, mas o sofrimento é opcional. Já para o espírito mais evoluído, a dor e o sofrimento são evitáveis. Vejam o que diz a questão 931 de O Livro dos Espíritos. Em outras palavras, Kardec pergunta por que existem mais classes sofredores do que felizes? E a resposta foi: “Nenhuma é perfeitamente feliz e o que julgais ser a felicidade muitas vezes oculta pungentes aflições. O sofrimento está por toda parte. Entretanto, para responder ao teu pensamento, direi que as classes a que chamas sofredoras são mais numerosas, por ser a Terra lugar de expiação. Quando a houver transformado em morada do bem e de Espíritos bons, o homem deixará de ser infeliz aí e ela lhe será o paraíso terrestre.” E para complementar trago a resposta da questão 614 do mesmo O Livro dos Espíritos, quando os espíritos estão falando a respeito da lei natural. Essa lei natural seria a própria lei de Deus, a única verdadeira para a felicidade do homem, sendo que o homem só é infeliz quando dela se afasta. Então, somente quando nos afastamos das leis divinas é que somos infelizes e, por isso, sofremos. Mas, continuemos em nossa jornada evolutiva, em busca da felicidade suprema, caminhando, sempre, apesar da dor. Aqui temos a paraense Renata Almeida, com a música Apesar da dor, de Denis Soares e Gabriela De Carli, música que faz parte do álbum Em frente, de 2020 (https://youtu.be/DIOth_MqE_Q). Como diz a letra da música, todo dia é uma chance de recomeçar, apesar da dor! Realmente, a dor é um fato, um acontecimento, que gera um sentimento, uma reação a esse fato, que é o sofrimento. Então, se eu não quero mais sofrer, tenho que trabalhar o sentimento que a dor gera. Entenderam? A dor é muito subjetiva. Só nós sabemos como ela nos afeta. E, independente da intensidade, a dor nos incomoda. Mas, será que nos incomoda a ponto de nos fazer mudar de atitude? Diz uma pequena história que um indivíduo parou em um posto, as margens de uma rodovia, para abastecer seu carro. Enquanto o frentista estava abastecendo, o indivíduo ouvia o uivo de um cachorro e, antes de seguir viagem, perguntou ao frentista porque o cachorro estava uivando tanto. Isso tem tempo, respondeu ele. É porque ele está deitado sobre uma madeira que tem um prego que está o espetando. Ora, disse o indivíduo, porque ele não se muda de lugar? É porque está doendo o suficiente para que ele reclame, mas não o suficiente para que ele mude de lugar! Não é isso que acontece conosco, muitas vezes? Então, dor é uma sensação desagradável que serve como um alerta, de que algo dentro do nosso corpo não vai bem e precisa ser tratado. Acho que isso nós entendemos, não é mesmo? Mas e quanto as dores que não são físicas? E as dores da alma? E quanto ao sofrimento que isso nos traz? Bem, emocionalmente acontece quase a mesma coisa que fisicamente. Uma dor emocional (seja qual for), leva o cérebro a interpretar isso como uma agressão, uma verdadeira “queimadura”. A dor é convite direto a reagirmos e a colocar em prática, estratégias de enfrentamento e “tirarmos a mão do fogo”. O aprendizado obtido a partir disso nunca é esquecido, por isso dor é aprendizado. E existem dois tipos de reação à dor, uma que nos ensina e nos esculpe e outra que é capaz de nos fazer fechar em nós mesmos, criando traumas e provocando sofrimentos contínuos. Deste modo, quando estamos sofrendo, muitos de nós questiona, afinal, porque Deus nos permite a dor? Porque sofremos? Ora, sendo Deus justo e bom, não nos permite a dor. Sofremos, porque ainda somos imperfeitos. Conforme consta no livro Céu e Inferno, lançado por Kardec em 1865. No capítulo 6, Código Penal da Vida Futura, temos que o bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos. Assim, não é Deus que nos imputa a dor, somos nós mesmos, pelos nossos atos e nossas escolhas, ou seja, pela nossa imperfeição. Lembrando que dor é consequência e não causa. Então, para que a dor? A dor nos proporciona crescimento, nos leva ao despertar espiritual! Lembram-se do Evangelho de João (Jo 16:33), referindo-se a essa fala de Cristo? “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Vejam só: no mundo tereis aflições...será que nós nascemos para sofrer? Não, ninguém reencarna para sofrer, mas, sim, para que possa chegar à perfeição. Deus nos criou como espíritos simples e ignorantes, a fim de que sejamos felizes, mas isso não significa que não passaremos por dores e aflições ao longo de nossa jornada. Isso faz parte do nosso programa evolutivo. Deste modo, então, a dor é um impulso para o despertar! A história humana é palco de muito choro devido a aflições, dores e sofrimentos, mas nos apeguemos novamente a outra fala do Cristo, quando no Sermão da Montanha disse: Bem-aventurados os que choram (ou seja, os aflitos), porque serão consolados. Vejam bem o que aqui está colocado, pois