EPISÓDIO # 64 - A ARTE DE PERDOAR
- Carlos A. Biella

- 30 de jan.
- 14 min de leitura
Atualizado: 21 de fev.

A arte de perdoar.
Uma grande atitude que apresenta reflexos positivos em nossa saúde física e mental, melhorando a nossa vida. É sobre perdão que falaremos hoje. Sejam todos muito bem-vindos e aproveitem.
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E estamos de volta. Este é o primeiro episódio da sexta temporada do podcast Mundo Espiritual.
É, já estamos em nosso sexto ano de existência. Agradeço a todos vocês que de uma maneira ou de outra, têm contribuído com nosso podcast. Continuem nos prestigiando, seja comentando, sugerindo temas ou simplesmente nos acompanhando.
Hoje falaremos sobre perdão. E começo com a informação de que, a falta de perdão pode prejudicar nossa saúde cardiovascular. Foi esta a conclusão de um estudo apresentado no 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, em 2019.
Dentre as 130 pessoas analisadas na pesquisa, os enfartados eram os que apresentavam a maior dificuldade de perdoar alguém. A mágoa e o ressentimento são muito negativos, e esta negatividade gera estresse, fator que prejudica o coração. A pessoa fica remoendo aquele sentimento e acaba se prejudicando, disse a psicóloga e psicanalista Suzana Avezum, principal autora do estudo que mostrou que pessoas que têm personalidade agressiva, apresentam comportamentos de ódio ou são muito exaltadas costumam ter mais chance de sofrer com alguma doença coronariana.
Então, quanto mais perdoamos, maior nossa proteção à certas doenças. Deste modo, será que o perdão pode curar?
O filósofo francês Paul Ricouer, no livro O perdão pode curar, lançado no Brasil em 2006, diz que “a primeira relação que com ele temos consiste não em exercê-lo, ou dá-lo, como se diz, mas em pedi-lo. O perdão é primeiro o que se pede a outrem, e antes de mais à vítima. Ora, quem se mete pelo caminho do pedido de perdão deve estar pronto a escutar uma palavra de recusa. Entrar na atmosfera do perdão é aceitar medir-se com a possibilidade sempre aberta do imperdoável. Perdão pedido não é perdão a que se tem direito [devido]. É com o preço destas
reservas que a grandeza do perdão se manifesta”.
Ah, em 2023, esse texto fez parte do enunciado de uma das questões da prova do ENEM.
Bem, de uma coisa não podemos negar: a força que o perdão tem. Mas, perdoar não é um ato simples e nem tampouco algo que se diz somente da “boca para fora”. Não! O perdão deve primeiramente, acontecer em nosso coração e só depois ser externalizado.
Em outras palavras, perdoar, é muito mais que estender a mão e dizer eu te perdoo. Usar a voz é fácil, apertar a mão também. O difícil é revelar o coração.
Você já escutou isso em algum lugar?
Essa é a música A força do perdão, do paraibano Sérgio Lopes, cantor e compositor de música cristã contemporânea. A força do perdão é de 2001 e foi lançada no álbum Yeshua, o Nome Hebraico de Jesus. https://youtu.be/8ekVnGf5XrQ
Mas, e se você morresse agora...deixaria para trás alguma ofensa recebida e não perdoada? Pois é, para quem acredita que nossa vida continua após a morte e que estamos aqui de passagem para aprendermos um pouco mais, isso pode fazer toda a diferença na sequência de nosso processo evolutivo.
Daqui a pouco falo mais sobre isso.
E aqui temos a música A força do perdão, com Sérgio Lopes, acompanhado de Kiko Continentino ao piano. https://youtu.be/ww5nqj0O7Rg
Mas, afinal, o que é perdão?
Etimologicamente, perdão deriva do latim “perdonare” e seria a junção do termo “per”, que significa por inteiro ou todo, com o termo “donare”, que significa dar-se. Perdonare seria algo como dar-se por inteiro, ou seja, perdão seria uma inteira doação!
Perdoar...
Perdoar é conceder perdão a alguém, absolver ou desculpar.
Perdoar é utilizar o amor para dissolver rancores ou remorsos, o que nos leva a concluir, então, que o amor é a matéria prima do perdão!
Mas, será que perdoar seria esquecer?
