EPISÓDIO # 54 - SERÁ QUE O TEMPO CURA TUDO?
- Carlos A. Biella
- 9 de nov. de 2023
- 1 min de leitura

Será que o tempo cura tudo?
Quando estamos passando por alguma aflição, como a perda de alguém que amamos, é comum ouvirmos que o tempo cura tudo. Será que assim mesmo? O tempo é capaz de curar tudo? Então, sejam todos muito bem-vindos, deem um tempo no que estão fazendo e aproveitem.
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Saudações a todos. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas e a arte das capas dos episódios é feita pelo Hugo Biella.
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Na edição do dia 7 de julho de 2016, o jornal gaúcho, Zero Hora, publicou um texto de Frei Jaime Bettega, intitulado “o tempo é uma costureira especializada em reparos”.
Frei Jaime Bettega é formado em Filosofia, Teologia e Administração. É professor universitário, escritor e palestrante, além de liderar vários projetos sociais em Caxias do Sul, onde é frei capuchinho.
Mas, vamos ao texto, ouvindo ao fundo a música Tempo, da cantora, compositora e violoncelista nascida no Brasil e residente em Paris, Dom La Nena. A música é de 2021. (https://youtu.be/zFL29XrsJl4)
Os sonhos dinamizam a vida. Talvez nem todos denominem de sonhos algumas buscas, que vão acontecendo ao longo dos dias. Para alguns, tudo se resume em metas ou objetivos. As denominações variam, os conceitos também. No entanto, nas profundidades da existência, há um fio condutor que impulsiona e direciona para o amanhã, num momento existencial idealizado pela felicidade.
Todos buscam algo a mais. O fato de não alcançar, não diminui o elã. Muitas vezes o valor maior reside nas tentativas e não propriamente no alcance do objetivo. As tentativas são também vitórias. O tempo sempre será oportuno, se não houver espaço para o desânimo. O passar dos dias auxiliam para que alguns reparos sejam feitos. Tem colchas de retalhos que não dão a impressão de terem sido confeccionadas com retalhos, tamanha a beleza.
Ainda bem que o tempo é como uma costureira especializada em reparos. A habilidade é tão grande que poucos vão perceber que, de fato, foi um reparo. Nada está perdido. Não há motivos para alarme ou decepções. A agilidade em fazer pequenos reparos poderá desencadear num outro enredo existencial. Saber fazer reparos é um aprendizado mais do que útil.
A vida oportuniza espaços para quem deseja acertar o passo. Ter que reparar, não diminui o brilho, não compromete a qualidade. Alguns reparos podem garantir uma beleza indescritível. Enquanto houver a possibilidade de reparos, a vida poderá ter muitos outros e belos acertos.
Então, né, o tempo seria capaz de reparar muita coisa.
Mas, será que o tempo cura tudo?
Muitas vezes, quando estamos numa situação perturbadora, escutamos alguém dizer a expressão “dê tempo ao tempo”. O tempo atua como agente cicatrizante de feridas profundas, sendo, muitas vezes, realmente uma costureira especializada em reparos. Porém, nem sempre o tempo é capaz de curar tudo e de efetuar todos os reparos necessários. Precisamos levar em conta o tamanho do estrago provocado e que necessita de reparação.
Para que o tempo, realmente atue como agente reparador, é necessário cuidado, atenção, carinho e dedicação. Alguns reparos exigirão maior dedicação que outros. E há aqueles reparos que, pelo tecido ser de tamanha fragilidade, precisarão de muito mais atenção e, às vezes, constantes intervenções.
Nós lidamos com o tempo a todo momento, de diferentes formas, ligados ao nosso passado, buscando viver o presente e, muitas vezes, preocupados demais com o futuro.
Na verdade, é difícil explicar o tempo, mas, podemos dizer que o tempo é algo que sentimos e experimentamos.
