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EPISÓDIO # 43 - UM DIA TODOS SEREMOS ANJOS

  • Foto do escritor: Carlos A. Biella
    Carlos A. Biella
  • 24 de nov. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de jul. de 2023


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Um dia todos seremos anjos.


O título deste episódio é baseado na letra de uma música, que diz que “um dia todos nós seremos anjos”. Para muitos, essa é a nossa finalidade. E será sobre anjos o episódio de hoje. Então, sejam todos muito bem-vindos e aproveitem

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Saudações a todos. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco. Os endereços estão na transcrição do episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas diversas plataformas players de podcast. Quando falamos sobre anjos, normalmente temos a ideia da perfeição moral, não é mesmo? Mas, existem aqueles que consideram existir anjos bons e maus, anjos de luz e o anjo das trevas. Nos textos bíblicos encontramos muitas alusões ao termo anjo, na maioria das vezes, exercendo a função de mensageiros. Independente da perfeição moral e da função, creio que todos os que se referem aos anjos, os tem como criaturas criadas por Deus, distinguindo-se dos seres humanos viventes, pela superioridade da inteligência, pela sabedoria e pelo poder. Nas descrições bíblicas, eles aparecem e falam aos homens, em forma e linguagem humana. Interessante é que observamos mais referências a anjos nos textos do Antigo Testamento, em relação aos textos do Novo Testamento. Mas, a existência de seres angelicais, exercendo funções de mensageiros de uma divindade, reportando-se aos homens, não é exclusiva das religiões consideradas bíblicas, mas, também vemos descrições de anjos nas mitologias gregas e orientais, incluindo algumas correntes do budismo. Existe muita referência aos anjos, no texto do Corão ou Alcorão, livro sagrado do islamismo, bem como na Torá, base do judaísmo. O Grupo Acorde nasceu em 1987, pela iniciativa de jovens da Federação Espírita Paraibana, de integrarem-se num ideal de compor um conjunto, que mais tarde transformou-se no Grupo Acorde, com o objetivo de divulgar o Evangelho de Jesus através da música. Em 1995, no 1º Congresso Mundial de Espiritismo em Brasília, lançou o álbum Tempo de Regeneração, considerado o primeiro CD de música espírita do mundo e neste álbum está a música Anjos, de Beto Melo. https://youtu.be/dxkQgKs8yx0 Anjo é uma palavra que tem origem hebraica, (מַלְאָךְ‎), malach, com significado de "mensageiro". Em latim, temos o termo "angelus", com o sentido de "mensageiro de Deus", derivado do grego antigo "anggelos" (άγγελος), cujo significado é “protetor”. Procurando em dicionários, em se tratando de teologia ou de religião, o significado de anjo é um ser puramente espiritual que, segundo algumas religiões, transmite mensagens espirituais às pessoas na Terra, especialmente aquelas enviadas por Deus. Seria, assim, um Espírito que atua como mensageiro, companheiro e protetor do ser humano. Podemos perceber que os relatos bíblicos estão repletos de passagens que falam de anjos, especialmente falam de anjos divinos portando mensagens ou trazendo proteção para alguns seres, que seriam escolhidos por Deus, para missões especiais. Vejam o anjo do sonho de Jacó, os anjos que subiam e desciam na chamada “escada de Jacó”. O anjo que assistiu Daniel na cova dos leões. Deste modo, temos os anjos como enviados de Deus para nossa proteção. Seria, então, um ente espiritual que serve de elo transmissor entre o homem e o Criador. Sua existência é denotada em vários trechos da Bíblia hebraica e em diversos textos da literatura rabínica e do folclore judaico e na Bíblia Católica. Para