No livro Mansamente pastam as ovelhas..., de 2004, Rubem Alves fala sobre uma menina cuja mãe sempre a enfeitava com grandes laços de fita.
Aquela pobre menina odiava aqueles laços de fita enormes, gigantescos, com que as mães de antigamente enfeitavam suas filhinhas. Para que? Para que suas filhas fossem felizes? Não. Para que elas, mães, ficassem felizes e orgulhosas, mostrando às outras mães suas filhinhas debaixo do laço de fita. Pois a menina não queria o laço de fita na cabeça. Mas, como já disse, bonecas não têm vontade própria. A mãe era mais forte. E a pobre menininha ficava horas diante do espelho, achando-se ridícula e chorando. A mãe triunfava. Todos falavam sobre a beleza da fita e da menina. E a menina sofria. A ferida nunca sarou. Hoje, passados mais de 50 anos, ela ainda se lembra...e sofre. É possível perdoar. Não é possível esquecer.
Grande Rubem Alves!
Pois então, perdoar não é esquecer. E nem é bom esquecermos. Os acontecimentos de que somos vítimas ou que sofremos, poderão se repetir, por exemplo os crimes de guerra e a violência em geral. Por isso, perdoar não é sinônimo de esquecimento.
Perdoar é superar o ressentimento.
Guardar rancor e mágoas, deixa as pessoas presas ao passado, remoendo sentimentos que trazem danos à saúde, devido à produção de substâncias que danificam nosso corpo.
Existe uma frase atribuída à Buda, mas, não sei se realmente é dele, mas, cabe bem aqui:
GUARDAR RAIVA É COMO SEGURAR UM CARVÃO EM BRASA COM A INTENÇÃO DE ATIRÁ-LO EM ALGUÉM; É VOCÊ QUE SE QUEIMA.
O ressentimento é a brasa interior nos queimando e isso pode levar à somatização de doenças como gastrites, refluxos, úlceras gástricas, amargura, tristeza, depressão e até mesmo casos de câncer.
Não liberar perdão é reviver, todos os dias, aquele sofrimento que você já viveu uma vez e sabe que lhe fez mal. Já, quando você perdoa, se liberta desse movimento repetitivo e passa a viver uma nova vida.
Mas, há quem justifique a dificuldade de perdoar alegando que a pessoa que lhe fez mal não merece o seu perdão. Ora, o primeiro passo para perdoar, é entender que VOCÊ será beneficiado com esta atitude.
Precisamos entender que, perdoando, quem mais se beneficia, somos nós mesmos. Lembram da Oração de São Francisco, a Oração pela paz? É perdoando que se é perdoado!
Para quem, como eu, gosta desta oração, lembro que no episódio 27, falei sobre ela. Confiram.
E carregar a culpa também é prejudicial. Algumas pessoas sentem grande dificuldade em pedir perdão quando erram.
Na hora de pedir perdão a alguém, é preciso saber a maneira de falar para não cometer o mesmo erro e magoar a pessoa novamente. E é melhor não estar com a expectativa muito alta, não, já que há o risco de a pessoa não aceitar o pedido de desculpas.
Então, perdoe, mesmo sabendo que existe a possibilidade de a pessoa não aceitar seu pedido. Ao menos, você se livrou de um grande peso! Não se esqueça que a mágoa, amarga o peito, como diz a música...
Essa é Perdoa, música de Paulo Novaes, gravada pela dupla Anavitória em 2019
No Evangelho de Mateus, capítulo 18, versículos 21 e 22, temos a seguinte passagem: Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? " Jesus respondeu: "Eu lhe digo: não até sete, mas até setenta vezes sete.
Jesus, aqui, não queria ensinar que deveríamos perdoar quatrocentos e noventa vezes, ou seja, 70×7. O perdão deve ser infinito e é um estado de coração, não matéria de cálculo.
Aqui cabe uma explicação.
No Velho Testamento, no livro Gênesis, no capítulo 4, depois que Caim matou seu irmão Abel, Deus o condena e Caim diz ao Senhor: “Hoje me expulsas desta terra, e terei que me esconder da tua face; serei um fugitivo errante pelo mundo, e qualquer que me encontrar me matará. Mas o Senhor lhe respondeu: Não será assim; se alguém matar Caim, sofrerá sete vezes a vingança. E o Senhor colocou em Caim um sinal, para que ninguém que viesse a encontrá-lo o matasse."