podemos sentir a dor, mas seremos consolados e não aliviados de nossas dores. Eu disse que havia um tipo de reação à dor que nos ensina, que nos esculpe e aqui a dor age como um escultor, que da pedra bruta, faz uma obra de arte. Vocês já viram como trabalha um escultor? No episódio # 12 – Da pedra bruta à obra de arte, eu falei sobre isso, contando a história de Michelangelo. Ao ser indagado sobre sua obra, Davi, uma escultura de mármore maciço, de 5 m de altura, que se encontra na cidade de Florença, na Itália, Michelangelo disse: Fiquei um bom tempo olhando o mármore até nele enxergar o Davi. Aí, pequei o martelo e o cinzel, e retirei tudo o que não era Davi! E quando foi indagado sobre uma outra escultura sua, representando um anjo, ele disse: O anjo já estava ali! Era preciso retirar os excessos. Se você não ouviu, ouça o episódio # 12. Pois bem, Deus é esse escultor que usa a vida para nos esculpir, para nos transformar em obra de arte e a dor é a retirada dos excessos que temos incrustrados em nós. Não somos uma obra imperfeita, mas sim uma obra perfeita ainda em construção, sendo cada encarnação uma oportunidade para sermos mais lapidados, retirando alguns excessos, por isso as dores pelas quais passamos. Assim, como no início de uma escultura, muitas vezes, é necessário agir com força, arrancando grandes pedaços e isso provoca dor. Com o tempo, as intervenções vão sendo mais sutis e as dores diminuem. Assim é a vida...Vão sendo retirados, através das dores, excessos como orgulho, egoísmo, avareza, mesquinhez... Isso tudo nos causa dores, mas precisamos aprender com isso. Assim, se você estiver sofrendo, por algum motivo, reflita um pouco e veja se não seriam alguns excessos que estão sendo retirados de seu espírito, ainda tão longe da perfeição. Vejam a mensagem Burilamento, de Emmanuel, que se encontra no livro Assim Vencerás, de 1978, psicografado por Chico Xavier: Se a provação te busca, não desanimes. Segue. Ninguém te estrague o dom de renovar a vida. Todos vivem na Terra com lições e problemas. Pelas próprias tendências, saberás porque sofres. Nossa luta maior, será sempre em nós mesmos. Segue e confia em Deus. Deus te orientará. Perceberam? Todos nós vivemos com lições e problemas e pelas nossas próprias tendências, saberemos porque sofremos. Ao fundo ouvimos a música Pare pra pensar, com a banda paulistana Natural Reggae, música de Luizinho Roots e Marco Nascimento, que faz parte do álbum de 2006, Encontro das tribos (https://youtu.be/5IljMExl6sw?list=PLe5UIv7ct5Q2EFQ6_Cvt-OcXpHZEaRsFc). Como fala a letra da canção: pare pra pensar, bem que a vida, tenta te mostrar, uma saída. Seja como for a situação, sempre haverá a solução. No início eu disse que as dores são pedras que surgem em nosso caminho e, quando nos deparamos com essas pedras, temos algumas escolhas a fazer. Podemos ficar parados. Podemos voltar em nosso caminho. E podemos tentar suplantar a pedra. Vocês já observaram um rio correndo quando se depara com uma pedra? Se ele não puder leva-la junto com suas águas, ele a suplanta. No livro A Veneranda Joanna de Angelis, de Celeste Carneiro e Divaldo Franco, lançado em 1987, temos uma bela lição dada por Joanna de Angelis para Divaldo Franco, no capítulo A parábola. Em 1962, Divaldo passou por uma grande provação, ficando vários dias sem condições de conciliar o sono, hora nenhuma, o que lhe trouxera constante dor de cabeça. Numa ocasião, não suportando mais, quando Joanna lhe apareceu, ele lhe falou: – Minha irmã, a senhora sabe que eu estou passando por um grande problema, uma grande injustiça, e não me diz nada? – Por isso mesmo eu não te digo nada, porque é uma injustiça. E como é uma injustiça, não tem valor, Divaldo. Tu é quem está dando valor e quem dá valor à mentira, deve sofrer o efeito da mentira. Por que, se tu sabes que não é verdade, por que estás sofrendo? Eu não já escrevi por tuas mãos: “Não valorizes o mal”? Não tenho outro conselho a dar-te. – Mas, minha irmã, pelo menos me diga umas palavras de conforto moral, porque eu não tenho a quem pedir... Então, ela falou: – Vou dar-te palavras de conforto. Não esperes muito. E contou-lhe a seguinte parábola: – Havia uma fonte pequena e insignificante, que estava perdida num bosque. Um dia, alguém, por ali passando, com sede, atirou um balde e retirou água, sorvendo-a em seguida, e se foi. A fonte ficou tão feliz que disse de si para consigo: – Como eu gostaria de poder dessedentar os viandantes, já que sou uma água preciosa! E orou a Deus: – Ajuda-me a dessedentar! Deus deu-lhe o poder. A fonte cresceu e veio à borda. As aves e os animais começaram a sorvê-la e ela ficou feliz. A fonte propôs: – Que bom é ser útil, matar a sede. Eu gostaria de pedir a Deus que me levasse além dos meus limites, para umedecer as raízes das árvores e