a Doutrina Espírita, anjos são seres que tiveram um início, como todos nós, espíritos que somos, e, através de um processo evolutivo, se tornaram mais evoluídos. Esses espíritos que nos protegem, nos acompanham por várias encarnações. Todos temos o que chamamos de “espírito protetor”, que se assemelha ao significado que a Igreja Católica designa para anjo da guarda. No entanto, para a Doutrina Espírita, estes seres não foram criados já como seres superiores. Eles também passaram por todas as etapas do processo evolutivo, seja neste ou em outro lugar do universo. Percebam que nos relatos dos grandes profetas, sempre havia uma voz que lhe dizia sobre como agir e o que fazer. Muitos apareciam em sonhos. A anunciação do chamado anjo Gabriel para Maria, anunciando a vinda do Cristo e também para Zacarias sobre a vinda de João, o Batista. Ressalta-se que um anjo guardião de um espírito encarnado, pode ser de outros, também, não havendo uma exclusividade. Esse anjo não se assemelha a um guarda-costas, mas, sim, seria como um protetor e um orientador, norteando-nos e nos chamando a atenção quando de nossas falhas. Portanto, anjos são mensageiros enviados por Deus. São seres espirituais, individuais e livres, sendo dotados de inteligência e vontade, todos criados por Deus. Essa definição foi estabelecida pela Igreja Católica no Concílio IV de Latrão, convocado pelo Papa Inocêncio III (entre 1213 a 1215) e também no Concílio Vaticano I, convocado pelo Papa Pio IX (entre 1869 e 1870). Percebemos nas falas dos Papas da Igreja Católica, que pelo menos desde o começo do século XX, todos confirmaram e propagaram a fé constante da Igreja nos anjos, sendo que eles mesmos teriam vivido no contato íntimo, amigável e fraterno com os anjos. Pio XI, que foi Papa entre 1922 a 1939, dizia sentir que os anjos estavam por perto, prontos para lhe ajudar. Pio XII (entre 1939 e 1958) dizia que devemos nos unir com os santos anjos e formar uma grande família poderosa dado os tempos que se aproximavam! João XXIII, Papa entre 1958 a 1963, tinha uma devoção profunda e familiar com os anjos. Em 1961 disse que a Igreja os venera, os ama e que os anjos são motivo de doçura e de ternura. Ele atribuiu a ideia de convocar o concilio ecumênico Vaticano II a uma inspiração do seu anjo da guarda. Paulo VI, Papa entre 1963 a 1978, disse: os anjos e os bem-aventurados no céu estão associados, em “diferentes graus”. No governo divino do mundo, os santos intercedem em favor dos homens, enquanto os anjos da guarda não só oram e intercedem pelos homens, mas também atuam neles e intervêm diretamente. Que os anjos inspirem nas nações e em nossos líderes planos de paz. João Paulo I, que foi Papa por apenas 33 dias em 1978, disse, quando então Bispo de Veneto: Os anjos são grandes estranhos nesses tempos. É necessário falar muito sobre eles como ministros da Providência no governo do mundo e dos homens. Desenvolvam uma relação íntima com eles. João Paulo II, Papa entre 1978 a 2005, defendeu a doutrina da Igreja sobre os anjos em seis semanas de catequese em 1986. Bento XVI, Papa entre 2005 a 2013, disse, no discurso Angelus, em 2009, que os anjos servem Jesus, que certamente é superior a eles, e esta sua dignidade é aqui, no Evangelho, proclamada de maneira clara, embora discreta. Francisco, Papa desde 2013, disse, em 2020: Acorramos aos anjos frequentemente na oração, para que nos socorram em todas as situações da nossa vida e nos ajudem a manter o olhar fixo em Jesus, a nossa única salvação. A Igreja está convencida de que Deus confiou aos anjos um mistério em favor do seu povo e confessa a sua fé nos anjos, de tal modo que, aquele que negue sua existência, sabendo que é dogma de fé, comete pecado mortal e incorre em excomunhão (conforme consta no cânon 1364, do Código de Direito Canônico. São Tomás de Aquino, responsável pela Summa Theologica, escrita entre 1265 a 1273, dedicou um Tratado dos Anjos, entre as questões 50 a 64, com cerca de 90 páginas, onde afirma que a natureza dos anjos é puramente imaterial e espiritual, que seu número é incalculável, que nem sempre existiram e que foram criados por Deus, talvez antes do mundo material e do homem. São dotados de livre-arbítrio e é exatamente por isso que uma parte cai no pecado da soberba, do orgulho e da inveja, tornando-se anjos decaídos, demônios incapazes de amar a Deus e ao homem por Ele criado. Então, abram os olhos e percebam, pois, tem anjos voando nesse lugar... Seriam os anjos todos iguais? Existiria alguma hierarquia? Sim, existe uma hierarquia angelical, de acordo com suas funções e essa organização provém dos textos daquele que ficou conhecido como Pseudo-Dionísio e também graças a Tomás de Aquino. Desta maneira, a Igreja Católica e os teólogos ensinam geralmente que os anjos se dividem em três grandes hierarquias ou principados, e cada hierarquia em três companhias ou coros ou ainda, tríades. Os da primeira e mais alta hierarquia, são os mais próximos de Deus e designam-se conforme as funções que exercem no Céu: Os Serafins são assim designados por serem como que abrasados perante Deus pelos ardores da caridade. Os Querubins, que refletem luminosamente a divina sabedoria. Satanás teria sido um querubim, sendo chamado antes pelo nome de Lúcifer ou Belial. E temos os Tronos ou Ofanins, os que proclamam a grandeza do Criador, cujo brilho fazem resplandecer. São os símbolos da autoridade divina, da humildade e obediência. Os anjos da segunda hierarquia recebem nomes de acordo com as operações que se lhes atribui no governo geral do universo, e são: as Dominações, que determinam aos anjos de classes inferiores suas missões e deveres; as Virtudes, que promovem os prodígios reclamados pelos grandes interesses da Igreja e do gênero humano; e as Potências ou Potestades, que protegem por sua força e vigilância as leis que regem o mundo físico e moral. Os da terceira hierarquia têm por missão a direção das sociedades e das pessoas, sendo encarregados dos caminhos das nações e que são mais ligados ao mundo material. Temos os Principados, encarregados de reinos, províncias e dioceses; os Arcanjos, os mensageiros, que transmitem as mensagens de alta importância. Aqui estão os mensageiros Miguel, Rafael e Gabriel e os quatro citados no livro de Enoque, no Antigo Testamento: Uriel, Ituriel, Amitiel e Samuel. Nesta terceira ordem, temos ainda os Anjos propriamente ditos, onde se encaixam os Anjos da guarda, que acompanham as criaturas a fim de velarem pela sua segurança e santificação. São estes que, geralmente, são responsáveis por salvar pessoas. É aquela mão invisível que te “puxa” antes de atravessar a rua e você percebe que ia ser atropelado. É aquela “pessoa” que, quando você caiu na rua, te ajudou a levantar e, do nada, desapareceu. Anjos de Deus é uma música de Elizeu Gomes, cantor, compositor, tecladista e arranjador paulistano de música cristã contemporânea (https://youtu.be/0nBJRvI1Pvw). Ela foi composta em 1993 e ficou muito conhecida através do Padre Marcelo Rossi. E como outras religiões representam os anjos? Começamos pelo budismo, que também crê na existência de anjos, mas não como uma divindade. Seriam os devas, seres divinos que têm uma personalidade quase humana. Seriam invisíveis, mas quando de sua proximidade, poderiam ser sentidos por aquelas pessoas que teriam a capacidade de enxergar com o terceiro olho, um dom que permitiria enxergar seres de outros planos existenciais. O termo deva, tem raiz sânscrita div, que significa “brilhar”. Assim, os