Aqui está a alusão à frase dita por Pedro sobre perdoar sete vezes.
Neste mesmo capitulo 4 do livro Gênesis, aparece o nome de Lameque, que seria filho de Metusael, filho de Meujael, que seria bisneto de Caim. Lameque é considerado o primeiro polígamo citado na Bíblia. Nos versículos 23 e 24 temos a seguinte passagem: “mulheres de Lameque, escutem minhas palavras: Eu matei um homem porque me feriu, e um menino, porque me machucou. Se Caim é vingado sete vezes, Lameque o será setenta vezes sete”.
Talvez seja por isso que Jesus se referiu a essa frase em sua resposta à Pedro.
Pois então, o ato de perdoar é abrir mão da retaliação, é abdicar da vingança. Algo muito difícil, até hoje, para se entender e aceitar. Na época em que Jesus esteve entre nós, a lei que se seguia era aquela ditada pelo livro do Velho Testamento, Levítico. Em seu capítulo 24, temos o seguinte: Aconteceu que o filho de uma israelita e de um egípcio saiu e foi para o meio dos israelitas. No acampamento houve uma briga entre ele e um israelita. O filho da israelita blasfemou o nome de Deus com uma maldição; então o levaram a Moisés que disse para o deixarem preso até que a vontade do Senhor lhes fosse declarada. Então o Senhor disse a Moisés: Leve o que blasfemou para fora do acampamento. Todos aqueles que o ouviram colocarão as mãos sobre a cabeça dele, e a comunidade toda o apedrejará.
Diga aos israelitas: Se alguém amaldiçoar seu Deus, será responsável pelo seu pecado; quem blasfemar o nome do Senhor terá que ser executado. A comunidade toda o apedrejará. Seja estrangeiro, seja natural da terra, se blasfemar o Nome, terá que ser morto. Se alguém ferir uma pessoa a ponto de matá-la, terá que ser executado. Quem matar um animal fará restituição: vida por vida. Se alguém ferir seu próximo, deixando-o defeituoso, assim como fez lhe será feito:
fratura por fratura, olho por olho, dente por dente. Assim como feriu o outro, deixando-o defeituoso, assim também será ferido. Quem matar um animal fará restituição, mas quem matar um homem será morto.
Vocês terão a mesma lei para o estrangeiro e para o natural. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês.
Depois que Moisés falou aos israelitas, levaram o que blasfemou para fora do acampamento e o apedrejaram. Os israelitas fizeram conforme o Senhor tinha ordenado a Moisés.
Esse era o Deus de Moisés, um Deus vingativo e justiceiro: olho por olho, dente por dente.
Quando Jesus esteve entre nós, nos trouxe uma outra imagem de Deus, um Deus amoroso, não mais justiceiro, mas, um Deus justo e que nos estimula o perdão.
Essa é Perdão, música de Mauro Duarte, Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro, gravada em 1977 no álbum As forças da natureza pela magnifica Clara Nunes.
Perdoar, portanto, é não revidar quando nos sentirmos ofendidos. É oferecer a outra face, conforme nos ensinou Jesus, como consta no Evangelho de Lucas, no capítulo 6: Se alguém lhe bater numa face, ofereça-lhe também a outra. Se alguém lhe tirar a capa, não o impeça de tirar-lhe a túnica.
Oferecer a outra face não é atitude de covardia e sim de consciência!
Isso nos remete a um fato ocorrido na Índia, antes da sua independência. Mahatma Gandhi, certo dia, caminhava por uma calçada, quando um soldado inglês se aproximou e lhe desferiu um soco. Gandhi caiu ao chão e, sem expressar qualquer reação física ou verbal, levantou-se calmamente. O soldado, impressionado com aquela força, com aquela presença de espírito, voltou a agredi-lo, derrubando-o novamente. Ghandi, novamente, ergueu-se. O soldado, agora incomodado com a própria covardia e com sua própria violência, dirigiu-se à Gandhi e perguntou: quem te ensinou a ser tão covarde. O grande líder pacifista o olhou e calmamente, apontando para uma corrente no pescoço do soldado, disse: Quem me ensinou a ser assim é esse homem que está no crucifixo que você carrega ao pescoço.