Ah o tempo…essa costureira especializada em reparos. Contudo, não nos esqueçamos que os remendos sempre deixarão algumas marcas. Assim, devemos seguir vivendo nossa vida, da maneira mais intensa possível e, caso sejam necessários outros remendos, que sejam feitos!
O que você não pode é deixar de viver a vida por receio de se machucar, com receio dos nós que a vida nos oferece.
Como diz a música que estamos ouvindo, é o tempo que vai dizer, como desfaz o nó.
Essa é Tempo, uma música bem nova, lançada em setembro de 2023 e que faz parte do álbum NVV, primeiro álbum solo do rapper mineiro Hot. (https://youtu.be/Mn9WJ4A6QG8)
Na mitologia grega, Chronos era a personificação do tempo. Uma das representações de Chronos, é a de um deus que devora seus próprios filhos. Ora, toda mitologia, e aqui em especial, a grega, pode ser explicada através de diferentes teorias, entre elas a teoria alegórica. De acordo com O Livro de Ouro da Mitologia, histórias de deuses e heróis, do escritor norte-americano Thomas Bulfinch, livro esse de 1855, todos os mitos da antiguidade eram alegóricos e simbólicos, com algum conteúdo moral, religioso ou filosófico, ou contendo algum fato histórico, na forma de alegoria. Com o passar do tempo (olha ele aí), esses mitos passaram a ser entendidos literalmente. Deste modo, segundo a mitologia grega, por medo de uma maldição que dizia que um de seus filhos o mataria e tomaria o seu lugar, Chronos devorava seus próprios filhos, o que pode ser entendido, na verdade que Chronos destrói tudo aquilo que ele mesmo cria, ou seja, o tempo destrói tudo.
No lindo livro O Profeta, escrito em 1923, o libanês Khalil Gibran nos brinda com um conjunto de meditações, em forma de respostas a perguntas sobre temas comuns a todos nós, como o amor, a amizade, a família e a esperança, feitas por diversas pessoas. E uma das perguntas é sobre o tempo.
E um astrônomo disse: Mestre, o que nos dizes do tempo?
E ele respondeu: mediríeis no tempo o que não tem medida e o imensurável.
Ajustaríeis vossa conduta e mesmo dirigiríeis o curso de vosso espírito de acordo com as horas e as estações.
Do tempo, faríeis um riacho, em cujas margens sentaríeis e olharíeis seu fluxo.
No entanto, o intemporal em vós sabe da intemporalidade da vida.
E sabe que ontem é apenas a memória de hoje e o amanhã é o sonho de hoje.
E aquele que canta e contempla dentro de vós ainda vive dentro dos limites daquele primeiro momento que espalhou as estrelas pelo espaço.
E quem, entre vós, não sente que seu poder de amar é ilimitado?
E, no entanto, quem não sente que este mesmo amor, apesar de ilimitado, está contido no centro do seu ser, sem mover-se entre pensamentos de amor e entre atos de amor?
E o tempo não é como o amor, indivisível e sem ritmo?
Mas, se em vosso pensamento deves medir o tempo em estações, que cada estação inclua todas as outras estações.
E que hoje contenha o passado com lembranças e o futuro com esperança.
Quem não leu, leia esse belo livro. Vale a pena.
Mas, como a humanidade começou a se preocupar em medir o tempo?
Nos primórdios da humanidade, os fenômenos celestes é que determinavam o período de fertilidade da terra e o comportamento dos animais, grande preocupação de todos os povos.
Durante o Período Paleolítico, que se iniciou cerca de 2,5 milhões de anos atrás, para nossos antepassados, que eram povos nômades e caçadores, a posição dos astros e suas periodicidades foram utilizadas para saber quando a Lua mudaria de forma, o que influenciava no comportamento e migração dos animais. Isso era de grande importância para que tanto a caça quanto a pesca pudessem ser bem sucedidas.
Já durante o Período Neolítico, cerca de 10.000 anos atrás, quando o homem começou a dominar a agricultura, os processos de arar a terra, semeá-la e colher o que se plantou, precisavam de medidas de tempo mais precisas, no sentido de melhor se adaptar a cada fase das práticas de agricultura.
