top of page

EPISÓDIO # 38 - NÃO CORRAS, NÃO TENHAS PRESSA

  • Foto do escritor: Carlos A. Biella
    Carlos A. Biella
  • 28 de jul. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de jul. de 2023


ree


Não corras, não tenhas pressa.


Você já percebeu como praticamente tudo na vida exige pressa? Temos pressa em aprender, temos pressa em chegar a algum lugar. Contudo, não queremos que a vida passe com tanta pressa. É sobre isto que vamos falar hoje. Então, sejam todos muito bem-vindos e aproveitem.

CONTINUE LENDO...

Saudações a todos. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco. Os endereços estão na transcrição do episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas diversas plataformas players de podcast. Todos nós temos pressa. Pense bem, queremos que o final de semana chegue rápido. Queremos que nossas férias cheguem rápido. Que nosso salário chegue rápido. Não é assim? Mas, não se engane, o tempo nos confunde. Observe como os momentos felizes parece que passam rápido e os de sofrimento, para muitos, parecem se eternizar. Talvez ainda nos falte o entendimento que, na velocidade de nossas ações, vontades e pretensões, acabamos por não ver o resultado daquilo que tanto buscamos. Acorde! Não é a pressa, mas sim o esforço, que torna o uso do tempo produtivo. O compositor russo Piotr Ilvich Tchaicovsky, compôs o balé O quebra-nozes em 1892 e entre suas peças está a Valsa das Flores, que irá nos acompanhar neste episódio. https://youtu.be/5PXeyDO4c2M Pesquisando, dias atrás na internet, encontrei este texto, no site espanhol Salamanca Al Dia (https://salamancartvaldia.es/noticia/2022-06-04-vai-devagar-nao-corras-297803), creditado a Miguel Nascimento. Deixei o link na transcrição do episódio. O título é “Vai devagar, não corras”. Tenho um amigo que identifico aqui, de forma simbólica, como o “homem das oliveiras”. Admiro o seu posicionamento perante a vida. Abraça causas, entrega-se aos outros entre muitas outras coisas, faz-se ao caminho. Na verdade, ele é um peregrino. Um caminhante à procura de se encontrar e reencontrar todas as vezes que forem necessárias. Há dias, numa das suas etapas do “Camino” enviou ao seu grupo de amigos a frase que dá título a este texto, acompanhada de uma fotografia que refletia o seu estado de liberdade, em perfeita comunhão com a natureza. Contemplando a imagem e bebendo a dimensão humana que a frase deixa correr pela alma dentro, percebemos que devemos ir mais devagar, sem pressa, uma vez que apenas temos que chegar até nós. Afinal é tudo tão simples, apesar de insistirmos na complicação, correndo demasiado depressa para geografias em que não nos conseguimos encontrar. A frase que o meu amigo nos enviou é do poeta espanhol Juan Ramón Jimenez que, por sua vez, embrulha um poema lindíssimo que nos interpela com uma força extraordinária: Vai devagar, não corras, pois onde tens que ir é a ti mesmo! Vai devagar, não corras, que o menino do teu eu, recém-nascido eterno, não te pode seguir! O caminho é o nosso. O verdadeiro encontro é conosco. Mas para que isso aconteça temos que ir mais devagar, sem correrias loucas e desenfreadas. Os sinais estão por aí no caminho da nossa vida. Temos que lhes prestar mais atenção para depois não concluirmos que é demasiado tarde. Só temos um tempo, o nosso. É curto, muito curto. Para o saborearmos temos que ir devagar, sem pressa, para que o menino que há em nós, recém-nascido eterno, nos possa seguir. O destino do caminho não é a chegada. É a viagem. Somos nós, sem pressa de chegar, mas desejosos de viver. Sem dúvida, é um belo texto e nos traz o poema Vai devagar de Juan Ramón Jiménez, poeta espanhol, nascido em 1881 e falecido em 1958. Por sua oposição ao regime espanhol de Francisco Franco, teve que buscar exilio nos EUA, em 1936. O poeta foi laureado com Nobel de Literatura de 1956. O poema nos remete direto para a necessidade de irmos para dentro de nós mesmos e nos aponta para a importância de aprendermos a explorar nossa morada interior. Juan Ramón nos aponta o caminho que temos que buscar que é a nós mesmos, ou seja, a necessidade de interiorização. Podemos ver isso no Evangelho de Lucas (17:20-21) quando o Cristo, ao ser interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência exterior (ou de modo visível, em algumas traduções). Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está dentro de vós. E Cristo nos disse isso muitas vezes, em forma de parábolas: Semeador, Grão de mostarda, Pérola na ostra, Rede, Tesouro escondido, Fermento...Tudo está dentro! O que nos mostra a grande necessidade de sermos humildes. E temos que ser humildes se quisermos encontrar a nós mesmos. A humildade é a base da nossa felicidade. Humildade é uma virtude que consiste em conhecer as suas próprias limitações e fraquezas e agir de acordo com essa consciência. Contudo, para isso, é necessário que partamos para uma jornada para dentro de nós mesmos. Vejam bem, o Universo até onde o conhecemos, tem mais de 200 bilhões de galáxias. Dentre essa enorme quantidade, uma destas galáxias é a Via Láctea, que tem cerca de 100 bilhões de estrelas, sendo que uma delas é o Sol. Em volta do Sol, giram 8 planetas (ou 9, para quem continua considerando Plutão como tal). Dentre esses planetas, um deles é nossa Terra, que tem cerca de 3 bilhões de espécies de seres vivos. Dentre essas 3 bilhões de espécies de seres vivos, uma delas é o Homo sapiens, que conta com quase 8 bilhões de indivíduos e um deles sou eu. Ou seja, eu sou 1 ser entre quase 8 bilhões de indivíduos de uma das mais de 3 bilhões de espécies de seres vivos que habitam o planeta Terra, que é um dos 8 planetas que giram ao redor do Sol, que é uma estrela dentre as mais de 100 bilhões de estrelas que existem na Via Láctea, que é uma das mais de 200 bilhões de galáxias que compõem o Universo que conhecemos. Então, o que sou eu diante do Universo? O reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo é a definição de humildade, conforme nos disse Emmanuel, no livro Pensamento e Vida, psicografado por Chico Xavier e lançado em 1958. Assim, alcançar a felicidade plena (que seria o Reino de Deus) é como escalar uma montanha e o primeiro passo desta escalada é a humildade. Lembram-se do Sermão do Monte? Cristo coloca na base de tudo a humildade: Bem-aventurados os pobres de espíritos, porque deles é o Reino dos Céus...Bem-aventurados os humildes! Volto ao livro Pensamento e Vida, onde Emmanuel diz que a ausência de humildade em nós leva a enquistamento de sentimentos como orgulho, cobiça, vaidade e egoísmo que se prendem ao nosso ser como verdadeiros tumores. Esses enquistamentos no sentimento se transportam para o psiquismo humano, gerando tensão psíquica, que provoca desespero, ciúme, despeito, intemperança. Assim ocorre a somatização destes processos, gerando depressão, irritação, raiva, úlceras e várias doenças. Pode haver um desequilíbrio em nosso sistema imunológico que pode levar à doenças diversas e até mesmo a casos de disfunção celular, podendo desenvolver um câncer. Percebam que, muitas vezes, numa doença, está uma tensão psíquica, (como ciúme e intemperança), provocada por um enquistamento de sentimento (como rancor, orgulho e vaidade), gerado pela falta de humildade. Por isso a base de tudo é a humildade. Me valho ainda, das palavras de Emmanuel, no capítulo Humildade, do mesmo livro Pensamento e Vida: Humildade não é servidão. É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para o bem. Cultivá-la é avançar para a frente sem prender-se, é projetar o melhor de si mesmo sobre os caminhos do mundo, é olvidar todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia. Refletindo-a, do Céu para a Terra, em penhor de redenção e beleza, o Cristo de Deus nasceu na palha da Manjedoura e despediu-se dos homens pelos braços da Cruz. No episódio # 14 – Humildade, eu falei bastante sobre essa virtude que temos que cultivar. Quem não ouviu ou quiser ouvir novamente, procure nas plataformas players de podcast ou acesse podcastmundoespiritual.blogspot.com e confira todos os episódios. Muitas vezes estamos correndo para buscar coisas que nos preencham materialmente. Isso é fato! E essa velocidade contagiou a grande maioria. Em todo o planeta tem gente correndo de um lado para o outro. Mas, o segredo parece que se encontra na tomada de consciência: afinal, para que correr tanto? A pressa tem esgotado as nossas melhores energias. E os resultados dessa correria toda? Parece que não são tão satisfatórios assim. Por isso, para além das preocupações e das ocupações, a busca de encontrar a nós mesmos é