devas seriam “seres brilhantes” ou “seres que conseguem brilhar”. Podem se manifestar de diferentes maneiras, são capazes de voar e de promover milagres e muitas vezes, agiriam como mensageiros. No hinduísmo, também existem os devas, algo muito parecido como no budismo. Para os islâmicos, os anjos são seres feitos de luz, e teriam sido criados antes do ser humano. Não teriam o livre-arbítrio humano e não desobedecem às determinações de Deus. Teriam sido criados belos, em sua maioria, não possuindo sexo e não tendo nenhuma das necessidades fisiológicas humanas. A angelologia islâmica (angelologia é o estudo dos anjos, dentro de uma teologia) separa os anjos em dois grupos principais, os bons, fiéis a Deus, e os maus, chefiados por Iblis ou Ash-Shaytan, que não seriam agraciados por Deus, por terem se recusado a prestar homenagens a Adão. Assim como no catolicismo, existe uma hierárquica, semelhante à católica: em primeiro lugar estão os quatro Tronos de Deus, com formas de leão, touro, águia e homem. Na sequência vêm os querubins, seguidos dos quatro arcanjos: Jibril ou Jabra’il, o revelador, intermediário entre Deus e os profetas e constante auxiliador de Maomé; Mikal ou Mika’il, o provedor, citado apenas uma vez no Corão e quem, segundo a tradição, ficou tão horrorizado com a visão do inferno quando este foi criado que jamais pôde falar de novo; Izrail, o anjo da morte, uma criatura de dimensões cósmicas, quatro mil asas e um corpo formado de tantos olhos e línguas quantas são as pessoas da Terra. Como uma classe à parte estão os gênios, ou djins, que possuem muitas características humanas. Ao contrário da concepção judaico-cristã, Lúcifer não foi um anjo caído, mas sim um gênio; foi criado antes do homem, mas foi feito do fogo. Independente da religião, lá estão eles. O que torna a existência deles ainda mais real. Seja qual for a doutrina, Deus nunca esteve sozinho, assim como nós nunca estivemos. Essa música é bem legal, não? Ah! Você se lembra desta música com o Padre Marcelo Rossi, não é mesmo? Aqui o Padre Marcelo Rossi na gravação de "Imaculada", gravado no Santuário Mãe de Deus em São Paulo, em agosto de 2017. https://youtu.be/1EleywbKFLE Muitas pessoas, independente da religião, acreditam que os anjos registram todos os nossos atos. Alguns, de algumas seitas religiosas que acreditam na chamada Nova Era, assim como judeus e cristãos, acreditam que um Serafim, chamado Metatron registraria tudo o que acontece no universo, sendo auxiliado por outros anjos da hierarquia angelical. Na religião islâmica, existe a crença de que Deus criou anjos chamados Kiraman Katibin, que são aqueles responsáveis por registrar nossos atos e que Deus designaria dois deles para cada um de nós. Um registrando as boas ações e outro as más ações, No sikhismo, os anjos chamados Chitar e Gupta registrariam todas as decisões das pessoas. Chitar seria responsável por registrar ações vistas pelos outros humanos e Gupta registrando aquelas ações que são ocultas de outras pessoas, mas que são plenamente conhecidas por Deus. Cuidado com o que você anda fazendo por aí!!! Mas, e quanto ao Espiritismo? Os anjos descritos por Allan Kardec são também semelhantes à tradição católica, porém, com uma diferença básica: os anjos não seriam perfeitos, sendo seres que estão evoluindo em sua própria jornada. Isso porque, Deus, sendo soberanamente justo, bom e perfeito, não teria criado os anjos perfeitos, pois seria injusto com os humanos e Deus não é injusto. Na introdução de O Livro dos Espíritos temos que os espíritos da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos. No livro Céu e Inferno, Kardec traz um capítulo intitulado Anjos. Trata-se do capítulo VIII, da primeira parte Doutrina. Kardec inicia o