Assim, o s fenômenos celestes é que determinavam o período de fertilidade da terra e o comportamento dos animais, que eram as grandes preocupações daqueles povos.
Com o passar dos anos, muitos instrumentos para contar o tempo surgiram: relógios de areia, de sol, de água, ... Até chegar aos modernos relógios atômicos.
Foram os babilônios, povo que viveu cerca de 2000 anos a.C. até, mais ou menos 540 a.C., na região da Mesopotâmia, os primeiros a marcar a passagem do tempo.
Eles idealizaram um tipo de relógio de sol, dividindo o dia em 12 partes e depois em 24, que são as horas que usamos até hoje. Interessante é que, como os babilônios usavam sistemas numéricos baseados no número 12 e também no número 60, eles dividiram a hora em 60 partes, que são os minutos que usamos atualmente. Assim, utilizando o mesmo princípio, eles dividiram uma destas 60 partes em outras 60 partes, criando o que hoje definimos como os segundos. No entanto, somente muitos séculos depois é que foi possível detectá-los com precisão.
Essa é Tempo, música do Tukum, trio multiartístico, formado pelos cariocas Bruno Olivieri e Luísa Pitta e o paranaense Flávio Cardoso. A música foi lançada no primeiro álbum autoral 22 dias a pé, lançado em 2020. (https://youtu.be/SV7kss14doU).
Resumindo, nos primórdios da humanidade, a medida da passagem do tempo começou a ser feita com base nos ciclos do sol, da lua e das estrelas e, assim, planejar deslocamentos, plantio, colheita, oferendas religiosas, entre outras coisas. Criaram-se instrumentos para marcar a passagem do tempo, como o relógio solar, os relógios mecânicos e os avançados relógios atômicos. No entanto, sempre surge o questionamento: o que exatamente está sendo medido quando se mede o tempo? Afinal, o tempo realmente existe ou é uma ilusão?
Seria o tempo uma ilusão?
Não, o tempo realmente não é apenas uma ilusão.
A física nos mostra que vivemos num universo onde se observa que os sistemas passam da ordem à desordem. Ou seja, perceba você mesmo, em qual estado do nosso corpo, como um complexo sistema biológico, é o mais ordenado, o da juventude ou o da velhice? O envelhecimento leva a uma desordem no nosso sistema biológico, ou seja, somos afetados pela passagem do tempo. Então, o tempo não é uma ilusão, pois nós o vivenciamos e somos influenciados por ele.
Talvez um dos fatos mais marcantes em nossa vida, ocorre quando alguém que amamos é levado pela morte. Não tenho dúvida de que é um acontecimento único para cada um de nós que aqui ficamos, neste mundo material.
Muitos nos dizem, quando isso acontece, que, somente o tempo, a perseverança, as boas lembranças e a fé em Deus, farão com que possamos seguir em frente, uma vez que o tempo cura tudo.
Mas, a percepção do tempo, é diferente para cada um.
Não podemos esquecer que o tempo, por si só, não faz mágica. O que realmente nos cura é a nossa própria vontade de sermos curados. O que nos cura é a disposição de aceitarmos o que aconteceu e, também, nos adaptarmos a nossa vivência de forma a seguirmos em frente.
As chamadas perdas que ocorrem em nossa vida, não são tão fáceis de enfrentar. A morte de alguém querido, a perda de um emprego, de um animal de estimação, o fim de um relacionamento.
Dizer que o tempo cura tudo isso não é bem verdade, não é mesmo?
É importante que possamos passar por um período de luto, mas, se entregar por um tempo indeterminado à dor que advém deste luto, pode acabar gerando um processo depressivo.
É obvio que depende muito de cada situação e da intensidade da dor, além dos sintomas relacionados ao sofrimento.
