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EPISÓDIO # 37 - QUANDO A IGNORÂNCIA GRITA A INTELIGÊNCIA SE CALA

  • Foto do escritor: Carlos A. Biella
    Carlos A. Biella
  • 7 de jul. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de jul. de 2023


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Quando a ignorância grita a inteligência se cala.


Pessoas sábias procuram se manter caladas quando as ignorantes falam, porque elas sabem que não há nenhum propósito em discutir com elas. Não é mesmo? Sejam todos muito bem-vindos e aproveitem.

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Saudações a todos. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco. Os endereços estão na transcrição do episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas diversas plataformas players de podcast. E pesquisando na internet, me deparei com essa pequena fábula, que vai aqui resumida, mas você pode conferir na íntegra, em estilo de cordel, no link que deixei na descrição deste episódio. O título é “Não discuta com burros”, e o autor é lá de Manaus, Joel Marinho (https://www.recantodasletras.com.br/cordel/7273874). Estavam o burro e o tigre numa enorme confusão e o burro disse ao tigre: A grama é azul. O tigre respondeu: Não, a grama é verde. A discussão se aqueceu, e os dois decidiram buscar um parecer do leão, o rei da floresta. Já antes de chegar à clareira da floresta, onde o leão estava sentado em seu trono, o burro começou a gritar: Sua Alteza, não é verdade que a grama é azul? O leão respondeu: Certamente, a grama é azul. O burro se apressou e disse: O tigre discorda de mim, me contradiz e me incomoda. Quero que ele se cale e seja castigado! O rei então declarou: O tigre será punido com 5 anos de silêncio. O burro pulou alegremente e seguiu seu caminho, contente e repetindo: A grama é azul! A grama é azul! O tigre aceitou sua punição, mas perguntou ao leão: Excelência, por que me castigou, se a grama é verde? O leão respondeu: De fato, a grama é verde. E o tigre perguntou: Então, por que fui punido? O leão respondeu: Isso não tem a ver com a grama ser azul ou verde. O castigo aconteceu, porque não é possível que uma criatura inteligente como você, perca tempo discutindo com um burro e, ainda por cima, venha me incomodar com essa pergunta insana. Moral da história: não perca tempo em discussões que não fazem sentido. A pior perda de tempo é discutir com um tolo que não se importa com a verdade, mas apenas com o fato de que vençam suas crenças e ilusões, acima de tudo. Há pessoas que não têm capacidade para compreender, mesmo que muitas evidências e provas lhes sejam apresentadas. Por estarem cegas pelo ego, ódio, vaidade etc., a única coisa que desejam é ter razão acima de todos, mesmo que não a tenham. Assim, quando a ignorância grita, a inteligência cala. Acredite, sua paz e tranquilidade valem mais. Resumindo, “nunca discuta com burros”. E então, gostou desta fábula? E o que você acha desta frase? “Não respondas ao tolo segundo a sua tolice; para que também não te faças semelhante a ele”. Essa frase não é da fábula, não! Ela está no Velho Testamento, no livro Provérbios (26:4). Não é interessante? Então veja essa outra frase, do mesmo livro Provérbios (18:2): “O tolo não tem prazer na sabedoria, mas só em que se manifeste aquilo que agrada o seu coração”. Então, né, quantas vezes nos pegamos em discussões por motivos banais, fúteis, simplesmente para tentar impor alguma opinião, não é mesmo? Mas, então, o que fazer quando nos deparamos com alguém ignorante? Como reagir? Devemos nos calar ou argumentar? Aqui cabe uma frase atribuída a William Gibbs McAdoo, advogado, escritor e estadista norte-americano, líder do movimento progressista, falecido no início de 1941: “É impossível vencer um ignorante com argumentos”. Mas, qual o significado de ignorância? Pesquisando em dicionários, podemos ver que