capítulo ressaltando que “Todas as religiões têm tido anjos sob vários nomes, isto é, seres superiores à humanidade, intermediários entre Deus e os homens”. Ele mostra a visão da Igreja Católica a respeito dos anjos que, segundo essa visão, seriam seres criados por Deus, puramente espirituais, anteriores e superiores à humanidade, criaturas privilegiadas e consagradas à felicidade suprema e eterna desde a sua formação, dotadas, por sua própria natureza, de todas as virtudes e conhecimentos, nada tendo feito, aliás, para adquiri-los. Ora, que existem seres dotados de todas essas qualidades que são atribuídas aos anjos, não se discute. No entanto, a Doutrina Espírita nos traz uma outra visão a respeito da natureza e a origem desses seres. Sabemos, de acordo com a Doutrina Espírita, que todos os espíritos são criados simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimentos e sem ter a consciência do bem e do mal. Todo espírito criado desta forma está apto para adquirir o que lhe falta. A finalidade de todo espírito é atingir a perfeição e cada qual irá alcança-la a seu próprio tempo, graças ao livre-arbítrio. Deste modo, todos nós temos os mesmos caminhos a percorrer, os mesmos degraus a subir e o mesmo trabalho a cumprir. Essa é a justiça divina. Deus não criou o mal, uma vez que todas as suas leis são para o bem. O mal foi criado pelo próprio homem, ao não observar e não cumprir as leis de Deus. Toda atitude que desvia dessas leis divinas, provocam um atraso em nosso processo evolutivo espiritual e isso sempre provoca consequências. Quando começamos a ter atitudes mais voltadas ao bem, começamos a desenvolver a perfeição e, com isso, avançamos no caminho espiritual. Isso vai acontecendo até alcançarmos o estado de espírito puro ou, de anjo. Encontrei essa frase, atribuída a José Saramago, escritor português, prêmio Nobel de Literatura de 1998. Autor de livros consagrados como Ensaio sobre a cegueira; Caim; O homem duplicado e o romance um romance O evangelho segundo Jesus Cristo, que, através de uma visão moderna e crítica da religião, traz uma outra versão sobre a vida de Jesus Cristo. Fica aqui uma dica de leitura. Disse Saramago: “Porque os homens são anjos nascidos sem asas, é o que há de mais bonito, nascer sem asas e fazê-las crescer” E o que vem a ser um anjo da guarda? Seria um espírito protetor, pertencente a uma escala mais elevada no plano espiritual, conforme a resposta da questão 490 de O Livro dos Espíritos. Sua principal missão é acompanhar quem está encarnado ajudando-o a cumprir suas provas evolutivas. Estão conosco, desde antes de nossa reencarnação, para nos acompanhar, nos proteger e nos orientar. Podemos buscar nos conectar com ele através de orações e preces. Um sinônimo para anjo da guarda é anjo custódio, cujo significado é de um anjo que se supõe atribuído por Deus a cada pessoa para a proteger e para a encaminhar para o bem. Vejam o que perguntou Kardec na questão 491 de O Livro dos Espíritos: Qual a missão do Espírito protetor? Ou seja, qual a missão do anjo da guarda? E a resposta foi que eles têm a missão de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida. E um pouco mais a frente, na resposta à questão 495, os espíritos dizem que “cada anjo de guarda tem o seu protegido, pelo qual vela, como o pai pelo filho. Alegra-se, quando o vê no bom caminho; sofre, quando ele lhe despreza os conselhos”. Assim, anjo da guarda é um espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada. No entanto, além do anjo guardião, que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos protetores que, mesmo não sendo tão elevados, não são menos bons e generosos. São nossos amigos e parentes, ou então, pessoas que conhecemos de existências passadas. Esses