O impacto desta perda pode ser tão grande que a pessoa realmente necessita de mais tempo para seguir em frente. Estão vendo, o tempo é muito relativo nos processos de luto, principalmente.
De um modo ou de outro, em uma escala maior ou menor, todos sentimos essa separação. E ela dói, como doí e deixa um vazio imenso, muitas vezes, que só o tempo, é capaz de curar ou, aliviar. É o tempo quem cuida de cicatrizar as feridas e, assim como a dor que fere o peito, isso vai passar, também...
Aqui temos Sandy, com a música Tempo, dela e de Lucas Lima, música presente em seu primeiro álbum de estúdio solo, Manuscrito, de 2010. (https://youtu.be/jYL8GA5UvgE).
O que temos que ter em mente é o fato de que a vida não para. A vida não entra num processo de suspensão, como que fosse possível apertarmos a tecla de pausa no controle remoto de nossa vida e ela ficasse em suspensão esperando que possamos reorganizar nossas emoções. Na maioria das vezes, o melhor é, junto ao tempo, arregaçarmos as mangas e partimos para a ação.
Com certeza, não será fácil fazer isso, especialmente sozinho. Por isso é necessária a ajuda de um profissional, principalmente de psicólogos.
O tempo sim, atenua a tristeza, mas o mais importante é o modo com que a pessoa lida com o tempo, transformando-o em um aliado.
Então, meus caros amigos, permitam-se passar pelos processos inerentes à dor da perda, ou seja, permita-se sofrer, chorar, gritar ou ficar na apatia, caso seja essa a sua vontade. Muitas vezes, gastamos o tempo tentando reprimir essas emoções, que precisam, muitas vezes, serem verbalizadas, bem como mostrar o quanto aquela pessoa que se foi ou aquela situação tinha importância para nós.
E pesquisado na internet, encontrei um texto de Vania Mugnato de Vasconcelos, no site da Associação Espírita Allan Kardec, de São José do Rio Preto, intitulado Deus usa o tempo.
Aproveitei grande parte do texto e completei com algumas coisas e trago agora para vocês.
Todos temos pressa, seja de viver, de ser felizes ou de ficar bem de vida. Desejamos que o final de semana chegue rápido, que cheguem rápido as próximas férias, assim virão os dias de descanso e alegria.
Queremos que muitas coisas aconteçam rapidamente e chegamos a ficar em agonia quando o tempo parece rastejar aos nossos olhos, demorando a nos servir naquilo que necessitamos, que desejamos.
Acontece que o tempo nos confunde. Percebam que uma hora de alegria parece voar num minuto. Mas um minuto de sofrimento parece durar uma vida!
Queremos as coisas para ontem e não percebemos que é o esforço, e não a pressa, que torna o uso do tempo produtivo e lhe permite nos atender alguns dos nossos anseios.
Muitas vezes questionamos porque Deus concede muito tempo de vida para pessoas que praticam o mal. Porque Deus simplesmente não faz cessar as possibilidades de ação daqueles cujo egoísmo, ambição e maldade são mais intensos do que a virtude do amor, por que não os leva desta para outra vida, deixando no mundo somente os bem intencionados?
O Espírito Irmão X, no livro Estante da Vida, psicografado por Chico Xavier, no capítulo A cura, diz que “Deus usa o tempo e não a violência”. Quando as portas são fechadas no caminho, é que olhamos em outra direção, buscado alternativas e soluções. É assim que evoluímos, que conquistamos os méritos que nos premiarão na eternidade.
A dificuldade exige posicionamento, a convivência entre bons e maus acaba por mostrar qual a escolha de cada alma. O bom, se for efetivamente bom, não se corromperá. O mau, estando pronto para um salto moral e com os devidos exemplos, mudará para o lado da luz. Os bons, apesar das dificuldades, mostrarão coragem e ânimo. Os maus, colhendo cedo ou tarde o resultado das próprias semeaduras, aprenderão que somente andar corretamente premia de forma positiva a alma.