ignorância é um substantivo feminino que possui, pelo menos, cinco significados. Primeiro: qualidade ou condição de quem é ignorante; Segundo: estado daquele a quem falta conhecimento, saber ou instrução; Terceiro: ausência de conhecimento em relação a um domínio específico, como, por exemplo: sou um ignorante em física quântica; Quarto: condição de quem é ingênuo ou crédulo; simplicidade, singeleza; Quinto: falta de delicadeza ou gentileza; estupidez, grosseria, incivilidade. (Aqui entra o significado quando dizemos que tal pessoa apelou para a ignorância ou partiu para a ignorância). Para quem segue a doutrina espírita, já deve ter ciência que todo espírito é criado simples e ignorante, conforme nos mostra a questão 115 de O Livro dos Espíritos: Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. E Kardec completou essa questão, perguntando se, em sua origem, os espíritos seriam como as crianças, ignorantes e inexperientes, só adquirindo pouco a pouco os conhecimentos de que carecem ao percorrerem as diferentes fases da vida. Sim, a comparação é boa, recebeu como resposta. Pois então, podemos entender a palavra ignorante como sendo um adjetivo, cujo significado original seria o indivíduo que desconhece a existência de algo ou que não está a par de alguma coisa. Sendo assim, ignorância se refere à falta de conhecimento. Por isso o entendimento de os espíritos serem criados ignorantes, no sentido de não ter conhecimento, algo que irá sendo adquirido conforme ele se aprimora e evolui. No entanto, usamos o termo para designar um indivíduo que, mesmo tendo informação ou conhecimento, muitas vezes não se vale deles. Algo como um teimoso que quer que sua opinião seja aceita, mesmo não tendo nenhuma razão. Como afirmar que a grama é azul! Assim, ignorante passou a designar uma pessoa grosseira, arrogante e, até mesmo, que se vale da violência quando, em um debate de ideias, não abre mão de suas convicções, mesmo sabendo que existem outras ideias, outros posicionamentos a respeito do que está sendo debatido. E muitas vezes, a ignorância é uma escolha nossa, que utilizamos a fim de evitar ideias e opiniões que são contrárias as nossas. Em muitos casos, algumas verdades, opiniões e ideias, podem nos proporcionar uma desestabilização, especialmente no que diz respeito a nossa concepção de mundo. Essa é a chamada ignorância motivada, que surge como uma expressão de medo, especialmente quando nos é colocada a ideia que desconhecemos algo que todos conhecem, como ocorre, muitas vezes, no ambiente escolar. E quanto ao quinto significado de ignorância que citei anteriormente? A falta de delicadeza, a estupidez, a grosseria? Será que algumas vezes nós somos ignorantes, segundo este significado? Pois então, agora convido vocês a voltarem comigo no tempo. Lá em 1954, só para ouvir uma música. Estamos aqui, na sala de uma casa e alguém está colocando um disco de vinil na vitrola. Ouçam... Esse é o carioca Jorge Goulart, com a música Minha ignorância, canção do grande Lupicínio Rodrigues. Gravada em 1954. https://youtu.be/xR04wUia2Cw Aqui temos alguém que apela para a ignorância devido a uma difícil paixão. E então, alguém aí já fez uso da ignorância por causa de um amor? Usamos muito a designação de ignorante para rotular uma pessoa que exige que sua opinião seja aceita por todos, mesmo que não seja a mais adequada. Tornou-se, assim, sinônimo daquele que não escuta ninguém, que não respeita ninguém. Anteriormente usei duas frases do livro Provérbios e vocês devem ter percebido que o termo utilizado foi tolo. É uma das definições que mais se aproxima do que venha a ser um ignorante. Mas, o que fazer quando nos deparamos com um ignorante que quer impor sua opinião ou sua verdade sobre as demais? O que fazer? Ouvi-las? Vale a pena entrar em discussão e tentar convencê-lo de que ele está errado? Quantas vezes já nos deparamos com essa