espíritos protetores e familiares, nos assistem com seus conselhos e, algumas vezes, intervindo nos atos da nossa vida. Então, Deus, em nosso anjo guardião, nos deu um guia principal e superior e, nos Espíritos protetores e familiares, guias secundários. Podem ser considerados como nossos Guias Espirituais. Existem, também, os Mentores Espirituais, espíritos que já atingiram um grau elevadíssimo de sabedoria e pureza de alma. São seres de luz que estão conosco para nos iluminar, nos guiar no caminho do bem, para nos ajudar a evoluir espiritualmente. Aqui temos O Rappa, que foi uma banda de reggae rock brasileira, formada em 1993 no Rio de Janeiro. A música Anjos (Pra quem tem fé), de Marcelo Falcão e Tom Saboia, foi lançada em 2015, no álbum Nunca tem fim... Segundo Marcelo Falcão, foi uma letra que marcou sua carreira, que passava por um momento bem especial da vida, como o fato de uma tia passando por um tratamento contra o câncer, e outros momentos tristes como a morte do Chorão, do Charlie Brown Júnior. A música fala sobre a fé para conquistar objetivos e se mostra como um incentivo para enfrentar a “vida dura, sofrida, carente em qualquer continente”, disse Marcelo Falcão. https://youtu.be/BPbCLtBl_g4 Resumindo, então, anjos são espíritos que alcançaram a perfeição e se encontram na plenitude da felicidade prometida. Porém, antes de atingirem esse grau supremo, aproveitam da felicidade relativa ao seu adiantamento espiritual, mas essa felicidade não é ociosidade é a das funções que faz Deus confiar no espírito e dar ocupações maiores para ainda progredir mais. Sabemos, também pela Doutrina Espírita, que a humanidade não está limitada ao nosso planeta Terra, ela ocupa inúmeros mundos no Universo; já povoou mundos que desapareceram e povoará aqueles que ainda serão formados. Assim, muito tempo antes da formação do planeta onde estamos encarnados, já haviam espíritos vivendo em outros mundos e que, sem exceção, percorreram as mesmas etapas que nós, espíritos hoje encarnados, percorremos neste momento. Muitos destes espíritos já haviam alcançado seu objetivo, talvez antes mesmo de nossa formação pelo Criador. Desde o início dos tempos, Deus cria espíritos que vão passando por etapas, buscando a perfeição. Deste modo, muitos destes espíritos puros que convivem conosco atualmente, tiveram seu início de jornada perdido no infinito do passado, sendo para nós como se tivessem sempre sido anjos. É, como diz o Marcelo Falcão, pra quem tem fé a vida nunca tem fim. A vida nunca tem fim, mas esse episódio, tem e vamos chegando ao seu final. Para encerrar, trago aqui a oração do Santo Anjo do Senhor ou Oração do Anjo da Guarda, uma tradução da oração Angele Dei, uma oração católica pedindo proteção ao anjo da guarda. Ao que tudo indica, a oração baseia-se em um escrito de Reginaldo da Cantuária, um monge beneditino que viveu no século XII, na Inglaterra. Aqui na interpretação do Ministério Deus entre nós, com a melodia de Gabriela S. Silva. https://youtu.be/La-rTKCBmAE Aproveitando a oração, aqui temos o Cantoría José Antonio Anzoátegui, um coral venezuelano, cantando a oração Angele Dei, com a música que fez parte da trilha sonora do filme A Missão, composta por Ennio Morricone. A apresentação foi gravada pela internet, em 2020, no auge da pandemia da COVID-19, com cada integrante do coral em sua residência. Essa foi a música que nos acompanhou em boa parte deste episódio. https://youtu.be/R0l23p8LodQ Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas diversas plataformas players de podcast. E acompanhe, também, o podcast Espiritualidades, que vai ao ar toda segunda-feira as 20:30 horas, ao vivo, nos canais da web rádio Sintonia no Bem, comigo, Carlos Biella. Finalizo este episódio trazendo