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EPISÓDIO # 55 - O TEMPO NÃO SE MEDE, SE VIVE

  • Foto do escritor: Carlos A. Biella
    Carlos A. Biella
  • 7 de dez. de 2023
  • 1 min de leitura

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O tempo não se mede, se vive.


Você consegue perceber a passagem do tempo? E será que conseguimos medir essa passagem? Pois então, sejam todos muito bem-vindos e aproveitem.


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Saudações a todos. Este é o podcast Mundo Espiritual. Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e a apresentação são minhas e a arte das capas dos episódios é feita pelo Hugo Biella.

Ouça ou baixe o podcast, confira o conteúdo do episódio e entre em contato conosco. Você nos encontra no Facebook (https://www.facebook.com/podcastmundoespiritual), no Instagram (https://www.instagram.com/podcastmundoespiritual/) e nas diversas plataformas players de podcast.

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No episódio passado eu disse que teria muita coisa para se falar e muita música que fala sobre ele. Pois então, aqui vai mais um episódio sobre o tempo.


Ah, o escritor francês Marcel Proust, em sua clássica obra Em busca do tempo perdido, diz que vivemos somente o presente, ao passo que recordamos o passado e imaginamos o futuro. Dividida em sete livros, a grande obra de Proust foi escrita no começo do século XX e publicada entre 1913 e 1927. A história é contada pela perspectiva de um narrador que busca reconstituir sua vida através de suas memórias. Quem quiser se aventurar, são mais de 2,5 mil páginas. Boa leitura.


E eu começo esse episódio com os irmãos Kleiton e Kledir, gaúchos de Pelotas, com a música O tempo voa, lançada em 2009 no álbum Autorretrato. (https://youtu.be/HmkqAAJvxew).

Ah, que delicia de música.


Eu fiz este questionamento no episódio passado e o faço novamente: o que é o tempo?

Trago aqui a resposta de Simão Pedro de Lima, que é superintendente da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado, mas, entre nós, é muito mais conhecido como grande palestrante e escritor espírita, lá das Minas Gerais.


O que é o tempo? Uma cronologia a partir de um determinado ponto? Uma mensuração baseada no relógio? Uma sensação?

Muitas pessoas dizem que o tempo é o senhor da razão, que o tempo cura tudo, mas não entendem realmente o que é o tempo. Sequer entendem que as medidas que usamos para mensurar o tempo não são medidas de tempo e sim de espaço. Como assim? Vejamos.

O que é um dia? É o espaço que a Terra percorreu em torno do seu eixo. O que é um mês? É 1/12 do espaço que a Terra percorre em torno do sol. E um ano? É todo o espaço que a Terra percorreu em torno do sol. Tudo isso é medida de espaço!

Então, o que é o tempo? O tempo é o "desgaste do relógio"!

Tempo não se mede, apenas se vive. Por isso ele, o tempo, é relativo.

Quando estamos fazendo ou vivenciando algo prazeroso, a impressão é de que o tempo voa. Lado outro, quando vivenciamos momentos difíceis o tempo parece não passar!

Não é o tempo, somos nós, com nossos sentimentos, algumas vezes medos, ansiedades, frustrações ou mesmo alegrias que gostaríamos de mantê-las para sempre! O tempo tem o valor que dermos a ele.

Uma das características do tempo é a impermanência, tudo muda com o tempo, pois nossos sentimentos mudam, às vezes amadurecem! Tudo no mundo é impermanente, como diz a letra de uma música, "um dia a gente chega, no outro vai embora".

Querer que o tempo pare é querer parar o próprio ato se viver, sem o decurso do tempo não há aprendizagem, não há crescimento, não há experiência adquirida. Refiro-me ao tempo sentido e não ao tempo cronológico. Quantidade não confere qualidade.

Valorizemos as pessoas com as quais estamos, a profissão que exercemos, o meio no qual estamos.

Amemos e deixemos ser amados, cuidemos e deixemos ser cuidados, ensinemos e deixemos que as outras pessoas nos ensinem, choremos se necessário, abramos um sorriso se for momento, enfim deixemos de medir o tempo e passemos a vivê-lo, a senti-lo, a valorizá-lo.