situação, não é mesmo? Quantas vezes já presenciamos alguém ser ofendido, criticado e até mesmo agredido fisicamente por alguém ignorante. Nós mesmos, talvez já tenhamos passado por isso. O que devemos fazer? Simples, basta seguir o conselho que o leão deu na fábula e não entrar em discussão ou, seguir o que nos mostra a frase do livro Provérbios, que falamos anteriormente e não responder ao tolo segundo a sua tolice. Em outras palavras, deixe o tolo falando sozinho, não discuta e nem tente argumentar. O ignorante não quer diálogo, mas sim monólogo. Caso você tenha disponibilidade de ouvi-lo, tudo bem. Mas, não perca seu tempo tentando convencê-lo. Não sejamos ignorantes, ou seja, não sejamos tolos, mas sim sábios. É interessante notar que, mesmo as pessoas sábias, acabam por ter dificuldade em permanecer calados quando são alvo de críticas. Temos o nosso orgulho próprio e as críticas nos afetam, todavia, precisamos ser conscientes a respeito de quem nos está a nos criticar. Uma crítica é a perda desse sutil equilíbrio pessoal costurado pelo orgulho. Mas, caso essa crítica seja motivada pela ignorância, por que razão nos sentirmos feridos ou ofendidos? Afinal, nem todos os conselhos são úteis e nem todas as pessoas querem nos ajudar em nossa evolução. Aqui estamos falando, não da ignorância cultural ou ignorância gerada pela falta de conhecimento, mas sim, daquela ignorância das pessoas que não possuem sensibilidade, empatia, cuidado e atenção. Falamos aqui, daquelas que julgam os outros baseadas em sua posição social, daquelas pessoas que são intolerantes e, a ignorância é a semente da intolerância. Todos nós convivemos com pessoas ignorantes diariamente, seja no trabalho, nas escolas e universidades, nos grupos sociais. Difícil é quando essas pessoas são próximas a nós, como alguns amigos ou familiares, porque são pessoas que amamos, que são importantes para nós e tudo o que vem delas nos atinge de maneira mais profunda. No entanto, conforme amadurecemos, aprendemos muito com as pessoas ignorantes que passam por nossas vidas. Aprendemos que a todo momento nós temos a opção de mudar e abandonar a ignorância, nos afastar e simplesmente, seguir em frente com dignidade. Mas, por mais que a atitude das pessoas sábias seja silenciar frente à ignorância, nem sempre isso é possível, uma vez que podemos nos deparar com situações onde nos vemos obrigados a nos defender. E nesses momentos, não podemos agir com ignorância e violência, mas sim, agir com seriedade, confiança e firmeza, deixando claro que alguns limites foram ultrapassados e que não mais aceitaremos tais comportamentos. Isso pode acontecer em situações como quando a ignorância se torna maior do que o respeito; quando as pessoas ignorantes começam a querer controlar nossas vidas; quando alguém nos humilha ou envergonha como uma maneira de se sentir melhor consigo mesma. Lembre-se que sempre encontraremos ignorância em nossa jornada e é necessário que saibamos agir com sabedoria e discernimento, buscando sempre nosso próprio bem-estar e paz interior. Muitas vezes, para não entrarmos numa discussão que acabe por levar a um ato de ignorância, no sentido de agressão, o que fazer? O primeiro passo é entender que cada um tem sua opinião. Perceber que uma determinada solução para uma situação, depende, muitas vezes, de entender o ponto de vista de alguém. Essa é Ponto de Vista, música de Edu Krieger e João Cavalcanti, aqui com o Casuarina, grupo de samba nascido na cidade do Rio de Janeiro em 2001. Ponto de vista faz parte do álbum Trilhos/Terra Firme, de 2011. https://youtu.be/kYCecdhNERw Então, não é preciso nos livrar de nossas crenças, opiniões e ideias, mas sim, buscar conhecer tantas outras crenças, opiniões e ideias. Buscar respeitar a opinião dos outros, buscar aprender com elas. É assim que vamos deixando de ser simples e ignorantes e passamos a dar mais um passo