Por isso Deus usa o tempo. É o tempo que Ele nos dá que permite que sejamos mais amanhã do que somos hoje e do que fomos ontem. É a benção do tempo que nos carrega através do Tempo infinito, na direção da própria perfeição.
Então, muitas vezes precisamos de tempo para que as coisas se resolvam. Vejam bem, dar um tempo para as coisas se resolverem é diferente de ter tempo para resolver as coisas.
Aqui existe uma diferença. Ou você resolve as coisas no tempo certo ou o tempo se encarrega de resolver as coisas. Mas, tenha em mente que, nem sempre o tempo se encarregará de resolver as coisas da forma como você deseja. Esse é o resultado que ocorre quando deixamos que o tempo resolva as coisas que são importantes e que nós é que deveríamos resolver.
É lógico que é muito melhor quando podemos pensar de modo adequado antes de tomarmos algumas decisões e somente o tempo é que nos dá essa condição.
Sendo assim, podemos dizer, então, que o tempo não cura tudo. Talvez, o tempo não cure nada. Na realidade, o tempo não cura, ele ensina.
Veja sua própria vida. Como o tempo agiu em você? Como ele te esculpiu? Perceba como mudamos nossa maneira de pensar e de agir, conforme o tempo foi passando.
Assim age o tempo!
Aqui temos a linda canção Resposta ao tempo, de Nana Caymmi lançada em 1998, no álbum de mesmo nome. (https://youtu.be/bt3sTeYcoaM).
Como eu disse no início deste episódio, não é tão simples explicarmos o que é o tempo.
No livro Confissões, escrito por volta do ano 400, Santo Agostinho fala a respeito do tempo.
O que é o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei o que é; porém, se quero explica-lo a quem me pergunta, então não sei.
E você, consegue explicar o que é o tempo?
E o tempo passou e vamos chegando ao final deste episódio.
Este é o podcast Mundo Espiritual e a produção, edição e a apresentação são minhas, Carlos Biella e o Hugo Biella é que faz a arte das capas dos episódios.
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Antes de finalizar, trago um poema conhecido popularmente como O Tempo, mas cujo título original é Seiscentos e Sessenta e Seis. É um poema de Mario Quintana, escritor gaúcho, e foi publicado pela primeira vez no livro Esconderijos do Tempo, em 1980.
Então, O Tempo, ou, Seiscentos e Sessenta e Seis.
A vida é um dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente…
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Grade Mario Quintana.
Ele nos mostra que, muitas vezes, quando nos damos conta da velocidade cruel com que o tempo passa, já é tarde demais. Precisamos completar o dever de casa, mas parece que não teremos tempo.
Mario Quintana nos mostra a urgência de viver, a necessidade de deixarmos de adiar a própria vida, de fazermos de imediato aquilo que queremos ou que precisamos.
Nos mostra que é a brevidade do tempo que temos na Terra que lhe confere beleza e valor.
Portanto, aproveitar a vida é uma emergência.
Então, carpe diem!
Aproveite o dia, pois todos nós nascemos sabendo da brevidade de nossa passagem por este período que chamamos de vida.
Fico por aqui. Não deu tempo de falar mais sobre o tempo. Encontrei muito material em minhas pesquisas e um monte de músicas interessantes a respeito do tempo. Então, aguardem mais um episódio a respeito desta grandeza física que faz com que nos tornemos cada vez mais experientes, o tempo.
Finalizo com uma frase do físico estadunidense, John Wheeler, um dos colaboradores de Einstein.
O tempo veste um traje diferente para cada papel que desempenha em nosso pensamento.
Deixo vocês com a música Tempo Rei, de Gilberto Gil, música do álbum Raça humana, de 1984. Essa música é uma daquelas que me faz viajar no tempo.
Em pouco tempo, falaremos mais sobre o tempo.
Fiquem todos em paz e até nosso próximo episódio.
Excelentes reflexões. Não podemos delegar ao tempo todas as curas, mas tê-lo como aliado ao que podemos fazer.