Perceberam? Um cristão verdadeiro, nunca deveria agredir.
E muitos de nós somos assim: carregamos Jesus no corpo, penduramos nas paredes, o adoramos, mas não o vivemos dentro de nós!
Muitas situações que nos ofendem, precisariam ser melhor avaliadas, antes de tomarmos qualquer atitude. Muitas vezes julgamos mal um fato ocorrido e nos sentimos feridos por isso. É preciso conhecer o motivo pelo qual alguém nos agride ou ofende, como quando levamos uma fechada no trânsito ou quando estamos sentados e levamos uma pisada no pé...
Quem me garante que a pessoa que me fechou no trânsito, não estivesse em uma situação de emergência, dirigindo-se a um hospital, por exemplo? E se quem pisou em meu pé for um deficiente visual? Perceberam?
Tanto a culpa quanto a mágoa, são contrárias ao perdão.
É importante que saibamos nos reconciliar com aqueles com quem tivermos algum desentendimento, como ensinou Jesus, conforme consta no Evangelho de Mateus, no capítulo 5: Reconciliai-vos o mais depressa possível com vosso adversário, enquanto estais no caminho com ele.
Perdoando, venceremos mais uma etapa em nosso processo evolutivo. Como nos disse Emmanuel, no livro Assim Vencerás, psicografado por Chico Xavier e lançado em 1978: Perdoa agora, enquanto a oportunidade de reaproximação te favorece os bons desejos porque, provavelmente, amanhã, o ensejo luminoso terá passado e não encontrarás, ao redor de ti senão a cinza do arrependimento e o choro amargo da inútil lamentação.
Assim, devemos aprender a perdoar aquele que nos ofende ou pedir perdão àquele que tenhamos ofendido, enquanto ainda estamos nessa vida material.
Perdão é compromisso com a própria consciência, buscando a paz interior.
Perdoar não é ser conivente com seus próprios erros ou com os erros de alguém. É assumir as responsabilidades decorrentes destes erros, buscando repará-los.
A receita para isso, também vem de Jesus, conforme vemos no Evangelho de Lucas, no capítulo 6: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam.
Se quisermos conhecer a força do perdão, devemos, então, amar nossos inimigos, fazer o bem a quem nos odeia, abençoar os que nos maldizem e orar pelos que nos maltratam.
Mas, como isso é difícil, não é mesmo?
Interessante é que, o melhor laboratório para prática do perdão é a família! É onde encontramos as maiores oportunidades de exercermos o perdão. Os desentendimentos entre irmãos, a falta de cumprir promessas feitas entre casais, são alguns exemplos de situações em que o perdão se faz necessário em uma família. O diálogo é importante. Dificilmente conseguimos conviver com alguém se não exercermos a prática do perdão e isso é uma grande necessidade para que se fortaleçam as relações familiares. Entendam que a prática contínua do perdão não apenas resolve alguns conflitos, mas também promove a construção de um lar mais acolhedor e amoroso. E, onde o amor impera, todos saem ganhando.
Toda família é um ambiente fértil onde sentimentos, sensações e percepções, brotam com extrema facilidade. Por ser permeada de emoções é que o ambiente familiar se torna um local muito propício ao surgimento de frustrações às expectativas e ao surgimento de mágoas.
Sem perdão, não há paz para quem foi magoado e nem, tampouco, motivação de recomeçar para aquele que magoou.
Não deixe que a mágoa ou a culpa te dominem. É preciso assumir a responsabilidade e não assumir a culpa. Essa a diferença entre Judas e Pedro. Judas assumiu a culpa e acabou tirando sua própria vida. Já Pedro assumiu a responsabilidade e acabou se tornando um dos maiores divulgadores da mensagem do Cristo.
Assumir a culpa pode levar à transtornos, à doença e ao suicídio, como ocorreu com Judas.
Assumir a responsabilidade é aprender com o erro cometido, como ocorreu com Pedro, que havia dito à Cristo que não deixaria que nada lhe acontecesse e logo depois o negou por três vezes, conforme Cristo havia previsto. Seu despertar da consciência ocorreu após o cantar do galo.