em busca de nossa evolução. Pois é, né! Não é fácil lidar com pessoas ignorantes, especialmente aquelas que são estupidas e grosseiras com as outras pessoas. Algumas estão sempre prontas para atacar, seja numa resposta, num comentário ou numa opinião. Elas são grosseiras na sua forma de ser e se comunicar. Dificilmente pensam antes de falar alguma coisa e acabam magoando outras pessoas. Muitas vezes, elas se sentem superiores, como se tudo para elas fosse óbvio. Por isso, a maioria delas tem dificuldade de ter paciência e conversar sobre uma situação sem apelar para a estupidez e a grosseria. Não é fácil conviver com pessoas ignorantes, pois são estupidas e grosseiras em quase todas as situações, agindo por impulso e ignorando as consequências. Então, como lidar com pessoas ignorantes? Devemos ser diretos com elas, quando isso for possível. Converse com ela. Fale sobre como você está se sentindo. Espere a emoção do momento se acalmar e busque conversar com ela longe de todos, em particular. Lembre-se que muitas pessoas nem tem consciência de que são ignorantes. Não leve as coisas para o lado pessoal. Normalmente, a pessoa é ignorante e age de forma grosseira com todo mundo. Esse é o modo dela se relacionar e se comportar. Releve, não reforce essa característica da pessoa ignorante. Não a chame de ignorante e grosseira. Busque sempre se colocar no lugar do outro. Talvez as pessoas estejam sendo ignorantes porque estão cheias de problemas e preocupações. Muitas vezes, ao nos colocar no lugar do outro, conseguimos compreender e relevar muitas coisas. Procure ser educado e gentil. Dê o exemplo e mostre que existem outras maneiras de se relacionar. Lembre-se que todas as pessoas têm seus talentos e suas limitações. Assim, não foque apenas nas limitações. Ou seja, mude o foco. Quem muito discute tentando provar sua sabedoria ou suas verdades, na maior parte das vezes só demonstra a sua ignorância. Lembre-se que inteligente não é quem ganha as discussões, inteligente é quem não as provoca e quem, por sua vez, sabe a hora de se afastar quando toma consciência de que há batalhas que não valem a pena ser disputadas. Procure não se fixar somente no conhecimento fútil e supérfluo que as mídias sociais, os jornais, revistas, a internet e a televisão nos trazem. Isso pode nos tornar mais ignorantes. Vejam essa pequena história... A professora pediu aos alunos que fizessem uma redação e nessa redação o que eles gostariam que Deus fizesse por eles. À noite, na sala de sua casa, corrigindo as redações, ela se depara com uma que a deixa muito emocionada. Seu marido, nesse momento, entra na sala, a vê chorando e diz: "O que aconteceu?" Ela respondeu: "leia" e lhe entrega uma das redações. Era a redação de um menino que dizia assim: "Senhor, esta noite te peço algo especial: me transforme em um televisor. Quero ocupar o seu lugar. Viver como vive a TV de minha casa. Ter um lugar especial para mim, e reunir minha família ao redor. Ser levado a sério quando falo. Quero ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções nem questionamentos. Quero receber o mesmo cuidado especial que a tv recebe quando não funciona. E ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa, mesmo que esteja cansado. E que minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de ignorar-me. E ainda que meus irmãos "briguem" para estar comigo. Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, que eu possa divertir a todos. Senhor, não te peço muito...Só quero viver o que vive qualquer televisor!" Naquele momento, o marido da professora disse: "Meu Deus, coitado desse menino. Nossa, que coisa esses pais". E a professor o olha e diz: "Essa redação é do nosso filho". Quantos de nós não se deixa levar pelas mídias sociais, pelas notícias veiculadas pela televisão, não é mesmo? Mas, para quem muito se liga, principalmente nos noticiários televisivos que trazem notícias ruins, escutem o episódio # 35 – mude a sintonia, que tratei sobre isso, inclusive falando que, acompanhar notícias ruins que são veiculadas pela mídia televisiva e também nas redes sociais, pode promover uma deficiência em nosso sistema imunológico. Para quem não ouviu, procure ouvir o episódio 35. Enfim, cuidado com a televisão, pois ela pode te deixar burro, muito burro demais e fazer com que todas as coisas que você pensa, pareçam iguais! Essa é a música Televisão, com os Titãs e fez parte do álbum mesmo nome, Televisão, de 1985. A música é de Tony Bellotto, Arnaldo Antunes e Marcelo Fromer https://youtu.be/7psItZeHmqU Ô Cride, fala pra mãe, que tudo que a antena captar meu coração captura! Pois então, agora vou me utilizar de dois cafezinhos para falar mais um pouco sobre ignorância. Ah, você não entendeu nada? Ok, deixa eu explicar. Saiba que Cafezinho é uma das opções que você encontra no Portal Café Brasil, do grande Luciano Pires. Acesse portalcafebrasil.com.br e lá você encontrará muito conteúdo de qualidade, como o podcast CaféBrasil, um dos que me inspirou a criar este meu podcast, além de várias outras opções, como o Cafezinho, pequenos textos com grande conteúdo. Deixei o link dos programas na transcrição deste episódio. Ao fundo ouviremos Legião Urbana com a música Perfeição, de Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, música que fez parte do álbum Descobrimento do Brasil, lançado em 1993. https://youtu.be/UueCjRrQLM4 No Cafezinho 175, “Não use sua ignorância”, de 10/05/2019, Luciano Pires fala sobre o escritor e professor norte americano Lloyd Kwast, que criou um modelo para ajudar a dar o passo inicial na identificação de culturas diferentes. Seu modelo tem camadas em diferentes níveis. Explica assim, Luciano Pires: A primeira camada com a qual temos o contato é o COMPORTAMENTO. O que é feito? É quando reparamos no comportamento das pessoas e suas atividades. A roupa que vestem, as atitudes, o linguajar. A segunda camada são os VALORES. O que é bom e o que é melhor? É quando compreendemos que o jeito de falar, de vestir, a temática, representam os valores de um grupo de pessoas de uma determinada região A terceira camada são os CREDOS. O que é verdade? As crenças, por exemplo, de um grupo de jovens negros, de baixa renda, moradores em regiões periféricas onde a bandidagem está mais presente do que o estado, são iguais às suas? A última camada, a mais profunda, é VISÃO DO MUNDO. O que é real? É a maneira como nos vemos em relação ao mundo Comportamento, valores, credos e visão do mundo. A cultura é aprendida das pessoas que estão à nossa volta, através dos diferentes credos, valores, tradições e comportamentos que são passados de geração em geração. Julgar um comportamento sem saber o que existe por trás dele, que tipo de cultura o gerou e seu significado, é entregar a análise ao gosto/não gosto. Quando você não conhece o objeto de sua análise, será escravo de seu senso estético e ficará horrorizado quando chegar na China e ver um chinês comendo um gafanhoto. Aquele gafanhoto, antes de ser um nojo, é herança de um período em que, quem não comesse gafanhoto, morria de fome… – Ah, Luciano, então eu vou ter que comer gafanhoto? Não, seu Mané. Só estou dizendo que você não deve usar sua ignorância para justificar seu “gosto/não gosto”. Link: (https://portalcafebrasil.com.br/cafezinho/cafezinho-175-nao-use-sua-ignorancia/) Já em outro Cafezinho, o 500, de 20/06/2022, “Os mortos-vivos”, Luciano diz o seguinte: Em setembro de 2017 publiquei o primeiro destes cafezinhos. O tema era “sobre falar bobagens”. Nele eu explicava que o que leva alguém a falar bobagem em público ou é ignorância, ou burrice, ou soberba, ou estratégia ou canalhice. Nem lembro mais o que me levou a escrever aquele texto, provavelmente eu estava indignado com a exposição de bobagens em redes sociais. Dois anos