É, como diz o texto, tempo não se mede, apenas se vive.

Obrigado, meu amigo Simão Pedro, por permitir que eu utilizasse seu texto neste episódio. Grande abraço.


E vou pegar outra frase do texto, que diz: sem o decurso do tempo, não há aprendizagem, para casar como uma outra citação, esta atribuída a Cora Coralina, poetisa goiana: todos estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo.


Viram só? Por isso dizemos que o tempo ensina, ou seja, o tempo é o mestre desta escola chamada vida e cabe a nós, seus alunos, aprendermos com ele.


O que temos que ter é a consciência de que a passagem do tempo é realmente um processo de aprendizado. Percebam como a maioria de nós muda muito de opiniões com o passar do tempo. Ora, o tempo além de ensinar, nos molda, nos esculpi, dá uma espécie de polimento. Por isso, quando temos consciência disso, passamos a tratar o tempo como um verdadeiro aliado.

Interessante é que já li muito e ouvi muita gente dizer que, conforme envelhecemos, o tempo parece passar mais rápido.

Pois é, dias atrás me peguei pensando sobre isso.

Quando eu era menino, achava que o tempo passava lento demais. Eu queria ter meus 18 anos. Queria ser adulto.

Quando entrei na faculdade, com meus 17 para 18 anos, achava que demoraria tempo demais, até eu me formar.

Pois o tempo passou, me formei, me casei, me tornei pai, 4 vezes; me formei novamente; me tornei avô; estou prestes me formar novamente, e, agora parece que o tempo anda rápido demais para eu acompanhar.

A noite me deito para dormir e parece que não percebi tudo o que fiz durante o dia.

Hoje, mesmo estando aposentado, tenho feito muita coisa. Estou estudando novamente, produzindo esse podcast, trabalhando com uma ONG, com vários projetos sociais e em uma Casa Espírita, onde sou diretor e palestrante.

É, quanto mais responsabilidades assumimos, mais parece que o tempo passa mais rápido. E quanto mais o tempo passa, parece que sentimos que ele passa mais rápido ainda.


Engraçada a percepção do tempo. Ela é muito relativa e subjetiva. Dias atrás, assistindo a uma partida de futebol, onde estava sendo disputada uma final de campeonato, faltando poucos minutos para terminar o jogo, o narrador disse que os minutos passavam rápido para a time que estava perdendo e devagar demais para o time que estava vencendo.

É assim mesmo, a percepção do tempo é muito relativa.


E assim vai nossa vida. Quando menos esperamos, lá se foram os segundos, os minutos, as horas, os dias, meses e anos. Realmente, parece que a cada ano que envelhecemos, mais rápido essa ave chamada tempo, nos carrega em suas asas, não é mesmo?

Pare um pouco e reflita. Se você for mais ou menos contemporâneo meu, você já foi uma criança. Passou por uma adolescência, chegou a idade adulta e agora entra na envelhescência. Sim, ainda não me sinto um idoso. Sinto que estou caminhando para isso. Mas, o que quero que você perceba é que o tempo passou muito rápido até chegarmos aqui, neste agora.

Assim é o tempo. Nos leva junto com ele, não nos dando chance de nos apegarmos a nada que ficou pra traz, a não ser nossas lembranças. E de nada adianta ficarmos pensando no que virá pela frente, o futuro. O tempo nos carrega, como o vento levando uma folha e, sem que possamos perceber, ele para e a folha cai. Morremos!

Então, o melhor a fazer é aproveitar o tempo, enquanto estamos em suas asas. Tratemos, então, de viver. E viver da melhor maneira possível, afinal, o tempo não para.


O tempo não para é uma canção que faz parte do álbum homônimo gravado ao vivo, lançado por Cazuza em 1988. A letra foi escrita em parceria com o baixista e vocalista da banda Hanói-Hanói, Arnaldo Brandão. (https://youtu.be/6tnc-rBZJL4).


