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EPISÓDIO # 44 - O VERDADEIRO ESPÍRITO DO NATAL

  • Foto do escritor: Carlos A. Biella
    Carlos A. Biella
  • 21 de dez. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 23 de jul. de 2023



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O verdadeiro espírito do Natal.


Então, é tempo de Natal! Mas, será que não estamos nos esquecendo da razão principal de se comemorar o Natal? Afinal, qual o verdadeiro espírito do Natal? É sobre isso que falaremos hoje. Então, sejam todos muito bem-vindos, e aproveitem.

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Saudações a todos. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco. Os endereços estão na transcrição do episódio (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas diversas plataformas players de podcast. Tempos atrás, quando ainda estava planejando lançar esse podcast, comecei a trabalhar com um blog, postando alguns textos meus e alguns estudos a respeito da Doutrina Espírita. Posso dizer que foi a semente do que viria a ser o podcast Mundo Espiritual. Pesquisando alguns textos que escrevi para este blog, encontrei um que serve de base para nosso último episódio do ano de 2022, que leva o título daquele texto, postado em 22 de dezembro de 2018: o verdadeiro espírito do Natal. Talvez um dos maiores ensinamentos que Jesus nos deixou foi o da humildade. Desde seu nascimento, até sua morte, Cristo nos deixou exemplos de uma vida simples e humilde. Contudo, parece que essa humildade por ele ensinada, ficou perdida no tempo... José Herculano Pires, no capítulo “A didaxis do Natal”, do livro “O infinito e o finito”, de 1983, diz que o nascimento de Jesus “Foi a sua primeira parábola, não falada, mas vivida”. E, nascendo assim, nas condições de simplicidade que a tradição e as narrativas dos evangelhos mostram, diz Herculano, “Jesus não incidia em nenhuma excentricidade, mas dentro dos próprios costumes do povo, como faria em toda a sua vida, transmitiria aos homens a mais bela parábola”. Pois é, a vida de Jesus é repleta de ensinamentos. Pena que muitos de nós, ainda não entendemos. E começo esse episódio com D. Ivone Lara e Délcio Carvalho com a música “É Natal”. A música se encontra no álbum “Um natal de samba”, da Gravadora Galeão, lançado em 2004. https://youtu.be/5220eyzTJQM?list=PLXPBoJVHzd_-j4Tt33fz5PwkVBJf5ZdAX Eh, começamos bem, com essa linda música. Mas, vamos lá, falar sobre Natal. A palavra natal parece ter vindo do latim nativitas, que significa nascimento, ou aniversário, e que provem do verbo nasci, cujo significado é nascer. E, como todos já sabem, esta palavra faz referência a um fato histórico que mudou o rumo da humanidade: o nascimento de Jesus. Pois bem, no mundo todo, comemora-se o nascimento de Cristo, neste dia, 25 de dezembro, uma comemoração cristã, mas que se estendeu para a grande maioria dos povos. Então comemoramos o Natal, no dia 25 de dezembro, como sendo o nascimento de Jesus, mas, não temos certeza de quando isso realmente aconteceu. Ernst Renan, escritor, filósofo, teólogo e historiador francês que viveu no século XIX, diz, no interessante livro Vida de Jesus, de 1863, que “Ignora-se a data precisa de seu nascimento. Ele ocorreu sob o reino de Augusto, provavelmente por volta do ano 750 de Roma, ou seja, alguns anos antes do ano 1 da era que todos os povos civilizados datam como o dia oficial de seu nascimento.” Segundo o livro Essência do Natal, da editora Martin Claret, lançado em 1998, a festa do Natal foi instituída oficialmente pelo bispo romano Libério no ano 354 e a data atual, 25 de dezembro teria sido fixada no ano 440, a fim de cristianizar as grandes festas pagãs realizadas próximo a essa data. Já existiam festas como a Saturnália, um