uma oportunidade única para reavivar a sensação de alívio e de aconchego. E como existem tantos e tantos não centrados em seu “eu interior”, não é mesmo? Talvez seja por isso que estamos emocionalmente tão frágeis. E o que é mais interessante é que imaginamos um amanhã menos exigente e mais tranquilo. Mas, para isso, esse amanhã necessita começar hoje. Não há mais tempo para ficar adiando algumas decisões. Para o amanhã ser melhor, só há um caminho: iniciar hoje. Porém, sem pressa. De nada adianta continuar correndo. Não há necessidade de uma mudança radical. Lembrem-se que tudo passa por um processo. Então, ao invés de parar de uma vez só, de mudar radicalmente, que tal ir diminuindo o ritmo, aos poucos, devagar? Observe o mundo lá fora. Parece que tudo está girando a uma velocidade absurda e nós precisamos buscar construir a paz dentro de nós, indo, como disse o poema, mais devagar. Temos que viver, sem pressa! A música Viver sem pressa é da banda catarinense, Além do Mar, começou a ser escrita em dezembro de 2019, mas foi finalizada três meses depois, quando a pandemia começou a fazer com que ficássemos em casa. A música faz parte do álbum Terra à Vista, lançado em 2021. Eu vou viver sem pressa, só o que Deus tem pra mim... https://youtu.be/-jK4wYBqX8w Hoje em dia parece que temos que fazer tudo rápido demais, muitas vezes, sem saber se o que estamos fazemos é o que realmente queríamos estar fazendo. As demandas são muitas e na maioria das vezes parece que os prazos são curtos, por isso fazemos tudo com pressa. Eu mesmo, me acostumei a ouvir arquivos de áudio e vídeo, com velocidade aumentada. Parece que tudo na vida exige pressa, mas nós não queremos que a vida passe tão depressa. Por si só, a vida já caminha a passos largos, não é mesmo? Então, para que apressá-la mais ainda? Então, façamos como Almir Sater e Renato Teixeira, na linda canção Tocando em Frente, e comecemos a dizer, ando devagar, porque já tive pressa... E tem um episódio especial sobre essa música, o # 20, onde faço uma análise sobre essa música. Para quem já ouviu, ouça novamente, para quem não ouviu, ouça. Me recordo dos tempos de adolescência, quando achava que a vida caminhava lentamente e a idade adulta, demoraria muita para chegar. Pois é, a idade adulta chegou e a vida aumentou sua velocidade. Sai da adolescência, passei para a idade adulta e hoje me encontro na envelhecência, que seria esse período do desenvolvimento humano que se caracteriza pela passagem da maturidade para a velhice. Pois é, quando adolescente, queria que o tempo passasse rápido. Hoje, envelhecente, vejo a vida passar rápido diante de meus olhos e como eu gostaria que o tempo passasse um pouco mais devagar. Toda noite, quando fecho meus olhos para dormir, abro minha mente e penso em tudo o que fiz durante o dia que passou e tento planejar o que fazer no amanhã. Acordo para este amanhã que se torna hoje e, tão rápido, percebo que novamente estou deitado, de olhos fechados e mente aberta, fazendo tudo de novo. E o dia se foi tão rápido! E o tempo passando tão rápido! E a vida caminhando tão rápido! Então, não tenha pressa! Parece-me que tentamos acelerar nossos passos e nossas escolhas, para caminharmos na velocidade com que vemos a vida passar. Não temos paciência para algumas coisas que se mostram mais lentas. Não temos paciência em ouvir alguém que fala devagar, em assistir a uma apresentação devagar...parece-me que não estamos tendo paciência para viver e, percebo isso, parece que estamos deixando a vida escapar pelas nossas mãos. Por isso o poema de Juan Ramón é perfeito: Vai devagar, não corras, pois onde tens que ir é a ti mesmo. Então, aqui vai um conselho, meu para você e, por que não para mim mesmo: não tenha pressa! Viva com calma! Ande mais devagar! Eu trabalhei por muitos anos, chegando a me desdobrar em mais de uma atividade ao mesmo tempo, ao longo dos dias. Acordava cedo e começava a trabalhar por volta das sete horas da manhã, parando, muitas vezes, por volta das onze da noite. Exatamente neste período de minha vida é que muita coisa aconteceu. Nasceram meus filhos, cresceram meus filhos, morreram meus pais...e a vida foi passando de uma forma tão rápida, que parece que não acompanhei seu ritmo. Aos poucos foi tirando o pé do acelerador. Busquei viver um