Trago agora mais um delicioso texto de uma escritora que muito admiro, Sônia Zaghetto. O texto é Tempo de Primavera, publicado em abril de 2022 e está em seu blog. Deixei o link na transcrição deste episódio (Tempo de primavera – Sonia Zaghetto). Ao fundo estamos ouvindo o músico Mauro Senize, numa gravação ao vivo no Teatro Anchieta do Sesc Consolação, em São Paulo, em 2013 (https://youtu.be/hLK9EvnWup0).


Abril é um mês instável, como a própria existência. Ontem, o sol apareceu, no meio da tarde, após dias de chuva e nuvens cinzentas forrando o céu. Pensei em Vivaldi, que retratou os humores das estações com a mais sublime música. Mudam os tempos, mas em Vivaldi permanecem a beleza e a riqueza poética. O sol sorriu por entre as árvores da varanda, relembrando ao meu coração o antigo texto sobre tudo ter um tempo determinado sob o céu.

Tempo de se expor, tempo de se recolher.

Tempo de escrever, tempo de estar em silêncio.

Tempo de compreender, e de ser compreendido.

Tempo de tudo abandonar, tempo de recomeçar.

Tempo de perdoar, sem esperar nada em troca.

Tempo de nascer para uma vida nova; e tempo de deixar morrer velhos e tolos desejos.

Tempo de plantar flores diferentes e tempo de arrancar a erva daninha.

Tempo de matar o ego e tempo de curar a alma.

Tempo de chorar sozinho e tempo de rir acompanhado.

Tempo de observar a tristeza e de cultivar a alegria.

Tempo de espalhar pedras que se acumulam no peito e tempo de ajuntar pedras para construir muros de proteção.

Tempo de abraçar e tempo de afastar o abraço.

Tempo de encontrar a solidez e tempo de perder as ilusões.

Tempo de guardar tesouros e tempo de deixar ir o que já foi riqueza.

Tempo de rasgar o tecido de Maya e tempo de coser o coração rasgado;

Tempo de estar calado, mesmo que doa, e tempo de dizer o que está preso na garganta.

Tempo de amar muito e tempo de se aborrecer.

Tempo de guerras terríveis e tempo da paz tão sonhada.

Tempo de chegar e tempo de partir.

Tempo de aproveitar a oportunidade da vida com todos os seus dons e desafios, sempre grato pela jornada e pela experiência.


Mais uma vez, Sônia Zaghetto sendo maravilhosa.

No texto ela se refere ao antigo texto sobre tudo ter um tempo determinado sob o céu. E deve estar se referindo ao texto do Velho Testamento, do livro Eclesiastes, também conhecido como “Palavras de Coélet”, que pode ser traduzido como “aquele que fala às pessoas” ou “aquele que fala às assembleias”. Muitos atribuem esse livro ao rei Salomão. Em seu capítulo 3, Tempo e adoração, temos o seguinte:

Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu:


Pois é, para tudo existe um tempo...de plantar e de colher o que se plantou. Infelizmente, muitos de nós se esquece disso. Percebam que, geralmente, quando estamos plantando, tudo é felicidade, alegria ou contentamento, mas, quando vamos colher, aí a coisa muda. Percebam que, na maioria das vezes, quando estamos passando por algum problema ou aflição, estamos colhendo algo. Pense nisso e perceba que é assim que age o tempo.


Assim passa o tempo, sem que percebamos, mas, sentimos ele passar. Olhando pela janela percebemos o sol mudando de posição ao longo do dia, uma rosa nascendo, uma festa começando ou um barco chegando.

Então, de repente, percebemos que lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu...Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu


Essa é Carolina, canção de Chico Buarque (https://youtu.be/JPrtgnbizsI), que ficou em terceiro lugar no II Festival Internacional da Canção Popular, em outubro de 1967. Ai, ai, ai, eu tinha quase sete anos de idade. Tem tempo, hein?

A música foi lançada por Chico no disco Chico Buarque de Holanda – Volume 3, em 1968.

Que tal, hein? Vamos ouvir mais um pouco essa delicia de música do Chico Buarque.