festival da Roma Antiga, em honra ao deus Saturno, que ocorria em 17 de dezembro no Calendário Juliano e mais tarde se estendendo com festividades até 25 de dezembro, quando ocorria a festa do Solstício, nos tempos do Imperador Aureliano, entre os anos 270 a 275. Neste dia 25 de dezembro acontecia o solstício de Inverno, no calendário Juliano, e a data era consagrada ao Natalis Solis Invicti, a festa do “nascimento do sol invencível” ou festa do “renascimento” do Sol. Porém, as Igrejas orientais, desde o século IV, já celebravam a Epifania, que teria como significado “aparição” ou “manifestação”, em 6 de janeiro, cujo simbolismo referia-se ao nascimento daquele que seria chamado “o filho de Deus”. A Igreja romana usou a data do dia 25 de dezembro para impor a festa cristã do Natale (o nascimento) de Cristo, considerado o verdadeiro “sol de justiça”, em alusão ao Natalis Solis Invicti e passou a ser adotada pelas igrejas do mundo todo. Assim, o nascimento de Cristo sempre esteve envolvido em controvérsias, sendo, para a maioria, 25 de dezembro, para alguns no dia 01 de janeiro; para outros, 6 de janeiro ou ainda 25 de março e até mesmo 20 de maio. Segundo o teólogo britânico metodista James Dunn em seu livro Jesus em Nova Perspectiva. O que os estudos sobre Jesus histórico deixaram para trás, Cristo nasceu antes de Cristo. Dunn é professor de Teologia na Universidade Durham, no Reino Unido e, segundo ele, de acordo com a narrativa do evangelho de Lucas, o nascimento de Jesus não poderia ter se dado em dezembro. No capítulo 2 do Evangelho de Lucas, temos o seguinte relato: E deu à luz seu filho primogênito, e o envolveu em fraldas, e o colocou para dormir em uma manjedoura porque não havia lugar para eles na estalagem. Havia pastores na mesma região que cuidavam de seu rebanho à noite. (Lc 2:7-8). Bem se fosse dezembro, seria inverno naquela região, que, segundo consta, é bem rigoroso por aqueles lados, o que faz com que os pastores, durante o inverno, não levem o gado ao pasto. Portanto, não deveria haver pastores a noite naquela região, se realmente eles estivessem em dezembro, em pleno inverno. O mesmo pensamento é corroborado pelo professor de estudos bíblicos da Universidade Gettysburg, nos EUA, em seu livro As histórias do nascimento de Jesus. Interessante é que, segundo observações dos chineses, o Natal seria em março, pois foi quando, segundo astrônomos chineses, um cometa, teria surgido na noite asiática no ano 5, de onde teria surgido a figura da estrela de Belém. Ou seja, existe muita, mas muita controvérsia a respeito do nascimento de Cristo. O Natal, como data festiva, é um arranjo inventado pela Igreja e enriquecido através dos tempos pela incorporação de hábitos e costumes de várias culturas como a árvore de natal, uma contribuição alemã do século VIII; a figura do Papai Noel ou São Nicolau, que surgiu na Turquia, no século IV. Já os cartões de natal, tão comuns nesta época, surgiram na Inglaterra, sendo considerado um primeiro cartão de Natal a ser desenhado especialmente com o intuito comercial, um cartão criado em 1843 pelo pintor e ilustrador inglês, John Calcott Horsley. Também consta que o presépio, que muitos montam nessa época, teria sido introduzido por Francisco de Assis, no século XII. Com relação à árvore de Natal, aquele famoso pinheiro, existe uma história bem interessante. São Bonifácio é considerado o apóstolo dos povos germânicos. Nascido com o nome de Winfried, ele recebeu do papa Gregório II, a missão de evangelizar os alemães e também, recebeu o codinome Bonifatius (que significa benfeitor). Por volta do ano 720, percorrendo a região da Baixa Saxônia, uma região mais a noroeste da atual Alemanha, ele ficou sabendo que havia uma comunidade pagã que, no inverno, realizava