o capítulo 34 do livro Estante da Vida, de Humberto de Campos, sob o pseudônimo Irmão X, na psicografia de Chico Xavier, livro este lançado em 1969. O capítulo se intitula O Anjo Solitário e Humberto de Campos nos mostra as figuras angelicais que auxiliaram Jesus nos seus últimos momentos na cruz. Enquanto o Mestre agonizava na cruz, rasgou-se o céu em Jerusalém e entidades angélicas, em grupos extensos, desceram sobre o Calvário doloroso... Na poeira escura do chão, a maldade e a ignorância expeliam trevas demasiadamente compactas para que alguém pudesse divisar as manifestações sublimes. Fios de claridade indefinível passaram a ligar o madeiro ao firmamento, embora a tempestade se anunciasse a distância... O Cristo, de alma sedenta e opressa, contemplava a celeste paisagem, aureolado pela glória que lhe bafejava a fronte de herói, e os emissários do Paraíso chegavam, em bandos, a entoarem cânticos de amor e reconhecimento que os tímpanos humanos jamais poderiam perceber. Os Anjos da Ternura rodearam-lhe o peito ferido como a lhe insuflarem energias novas. Os portadores da Consolação ungiram-lhe os pés sangrentos com suave bálsamo. Os Embaixadores da Harmonia, sobraçando instrumentos delicados, formaram coroa viva, ao redor de sua atribulada cabeça, desferindo comovedoras melodias a se espalharem por bênçãos de perdão sobre a turba amotinada. Os Emissários da Beleza teceram guirlandas de rosas e lírios sutis, adornando a cruz ingrata. Os Distribuidores de Justiça, depois de lhe oscularem as mãos quase hirtas, iniciaram a catalogação dos culpados para chamá-los a esclarecimento e reajuste em tempo devido. Os Doadores de Carinho, em assembleia encantadora, postaram-se à frente dele e acariciavam-lhe os cabelos empastados de sangue. Os Enviados da Luz acenderam focos brilhante nas chagas doloridas, fazendo-lhe olvidar o sofrimento. Trabalhavam os mensageiros do Céu, em torno do Sublime Condutor dos Homens, aliviando-o e exaltando-o, como a lhe prepararem o banquete da ressurreição, quando um anjo aureolado de intraduzível esplendor apareceu, solitário, descendo do império magnificente da Altura. Não trazia seguidores e, em se abeirando do Senhor, beijou-lhe os pés, entre respeitoso e enternecido. Não se deteve na ociosa contemplação da tarefa que, naturalmente, cabia aos companheiros, mas procurou os olhos de Jesus, dentro de uma ansiedade que não se observara em nenhum dos outros. Dir-se-ia que o novo representante do Pai Compassivo desejava conhecer a vontade do Mestre, antes de tudo. E, em êxtase, elevou-se do solo em que pousara, aos braços do madeiro afrontoso. Enlaçou o busto do Inesquecível Supliciado, com inexcedível carinho, e colocou, por um instante, o ouvido atento em seus lábios que balbuciavam de leve. Jesus pronunciou algo que os demais não escutaram distintamente. O mensageiro solitário desprendeu-se, então, do lenho duro, revelando olhos serenos e úmidos e, de imediato, desceu do monte ensolarado para as sombras que começavam a invadir Jerusalém, procurando Judas, a fim de socorrê-lo e ampará-lo. Se os homens lhe não viram a expressão de grandeza e misericórdia, os querubins em serviço também lhe não notaram a ausência. Mas, suspenso no martírio, Jesus contemplava-o, confiante, acompanhando-lhe a excelsa missão, em silêncio. Esse, era o anjo divino da Caridade. Deixo vocês com a voz de Beto Melo e o Grupo Acorde, com a música que iniciamos esse episódio, Anjos. Espero que os Anjos se mantenham, sempre, lhes protegendo em todo os seus passos. Como diz o Salmo 34 do Antigo Testamento: “O anjo do senhor acampa ao redor de seus fiéis, protegendo-os”. Fiquem todos em paz, cercados de anjos e até o nosso próximo episódio.


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