Sobre isso, trago novamente, Rubem Alves:
Devemos perdoar a nós mesmos. Não haverá condição de perdão para o outro, senão limpar o caminho que está dentro de você. Quando você perdoa o outro e não perdoa a si pelos erros cometidos, esses se transformam em culpa e o caminho continua fechado para todas as pessoas envolvidas, principalmente para você!
Essa é a música Canção Pra Pedir Perdão, de Renato Teixeira, lançada em 2022.
Trago agora a questão 661 de O Livro dos Espíritos, onde Kardec questiona se poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as nossas faltas.
A resposta foi essa: Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder. As boas ações são a melhor prece, por isso que os atos valem mais que as palavras.
Assim, como diz a música de Sérgio Lopes, que usei no início do episódio, usar a voz é fácil, estender a mão também, o difícil é revelar o coração. Por isso dizemos que os atos valem mais que palavras!
É preciso que pratiquemos o perdão! E a caridade se coloca como ferramenta para que isso aconteça. Lembram-se da questão 886 de O Livro dos Espíritos? Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? É o famoso BIP: Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.
E aqui vão oito passos para o perdão:
1. Dê tempo ao tempo: não adianta querer perdoar logo depois que alguém lhe magoou. Deixe a mágoa amenizar para liberar o perdão;
2. Se expresse de maneira positiva: busque fazer coisas que goste e que sejam positivas. Isso deixará sua consciência mais leve e ajudará a superar o ocorrido;
3. Evite o sentimento de vingança: não fique remoendo o sentimento de vingança, pois isso aumentará seu sofrimento;
4. Pense como sendo um aprendizado: tudo que ocorre conosco pode ser entendido como sendo algum aprendizado;
5. Entenda o que é melhor para você: perdoar é uma escolha que vai fazer muito bem a você. Lembre-se que guardar ressentimento só fará mal a você mesmo;
6. Esqueça o orgulho: tenta ao máximo se libertar de seu orgulho e busque seguir em frente;
7. Converse com quem lhe fez algum mal: não espere que o outro tome a iniciativa. Busque a conciliação;
8. Perdoar não significa se reaproximar: liberar o perdão não significa se reaproximar da pessoa que lhe fez algum mal. Procure trazer para perto de você as pessoas que lhe queriam bem.
Quando você estiver em desespero, lembre-se do que disse Abigail para Paulo, quando ele se encontrava em desespero, conforme narra o livro Paulo e Estevão, também de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier e lançado em 1942...
O que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo? Ama!
Como fazer para que a alma alcance tão elevada expressão de esforço com Jesus Cristo? Trabalha!
Que providências adotar contra o desânimo destruidor? Espera!
Como conciliar as grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos homens? Perdoa!
Pois é, quando estivermos em desespero, pelas aflições da vida, busquemos amar, trabalhar, esperar e perdoar.
Lembre-se, sempre, que o amor é a matéria prima do perdão.
Existe uma voz dentro de nós que não pode se perder, a voz do perdão!
A voz do perdão, dentro de nós, nunca deve se acabar, mas este nosso episódio que vai chegando a seu final...
Este é o podcast Mundo Espiritual e a produção, edição e a apresentação são minhas, Carlos Biella e o Hugo Biella é que faz a arte das capas dos episódios.
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Para finalizar, trago um trecho do livro O aprendiz de mim, lançado em 2014, onde Rubem Alves fala de uma jovem, dependente de crack, que vivia nas ruas de São Paulo e que conseguiu sair da dependência e lançou dois livros. Em um deles, intitulado O diário da Rua e lançado em 2003, Esmeralda do Carmo Ortiz disse o seguinte: Foi horrível minha vida com o crack. Mas eu descobri que tinha que perdoar o meu passado para viver um presente legal.
É isso que precisamos aprender, a perdoar o passado para vivermos melhor o presente. Que tal começar agora?
Vamos saindo em alto astral, com a música Perdão, palavra bendita, de Monarco e seu filho, Mauro Diniz, gravada em 2015 por Zeca Pagodinho, no álbum Ser humano.
Hoje falamos sobre Perdão! Perdão, que palavra tão boa. Não foi à toa que Deus escreveu com a sua própria mão.
Fiquem todos em paz e até nosso próximo episódio.





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