o sacrifício de uma criança, em honra a Thor, deus nórdico do trovão. O sacrifício ocorria junto a um carvalho, árvore considerada sagrada por aquele povo. Bonifácio decidiu acabar com os sacrifícios e destruir o chamado Carvalho do Trovão, para mostrar ao povo pagão que não cairia do céu nenhum raio lançado por Thor contra a sua cabeça. Na véspera de Natal, Bonifácio com seus companheiros, impediram o sacrifício, quebrando o machado usado para matar a criança, com um golpe de seu cajado. Nessa ocasião, ele teria proferido um dos mais emblemáticos discursos de Natal de todos os tempos: “Escutai, filhos do bosque! Não jorrará sangue esta noite. Porque esta é a noite em que nasceu o Cristo, o Filho do Altíssimo, o Salvador da humanidade. Ele é mais justo que Baldur, maior que Odim, o sábio, mais gentil que Freya, o bom. Desde a vinda d’Ele, o sacrifício terminou. A escuridão, Thor, a quem invocastes em vão, é a morte. No profundo das sombras de Niffelheim ele se perdeu para sempre. A partir de agora, vós começareis a viver. Esta árvore sangrenta nunca mais escurecerá a vossa terra. Em nome de Deus, eu a destruirei”. Consta pela tradição contada que, quando Bonifácio levantou um machado que estava perto do carvalho, uma poderosa rajada de vento varreu de repente o bosque e derrubou a árvore pelas próprias raízes. Diante daquele povo estarrecido porque seu deus Thor não fulminara Bonifácio com um raio, ele apontou para um pequeno pinheiro ao lado e disse: “Esta arvorezinha, este pequeno filho do bosque, será nesta noite a vossa árvore santa. Esta é a madeira da paz; é o sinal de uma vida sem fim, porque as suas folhas são sempre verdes. Olhai a sua ponta voltada ao céu. Esta será a árvore do Menino Jesus! Reuni-vos em torno dela, não mais no bosque selvagem, mas dentro dos vossos lares; ali haverá abrigo e não ações sangrentas; ali haverá presentes amorosos e gestos de bondade”. Esse é o nascimento de uma belíssima tradição, pelo menos é o que a história nos conta. Essa é a música Boas Festas, de Assis Valente, aqui com o grupo Sambô, formado em 2006 em Ribeirão Preto. Essa música faz parte do álbum Natal com Sambô, de 2019. https://youtu.be/J6kszDgKRxU?list=OLAK5uy_nrTdbZucHhtgAKgK21b9aAu7doBdA3gX8 Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel... A figura do Papai Noel passou a ser usada pelos comerciantes a fim de incrementar as vendas dos seus produtos no final de cada ano. Assim, o espírito do Natal, segundo a propaganda, está relacionado com a fartura da mesa, a quantidade de brinquedos e outros produtos que o consumidor possa ter em seu lar. Mas, esse não é o espírito do Natal, não é mesmo? No entanto, parece que esquecemos o verdadeiro sentido do Natal, que é o nascimento de Jesus e esse nascimento, em uma manjedoura, simbolicamente, revela o caráter humilde e simples daquele que seria o maior revolucionário de todos os tempos, sem que precisasse escrever uma única palavra. O Natal se mostra como uma renovação da fé cristã, nos mostrando que devemos seguir os exemplos do Cristo em nosso dia-a-dia. De nada adianta dizermo-nos adeptos de Cristo e agirmos de modo contrário aos seus ensinamentos. Vale lembrar que o nascimento de Jesus havia sido anunciado pelos profetas da antiguidade, como podemos ver no livro do profeta Isaías (7:14): Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel. No Evangelho de Mateus, temos a confirmação desta profecia (1:23): Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, Que traduzido é: Deus conosco. Lembro aqui que Emanuel deriva do termo hebraico Immanuel, composto pelos elementos immánu, que significa "conosco", e El, que quer dizer "Deus” ou “Senhor". Portanto, Emanuel significa “Deus convosco” ou “Deus está conosco”. Trago agora, mais um