Você já sentiu que parece que não dá tempo de fazer algumas coisas em sua vida?

Parece que falta o tempo para fazer o que se quer e para se organizar o que precisa ser feito.

Falta tempo para se alimentar corretamente. Falta tempo para se exercitar como é necessário. Falta tempo para encontrar os amigos. Falta tempo para se relacionar corretamente com alguém, enfim, o tempo parece que não é suficiente. Falta tempo!

Talvez o que esteja faltando não seja o tempo, mas sim a maneira com que estejamos lidando com ele.

Por isso precisamos aprender a organizar nosso tempo, caso contrário, ficaremos com aquela incômoda sensação de tempo perdido...


Essa é Tempo perdido, música de Renato Russo, lançada no segundo álbum do Legião Urbana, chamado Dois, de 1986.

Aqui na voz de Tiago Iorc (https://youtu.be/OIZRbydBLoE).


Ah, ok, ok. Se você é como eu, um grande fã do Renato Russo e do Legião Urbana, aqui está a música com eles (https://youtu.be/zpzoG5KGaHg).


Será que estamos organizando nosso tempo? O dia dura 24 horas, queiramos ou não.

De nada adianta eu atropelar as coisas para tentar ganhar tempo. Não vai dar certo. Busquemos organizar nosso tempo e aproveita-lo da melhor maneira possível.

O tempo não para, como diz a música do Cazuza, e nós não conseguimos acompanha-lo, muitas vezes. Então, façamos do tempo um aliado e não um inimigo. Tiremos um tempo para nós e para nossas prioridades. Talvez seja isso o principal a fazer: priorizar o tempo.

Experimente. Quem sabe você não passe a perceber o tempo por uma nova perspectiva.


É, o tempo é algo que não se mede, mas que podemos sentir, pois, afinal, o tempo passa e leva tudo com ele, inclusive nossa vida, não é mesmo?


Então, o tempo passou e chegamos ao final deste episódio. Espero que para você que nos acompanhou até aqui, não tenha sido um tempo perdido.


Este é o podcast Mundo Espiritual e a produção, edição e a apresentação são minhas, Carlos Biella e o Hugo Biella é que faz a arte das capas dos episódios.

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Se você se interessar, tenho minhas palestras e vários outros vídeos em meu canal no YouTube. Procure por Carlos Biella, inscreva-se no canal e nos acompanhe. O link está na transcrição do episódio (https://www.youtube.com/channel/UCMpcMSh6nbb9LtujlgfabOA).

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Acesse https://www.podcastmundoespiritual.com.br.


Então, se você ainda tem aquela incômoda sensação de que não consegue perceber o que é o tempo, arrume uma ampulheta e a deixe com a areia escoando, de um lado para o outro. Assim, você conseguirá literalmente, ver o tempo passando.


Finalizo o episódio com uma frase do grande ator, compositor e poeta brasileiro, Mario Lago: Fiz um acordo com o tempo, nem ele me persegue, nem eu fujo dele. Um dia, a gente se encontra.


E é assim, deixando o tempo correr, sem correr atrás dele que vamos saindo de cena.

Este é o último episódio desta temporada 2023. Para o ano que vem, devemos vir com novidades, especialmente em nosso site. Aguardem.

Neste ano tivemos 11 episódios e vocês devem perceber que gosto de música, pois usamos 72 músicas ao longo dos episódios deste ano.


Então, deixo vocês com a música Oração ao Tempo, de Caetano Veloso, lançada em 1979 no álbum Cinema Transcendental, só que aqui com a maranhense Rita Ribeiro ou Rita Benneditto como é conhecida. A música foi gravada em 2006 no álbum Tecnomacumba (https://youtu.be/uQo7SwqcQ3Q).


Fiquem todos em paz, tenham um excelente final de ano e até nosso próximo episódio.


2 comentários

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DEIGMA SILVA
DEIGMA SILVA
07 de dez. de 2023
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Quando vi já terminou o episódio! Então foi sensacional.

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mundoespiritual05
09 de dez. de 2023
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Obrigado pelo carinho de sempre, minha amiga

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