pouco mais devagar. Ainda não tanto como gostaria, mas hoje em dia, procuro viver um pouco menos acelerado. Vou dar um exemplo para vocês perceberem o que estou tentando dizer. Você já viu como, ao passar pelas ruas de sua cidade, de carro, você vê as coisas de uma determinada maneira, mas não consegue perceber os detalhes. Só quando você passa pelos mesmos lugares, caminhando, sem pressa, é que percebe os pequenos detalhes de cada lugar. Percebo isso nas minhas longas caminhadas por minha cidade. Essa linda música é “Não tenha pressa”, do mineiro Vander Lee, aqui cantando com sua irmã Ivânia Catarina. Ambos já faleceram, Ivânia em 2015 e Vander em 2016. A música fez parte do álbum Naquele verbo agora, de 2005. https://youtu.be/BCIRQhLAXWY Vou me valer agora, de um trecho de um texto que encontrei no site Agenda Espírita Brasil, de autoria de Francisco Rebouças, intitulado “Os perigosos caminhos da pressa” (https://agendaespiritabrasil.com.br/2017/06/21/os-perigosos-caminhos-da-pressa/): Tenhamos bastante cuidado e toda prudência necessária para evitarmos o estado de ansiedade que, volta e meia, nos toma de surpresa causando um mal-estar que nos incomoda e entristece por muito tempo. Inicia-se de forma bem sutil e quando despertamos já estamos contaminados por uma inquietação que nos causa grande preocupação com alguma coisa que nem sempre se concretiza, mas que nos causa enormes prejuízos emocionais. Essa inquietação pode até mesmo nos levar a processos doentios de angústia e medo. E acontece, porque, como seres imperfeitos que ainda não adquirimos a devida paciência para esperar o momento adequado para a realização das coisas que almejamos realizar, apressadamente, atiramo-nos na busca da solução precipitada de algo que demanda, normalmente, muito tempo e trabalho. É necessário que aprendamos a observar os exemplos que a “mãe natureza” nos fornece a cada instante quando nos permitimos perceber, mostrando-nos que o fruto não surge sem que a árvore esteja devidamente pronta e na época certa de sua estação; que o dia não chega antes que a madrugada se vá; que a noite não surge sem que o Astro-Rei tenha iluminado todo o dia. Em vão será todo o esforço mal direcionado e todo trabalho que não se apoie na disciplina do respeito ao tempo necessário para sua concretização, porque tudo tem seu tempo de realização, conforme diz a sabedoria popular “a pressa é inimiga da perfeição”. Então, aproveite mais cada momento e desfrute de cada detalhe. Procure viver com mais calma. Tenha calma para viver e mais paciência para fazer suas escolhas. A ansiedade é um dos mais acentuados sintomas que percebemos na humanidade atual. E ela nos consome e nos faz adoecer. Meu caro amigo, minha cara amiga, nossas vidas não cabem dentro das nossas ansiedades. Lembre-se que a paciência e a pressa, não se harmonizam. Para quem se preocupa demais com o amanhã e tem pressa de fazer as coisas, pensando no amanhã. Entenda uma coisa: de nada adianta ter pressa em viver o amanhã. Nós nunca conseguiremos viver o amanhã, porque o amanhã sempre existirá. O presente esse sim, nunca mais voltará. O presente vivido, ficará no passado e somente a lembrança é que nos ligará a ele, uma vez que o passado nunca mais poderá ser revivido. O escritor mineiro Rubem Alves disse, certa vez, que em sua fazenda havia uma placa de madeira com a frase em latim, "Tempus fugit", o tempo voa. Ora, se o tempo voa, então eu preciso correr. Então mandei gravar na placa, "Carpe diem", aproveite o dia. Viva o momento. Assim, aproveite o momento e passe a buscar mais quem você realmente é. Diminua o ritmo das coisas externas e busque seu interior. A pandemia do COVID-19 nos mostrou que estávamos, muitos de nós, levando a vida com muita pressa. Quantos de nós não diminuímos o ritmo e deixamos de fazer algumas coisas e a vida parece que continuou assim mesmo, ou seja, não era necessária toda a pressa que tínhamos. Por mais insignificante que um microscópico vírus pode ser, ele foi capaz de nos mostrar que a vida, precisa de pausa... A paranaense de Cascavel, Vitória Carolina Krueger, a cantora e compositora Vicka, fez a música Pausa durante a pandemia do COVID-19. Segundo a cantora, a pandemia fez a gente rever nossas prioridades. https://youtu.be/dejjUT-fQEQ Será que, realmente, precisamos