maravilhoso texto da jornalista e escritora, Sonia Zaghetto, de 19 de dezembro de 2021 e que se encontra no site soniazaghetto.com, com o título Conto de Natal. (https://soniazaghetto.com/2021/12/19/4213/?fbclid=IwAR0jg_FzgkTeFKodzhY8zrPKXdEggIo0kVwSu4wetx9sXkpEGVoOL6SmRDg). Deixei o link do texto na transcrição do episódio. Ela começa o texto assim: Para vovó, com saudade Minha avó tinha um jeito único de lidar com a pobreza e de educar os filhos. Acreditava em solução para tudo. “Só não tem jeito pra morte. O resto, a gente consegue”, disse a si mesma, todos os dias da vida, amparada em uma fé que era malha de ferro a proteger a seda do seu coração. Todos os anos, no Natal, ela revivia uma das suas mais belas criações. É a história que vou agora contar. 1943. É começo da tarde, mas tudo está escuro. A chuva desaba sobre a casa, o quintal, a floresta. Novembro é mês de chuva na Amazônia, o peixe some dos rios. No inverno, nada brota na terra encharcada e pobre. Os bichos do mato também se recolhem e a caça desaparece. Debaixo da casa a água escorre e transforma a terra vermelha em lama. Os meninos olham por entre as tábuas do assoalho, brincando de enxergar mini rios no chão. A mãe está à janela, vendo as gotas grossas a pingar do céu. Os dedos deslizam pelos cabelos da filha adormecida. Dez crianças espalhadas pela casa. As roupas, uns trapinhos. Os relâmpagos e trovões iluminam a casa sem pintura. A mãe está muito calada. Pensa no almoço do dia seguinte: uma lata de sardinhas, quatro ovos e um resto de farinha de mandioca. O marido está trabalhando como telegrafista num navio, em meio à guerra. Sim, há uma guerra na Europa – e os submarinos podem atacar a qualquer instante. Ela não quer pensar nisso. Já ficou viúva uma vez. Tantas vezes a fome lhe rondou a casa. Em todas as ocasiões, a mãe a olhou nos olhos e a enxotou. Quando estava na sua cidadezinha, era mais fácil. Erguia os olhos para os céus e pedia algo, com tanta humildade que ninguém mais ouvia. Em seguida, pegava a canoa e descia o rio, à procura das bênçãos carregadas pelas águas. Recolhia frutos selvagens para os filhos comerem, uns peixinhos miúdos (que até dava pena) e as preciosas sementes que flutuavam ao sabor da correnteza. Delas extraía o óleo, que vendia para os vizinhos usarem nas lamparinas ou fazerem remédios. Os dedos ficavam feridos por alguns dias, depois saravam. De manhã, acorda os meninos. Serve um café ralo e farofa de ovos. Até o fim do dia, haverá de encontrar algo. Vai mandar as três crianças mais velhas para a fila de distribuição de comida. Haverão de trazer alguma coisa dada pelo governo: leite condensado, arroz, talvez carne enlatada. Seja o que Deus quiser. O Natal é dali a um mês. Não haverá presentes. As crianças têm medo no coração: da guerra, da fome, do mundo. À noite, ela chama os filhos. Tem uma história para contar. Fala de uma família pobre, tão pobre que não tem rede ou cama para dormir. Com sua voz macia, a mãe conta sobre um homem e sua mulher fugindo da maldade de um rei. As crianças veem o casal atravessar areias escaldantes e chegar escondido a uma terra estranha. “Ninguém lhes dá abrigo ou comida. A mulher está grávida e a criança nascerá em breve. Ela se deita num estábulo, entre bois, ovelhas e burricos. Está cansada. O bebê virá ao mundo naquele lugar escondido, na noite do dia 24”, sussurra a mãe. E os meninos engolem em seco, penalizados. Têm medo pelo bebê que não conhecem. A mãe, porém, está calma. Ela sorri quando diz aos filhos: “Neste Natal nós não receberemos presentes. Mas o casal e o bebê que vai nascer são ainda mais pobrezinhos do que nós. Por isso, vocês vão dar um presente a ele”. E aponta para as palhas secas acumuladas num canto da casa. “Vamos fazer um forrinho de palha para a