correr a céu aberto. Veio então a chuva, ela transbordou e tornou-se um córrego. Animais, aves, homens, crianças e plantas beneficiaram-se dela. A fonte falou: – Meu Deus, que bom é ser um córrego! Como eu gostaria de chegar ao mar! E Deus fez chover abundantemente, informando: – Segue, porque a fatalidade dos córregos e dos rios é alcançar o delta e atingir o mar. Vai! E o riacho tornou-se um rio, o rio avolumou as águas. Mas, numa curva do caminho, havia um toro de madeira. O rio encontrou o seu primeiro impedimento. Em vez de se queixar, tentou passar por baixo, contornar, mas o toro de madeira cerceava-lhe os passos. Ele parou, cresceu e o transpôs tranquilamente. Adiante, havia seixos, pequeninas pedras que ele carregou e outras imovíveis, cujo volume ele não poderia remover. Ele parou, cresceu e as transpôs, até que chegou ao mar. Compreendeste? – Mais ou menos. – Todos nós somos fontes de Deus – disse ela. – E como alguém um dia bebeu da linfa que tu carregavas, pediste para chegar até à borda, e Deus, que é amor, atendeu-te. Quisestes atender aos sedentos, e Deus te mandou os Amigos Espirituais para tanto. Desejaste crescer, para alcançar o mar, e Deus fez que a Sua misericórdia te impelisse na direção do oceano. Estavas feliz. Agora, que surgem empecilhos, por que reclamas? Não te permitas queixas. Se surge um impedimento em teu caminho, cala, cresce, transpõe-no, porque a tua fatalidade é o mar, se é que queres alcançar o oceano da Misericórdia Divina. Nunca mais lamentes a respeito de nada. Grande Joanna de Angelis, suave como uma borboleta, mas forte como uma leoa. E nós, na maioria das vezes, ao depararmos com as dores e os obstáculos, geralmente reclamamos. Mas, lembrem bem desta fala de Joanna: cala, cresce, transpõe os obstáculos e as dores que surgem, porque teu destino é o mar, se queres alcançar o oceano da Misericórdia Divina. Portanto, a dor é um alerta, um farol a nos avisar que existe um risco iminente e que precisamos mudar nossa rota. Assim, tomemos o leme das nossas próprias vidas e aprendamos com a dor. Como diz essa frase, atribuída à Carl Gustav Jung: Não há despertar sem dor. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão. A experiência da dor, quando entendida como um aprendizado, nos torna mais humildes, menos orgulhosos e egoístas, propiciando, assim, o despertar de valores espirituais. Lembrando, também, novamente da fala do Cristo no Sermão da Montanha: Bem-aventurados os pobres de espírito (os humildes), porque deles é o Reino dos Céus. O despertar de consciência, portanto, nos tira do marasmo das acomodações que construímos com o passar das vivências no corpo físico. E a dor nos leva a isso. A dor é esse impulso que nos leva ao despertar de nossa consciência como Espírito a caminho da perfeição. Por isso, a dor ensina. Por isso, a vida ensina. E a vida ensina, conforme nos fala a paranaense Vicka, com essa música lançada no álbum do mesmo nome, A vida ensina, de 2020 (https://youtu.be/KCB-b7_K3q0) Antes de encerrar, trago agora um texto que encontrei na internet. Muitos atribuem esse texto à Carlos Drummond de Andrade, mas, ele é de Martha Mattos Medeiros, escritora, poetisa e cronista gaúcha e esse texto, Possiblidades perdidas, foi publicado no blog Margarida e Violeta, no dia 9 de novembro de 2006. Deixei o link na transcrição do episódio. (https://margaridaevioleta.wordpress.com/category/martha-medeiros/page/2/). “Fiquei sabendo que um poeta mineiro que eu não conhecia, chamado Emilio Moura, teria completado 100 anos neste mês de agosto, caso vivo fosse. Era amigo de outro grande poeta, Drummond. Chegaram a mim alguns versos dele, e um em especial me chamou a atenção: “Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive”. Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida. Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais.” Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas diversas plataformas players de podcast. E acompanhe, também, o podcast Espiritualidades, que vai ao ar toda segunda-feira as 20:30 horas, ao vivo, nos canais da web rádio Sintonia no Bem, comigo, Carlos Biella. Para você que está passando por algum tipo de dor, para você que está vivendo tempos difíceis, deixo, para finalizar, um pequeno lembrete, cujo autor não consegui encontrar: Um sábio disse: Assuntos difíceis treinam a mente Exercícios difíceis treinam o corpo Pessoas difíceis treinam o coração Tempos difíceis treinam o espirito Deixo vocês com a música que citei no início deste episódio, É preciso saber viver, música de Roberto e Erasmo Carlos, lançada no álbum Roberto Carlos 1974. Aqui com os Titãs, no álbum Volume Dois, lançado em 1998 (https://youtu.be/tIUBzJ7p1e0). Fiquem todos em paz e até nosso próximo episódio.


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