antes, em 2015, durante a cerimônia de outorga do prêmio de doutor honoris causa na Universidade de Torino, na Itália, o romancista, filósofo e teórico da literatura e da linguagem Umberto Eco deu uma declaração que lhe custou caro: “a internet deu voz a uma legião de imbecis”. A patota internética caiu matando, a maioria dos que o atacaram nem mesmo sabia quem era Umberto Eco. Devia ser um velho ranzinza ultrapassado, não é? Cancela ele! Pois bem. De lá para cá o que se viu foi a ampliação da quantidade de imbecis que ganhou voz na internet. E depois dos furacões políticos e da pandemia, perdeu-se qualquer resquício de pudor que os imbecis por acaso tivessem. Agora temos muito mais imbecis letrados, gente inteligente, estudada, que fala bonito e escreve bem, espalhando imbecilidades de todos os tamanhos e formas. E eles atacam em bandos, vorazes como Walking Deads, tentando de todas as formas transformar você num deles… Esse é o preço da liberdade: conviver com gente com quem não concordamos. Ouvir os maiores absurdos. Assistir gente ignorante, maldosa e até mesmo canalha, pintando e bordando na internet. Pois é… até os canalhas têm direitos. Link: (https://portalcafebrasil.com.br/cafezinho/cafezinho-500-os-mortos-vivos/) Grande Luciano Pires. Obrigado por me deixar compartilhar esses cafezinhos. Grande abraço meu amigo. E antes de finalizar, trago uma história que me deparei tempos atrás e que, segundo consta, teria sido contada por Ariano Suassuna, porém, por mais que pesquisei, não consegui confirmar a autoria, mesmo a história se referindo à Taperoá, cidade em que Ariano passou parte de sua vida e que era sempre por ele citada. Em todo caso, cabe muito bem no contexto deste episódio. Certo dia, desembarcou em Taperoá um sociólogo, todo senhor de si. Dirigiu-se a um vendedor de peixes: “Sabe quem é o presidente dos Estados Unidos?” O homem disse: “Não, senhor.” O sociólogo: “E a cotação do dólar?” O homem: “Não.” O sociólogo: “E onde fica o Distrito Federal?” O homem: “Também, não.” O sociólogo disse, então: “O senhor é um ignorante!” O vendedor de peixes pegou uma traíra e indagou: “O senhor sabe que peixe é este?” O sociólogo: “Não, eu desconheço.” O vendedor pegou um curimatã: “E este?” O sociólogo: “Não.” O vendedor, pegando uma tilápia, perguntou: “E este?” O sociólogo: “Também, não.” O vendedor, guardando seus peixes, então disse: “Pois é, doutor, cada um com suas ignorâncias…” E é assim mesmo que vamos caminhando, cada um com suas ignorâncias... Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas diversas plataformas players de podcast. E acompanhe, também, o podcast Espiritualidades, que vai ao ar toda segunda-feira as 20:30 horas, ao vivo, nos canais da web rádio Sintonia no Bem, comigo, Carlos Biella. Ao longo deste episódio, fomos acompanhados pela música Santa Ignorância, do mineiro de Guaxupé, José Domingos e do paulista Adauto Santos, numa versão instrumental, sob a direção artística e arranjos de Ulisses Rocha, com o Quinteto. Aqui no Instrumental Sesc Brasil, gravado no Teatro Anchieta do Sesc Consolação, em São Paulo, em setembro de 2017 https://youtu.be/hiCpwzQ2qQY Para finalizar, trago uma frase de um livro lançado em 1926, Areia e Espuma, do escritor libanês Khalil Gibran: “sou ignorante ante a verdade absoluta. Mas sou humilde ante a minha ignorância, e nisto consistem minha honra e minha recompensa”. Deixo vocês com a música Santa Ignorância, com o próprio autor, José Domingos no violão e voz, com Adão Monteiro no piano, gravado ao vivo no Teatro Municipal de Osasco, em julho de 2008, no Espetáculo Plantando Alegria, Colhendo Emoções. Reparem na linda voz de José Domingos e na letra, que nos remete aos tempos de infância, quando tínhamos a nossa santa ignorância. Fiquem todos em paz e até nosso próximo episódio. Grande abraço a todos.


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