manjedoura do bebê que vai nascer. Mas não é uma tarefa muito fácil. Vou lhes contar um grande segredo: esse bebê não dorme em palhas comuns. Ele é um príncipe, o Príncipe da Paz, mas ninguém sabe disso. Palhas são um pouco ásperas para a pele do principezinho. É preciso amaciá-las com um gesto de amor. Assim, vocês só poderão colocar uma palha na manjedoura vazia quando fizerem algum ato de bondade. Os adultos também vão fazer isso: eu, a tia Nair e a Ceção. A bondade vai impregnar a palha, vai torná-la suave como algodão e brilhante como a luz do dia. Vocês não conseguem ver, mas a palha de amor também embalará o sono do bebê Jesus com as mais doces melodias”. Palavra de mãe é lei na infância. De olhos arregalados, as crianças souberam que teriam um mês para forrar a manjedoura. Sentiam pena do pobre príncipe, nascido numa terra distante, longe do seu palácio de paz. Pelas semanas seguintes, trouxeram palhas para o presépio arrumado pela tia Nair. Aproximavam-se devagar e punham a palhinha com grande cerimônia e cuidado. E saíam de lá estranhamente emocionados. Tão concentrados estavam, que esqueceram de lamentar por não haver presentes para eles mesmos. Na noite de Natal, a manjedoura está repleta de palhas nascidas de perdão, generosidade, compaixão, gentileza e bondade. Pouco antes de colocar o bebê na caminha forrada pelo amor, alguém bate à porta. É o pai que chega. Traz consigo uns brinquedinhos baratos – carrinhos simples, umas bonequinhas de plástico do tamanho da palma da mão – dois refrigerantes e um bolo simples, desses de padaria. O dia amanheceu glorioso. Um sol imenso subiu por trás das árvores e espantou a neblina. Colocou cores na Terra. A mãe acordou mais cedo e ficou por um longo tempo a arrumar as palhinhas na manjedoura. Em seu coração repetia agradecimentos e pedia secretamente ao recém-nascido que a paz viesse. ...Grãos de areia se derramaram na ampulheta do tempo. Numa cama de hospital, a mãe agonizava. Tinha 94 anos e filhos cochilando após a longa vigília. Orava em silêncio. O sono a tomou devagarzinho. Talvez estivesse sonhando, pois ouvia o familiar ruído de remos no rio. Então viu o menino descer da canoa. Pequeno e magro, trazia nas mãos as bênçãos das águas, frutos e sementes que a correnteza carrega. Ele se aproximou como se pisasse em nuvens. Beijou-lhe os cabelos branquinhos e só então a mãe notou que ele vestia algo tecido de sol e de canções. “Palhas”, disse com suavidade, abrindo os braços para ela. E houve paz. Grande Sônia Zaghetto! Novamente nos encantando com seus textos maravilhosos. Grande abraço, minha amiga. E se você acessar o link que deixei, você verá que, logo após o texto, Sônia Zaghetto nos deixa essa maravilhosa dica de música. O movimento “For unto us a Child is born” integra o Messiah (HWV 56), oratório composto por George Frideric Handel em 1741. E aqui temos a música cantada pelo Coral do King's College de Cambridge, na Inglaterra. (https://youtu.be/LFBIJgkj_-g). O nascimento de Jesus coincide com a percepção de uma nova luz para a humanidade sofredora e seus ensinamentos devem servir para transformar não apenas um homem, mas toda a humanidade. Essa nova luz que veio brilhar, se espalhou entre seus discípulos. Consagram-se ao auxílio aos semelhantes e dedicam-se aos doentes e infortunados. Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para as pessoas. Após a vinda de Jesus, começa uma era nova para o sentimento e esse, é o espírito do Natal. O Espírito do Natal deve ser entendido como a revivescência dos ensinos de Jesus em cada uma de nossas ações. O Natal, para o cristão deveria servir para comemorar o nascimento de Jesus e não simplesmente para uma troca de presentes. Esses são os presentes que Jesus nos deixou para que trocássemos entre toda a humanidade: o amor, a humildade, a caridade e a gentileza. Agora, trago para vocês, um cordel bem legal sobre o Natal. Seu autor é Euriano Sales que, como ele mesmo se denomina, é um poeta popular (cordelista), publicitário e editor cearense. Aqui temos O NASCIMENTO DE JESUS, UM CORDEL SOBRE O NATAL, declamado por ele mesmo, com a trilha sonora do Sa Grama, grupo instrumental pernambucano, que já apareceu em um outro episódio. Ah, eu entrei em contato com ele e pedi autorização para usar esse áudio. Então, obrigado, Euriano por ter consentido que eu utilizasse seu cordel neste episódio. Grande abraço. Que delicia de cordel, não é mesmo? Obrigado, novamente, Euriano Sales. Sem dúvida, foi dele, Jesus, o maior presente que recebemos. E trago aqui, novamente, Herculano Pires, no mesmo livro “O infinito e o finito”, que citei anteriormente, com relação a visão espírita do Natal: O Espiritismo encara os Evangelhos, na sua realidade histórica, como textos inspirados, mas de redação humana, sujeitos às influências culturais da época e do meio em que foram redigidos e também às condições pessoais de cada evangelista. Mas reconhece a legitimidade dos seus ensinos espirituais e morais e tem o mais profundo respeito pelo sentido alegórico de episódios como o do Natal. Por isso o Natal espírita não se reveste de formalidades exteriores, mas não deixa de considerar o sentido espiritual do grande evento cristão. Então, o Natal traz a mensagem eterna da renovação humana e é isso que importa. A cada ano, no Natal, que possamos fazer com que Cristo se renove, renascendo dentro de nós. Afinal, cada ano deixa sua marca, não é mesmo? Então, que esse novo ano traga paz para nossos corações. Aqui o Sambô com a música “Marcas do que se foi”, de autoria de José Jorge, Márcio Moura, Paulo Sérgio Valle, Ribeiro e Tavito. A música está no mesmo álbum Natal com Sambô, de 2019. (https://youtu.be/LzmmuOd5SlM?list=OLAK5uy_nrTdbZucHhtgAKgK21b9aAu7doBdA3gX8) E é nesse clima que vamos chegando ao final deste episódio. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas. E o Gustavo Crispim é que faz a arte das capas dos episódios. Aproveito para mandar um grande abraço para o Crispim e agradecer pela parceria. Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco (https://podcastmundoespiritual.blogspot.com/ e http://mundoespiritual.podcloud.site/). Estamos também no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), e Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/). Procure por podcast Mundo Espiritual nas diversas plataformas players de podcast. E acompanhe, também, o podcast Espiritualidades, que vai ao ar toda segunda-feira as 20:30 horas, ao vivo, nos canais da web rádio Sintonia no Bem, comigo, Carlos Biella. Então, vamos chegando ao final deste episódio e desta terceira temporada do podcast Mundo Espiritual, com uma frase que já utilizei em um episódio de 2020. É uma frase de Aurelius Augustinus ou Aurélio Agostinho ou ainda Agostinho de Hipona, mas, que é muito mais conhecido como Santo Agostinho: De nada adiantaria se Jesus nascesse mil vezes em Belém, se não nascer uma única vez em nosso coração. Então, que possamos preparar nosso coração para que o Cristo possa verdadeiramente nascer em nós. Esse sim, é o verdadeiro espírito do Natal! Desejo a todos vocês um Feliz Natal e que o próximo ano seja repleto de boas ações. Deixo vocês com João Nogueira e a música Sagrada Luz, de Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro, que também está no álbum Um Natal de Samba, que citei no início do episódio. (https://youtu.be/IgLqXGUd3wk?list=PL1nql9qUW9J132BPTffgMKrjP5uAM0NXC). Fiquem todos em paz e até a próxima temporada do podcast Mundo Espiritual.


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