viver com pressa? Veja como vivemos em mundo que gira rápido, parecendo que o tempo passa rápido demais. Muitos de nós, neste exato momento, está se apegando na famosa frase “tempo é dinheiro”, assim, não podemos perder tempo, pois estaremos perdendo dinheiro. Dormimos já pensando no que temos que fazer no outro dia. Acordamos e somos escravos do relógio, com o tempo nos dominando. Ir para o trabalho, levar os filhos na escola, os compromissos assumidos, tudo faz com que vivamos num ritmo frenético, praticamente o dia todo. O pior é que, quando surgem as brechas no tempo, como os horários de descanso, as pausas para as refeições, nós preenchemos o tempo com nossos celulares, avançando avidamente pelas redes socias, afinal, o tempo corre rápido e logo tenho que voltar à ativa. Deste modo, vivemos num ritmo frenético, todos com pressa, todos impacientes e irritados, pois parece que todos estamos vivendo de modo atrasado em relação ao tempo que corre. Isso acaba por nos gerar transtornos psíquicos, que fragmentam nossa alma e nos proporciona uma sensação de incompletude, de insuficiência, uma vez que, por mais que andemos depressa, parece que nunca temos tempo e velocidade suficiente para fazermos tudo o que é preciso ser feito. Enfim, saiba viver todos os belos momentos de sua vida, sem pressa, devagar. Aproveite cada instante de felicidade, sem ficar pensando na correria e agitação de suas atividades. Busque seu repouso espiritual e se compraza com esse momento. Observe a paisagem, contemple as estrelas, veja todos os detalhes que a vida lhe oferece. Viva com mais calma, sem pressa. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas diversas plataformas players de podcast. E acompanhe, também, o podcast Espiritualidades, que vai ao ar toda segunda-feira as 20:30 horas, ao vivo, nos canais da web rádio Sintonia no Bem, comigo, Carlos Biella. Certa vez li uma entrevista de Rubem Alves, concedida à jornalista Marília de Camargo Cesar, publicada pelo jornal Valor Econômico no final de 2012, onde o escritor mineiro, então com quase 80 anos, disse que, com a velhice, você deixa de ser um indivíduo cheio de vitalidade e passa a um ser crepuscular. Concordo com ele, principalmente depois de sua explicação a respeito do que é o crepúsculo. Rubem Alves disse que, no crepúsculo, o tempo passa mais rápido. E ele faz uma analogia interessante. Durante o dia, observando o céu azul, parece que o tempo está parado e é assim o que acontece na juventude. Parece que o tempo para. Mas, ao chegar o crepúsculo, rápidas transformações começam a ocorrer no céu. As cores se alteram, surgem o amarelo, o laranja e o vermelho. Tudo nos indica que o sol está se indo. Tudo vai ficando roxo e logo o céu mergulha num oceano escuro. Isso é o crepúsculo, essa percepção é que a hora de partir está chegando e isso nos dá a consciência de que o tempo passa mais rápido e a vida passa rapidamente. Um pouco mais a frente, na entrevista, Rubem Alves conta a seguinte história. Gosto de contar a história de um homem que ia caminhando pela floresta, a mata estava escura. De repente, ele ouve o rugido de um leão e sai correndo, mas, como está escuro, cai num precipício. Ele se agarra a um galho preso no abismo, olha para cima; o leão, para baixo, o abismo. Então ele nota que, bem à sua frente, está brotando um galho com uma fruta vermelha. É um morango. Estende o braço, come o morango e se delicia. As pessoas perguntam qual é o fim da história. O homem caiu? Respondo que não tem final, é só isso mesmo. Você não entendeu? Quem está pendurado sobre o abismo sou eu, é você, todos estamos sobre o abismo. Portanto, o que nos resta fazer é comer os morangos. Enfim, deixe de ter pressa, a vida já corre tão rápido. Vá mais devagar, pois onde tens que ir é só a ti mesmo. Ah, e lembre-se de comer os morangos que surgem a sua frente. Deixo você com a música que abriu o programa de hoje, O tempo não para, com a cantora portuguesa Mariza, nascida em Moçambique, com a música que fez parte do álbum The Best of Mariza, de 2014. Eu sei, que o tempo não para, tempo é coisa rara e a gente só repara, quando ele já passou https://youtu.be/9kmwY1Z3YNY Fiquem todos em paz e até nosso próximo episódio.


Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
bottom of page