MÚSICA DA ALMA # 05 - SONHO DE ÍCARO
- Carlos A. Biella
- 11 de jun. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 10 de jul. de 2024

Sonho de Ícaro.
Tem músicas que nos trazem mensagens de esperança e nos encorajam na busca por nossos sonhos. Essa é uma delas. Então, venham comigo e confiram.
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Sejam bem-vindos, este é o podcast Música da alma. Um podcast dentro do universo Mundo Espiritual.
Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e apresentação são minhas e a parte gráfica fica por conta do Hugo Biella.
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Hoje vamos falar sobre a música Sonho de Ícaro, interpretada pelo cantor brasileiro Byafra. Trata-se de uma música que enaltece a liberdade e a busca pelos próprios sonhos, mesmo diante dos riscos e das incertezas.
A letra faz uma clara alusão a história de Ícaro, da mitologia grega. Ícaro era filho de Dédalo, o construtor do labirinto, onde o rei Minos aprisionava o Minotauro, um ser com corpo de homem e cabeça de touro. Dédalo teria ensinado ao jovem Teseu, como matar o mostro e sair do labirinto. Minos ficou furioso, prendendo Dédalo e Ícaro no labirinto, deixando guardas vigiando as saídas. Dédalo, então, construiu asas para ele e para seu filho, com penas de pássaros colando-as com cera. Assim Dédalo e Ícaro sairiam do labirinto e voariam sobre o mar, retornando a sua casa. Dédalo, contudo, advertiu seu filho a não voar baixo demais, pois a umidade do mar tornaria as penas pesadas, nem alto demais, pois o calor do Sol derreteria a cera.
E assim ambos fizeram, alçaram voo. Contudo, Ícaro, deixando-se levar pela sensação de liberdade, voou em direção ao Sol, cujo calor derreteu a cera e ele despencou, caindo ao mar e morrendo afogado.
Apesar de a história não ter um final feliz, ela é inspiradora e nos leva a refletir sobre a busca pela liberdade e que, sim, nós podemos protagonizar nossa história, decidindo o que queremos fazer.
Muitos de nós buscam se livrar das privações e soltar as amarras, sejam elas sociais, profissionais, ou de relacionamentos. Essas amarras, muitas vezes, trazem consequências como desmotivação no trabalho e nos relacionamentos, estresse e depressão.
Para nos soltar das amarras, muitas vezes, precisamos ousar sonhar e realizar esse sonho, como fez Ícaro.
A busca pela liberdade nos inspira a seguir adiante, em busca de um sentido e da felicidade.
Voar, como diz a música, nos remete a liberdade dos pássaros, que são capazes de voar, livres para seguir por seus próprios caminhos.
A canção utiliza da metáfora de Ícaro para falar sobre a ambição humana e o desejo de ultrapassar limites, mesmo que isso signifique enfrentar perigos. As “asas de ilusão” e o “sonho audaz” mencionados na letra representam as aspirações e a coragem de seguir em frente, de “voar” em direção aos objetivos.
Viver, viver e não fingir...a música também aborda a ideia de que a vida deve ser vivida intensamente sem se conformar com as restrições impostas pela sociedade ou então pelo medo de fracassar, como vemos nesta parte: o que faz de mim ser o que sou, é gostar de ir por onde, ninguém for.
A música Sonho de Ícaro foi lançada em 1984 no disco Existe uma ideia, pelo cantor Byafra, nome artístico do carioca Maurício Pinheiro Reis. O nome surgiu ainda no colégio, do tempo de uma guerra na África. Naquele tempo, muitas imagens de pessoas cadavéricas eram veiculadas nas TVs, jornais e revistas. Segundo o cantor, ele era muito magro e acabou ganhando o apelido de Biafra no colégio. Mauricio, então, adotou o apelido como nome artístico. Surgia, assim, Biafra, com a letra “i”.
O cantor refere-se a Guerra Civil ocorrida na Nigéria entre 1967 e 1970, com a tentativa de separação da região de Biafra. As imagens que chegavam nos noticiários mostravam adultos e crianças em estado de extrema desnutrição e o termo passou a ser usado para se referir a pessoas muito magras, como deveria ser o cantor.
Biafra, ainda menino fez parte do coral do Centro Educacional de Niterói, cantando inclusive no Reino Unido. No início dos anos 1970, fundou com alguns amigos, a banda O Circo, o que acabou levando-o a ser mais conhecido.
Biafra acabou mudando seu nome artístico em 1998, trocando o “i” por “y”. segundo ele, quando se buscava na internet por Biafra, com “i”, as buscas acabavam levando à informações daquela região africana e à Guerra da Biafra.
Em 2021, o cantor voltou a grafar seu nome com "i", pois, de acordo com ele, as plataformas digitais passaram a identificar outro cantor quando se faz a busca do nome com "y".
Com relação à música, pouca gente sabe de quem é sua autoria. Os autores são Piska e Claudio Rabello. Piska, nome artístico de Carlos Roberto Piazzoli, começou sua carreira como guitarrista da banda Joelho de Porco e depois fez parte do grupo Casa das Máquinas.
Aos 26 anos, Piska se envolveu, juntamente com outros integrantes do Casa das Máquinas, na morte de um cinegrafista da TV Record, sendo, anos depois, o músico absolvido em dois julgamentos.
Este incidente fez com que sua carreira desabasse e o levou a dar uma guinada em sua história. Ele buscou outros voos e assim surgiu a música Sonho de Ícaro, quando Piska tinha 32 anos.
Piska é autor de muitas músicas, várias delas sucessos sertanejos. Tocou com muitos nomes da MPB, como Elis Regina, Ney Matogrosso, Gal Costa, Zizi Possi, entre outros.
Assim, ao que parece, a letra da música veio mostrar exatamente esse contexto da vida de Piska, que despencou da carreira de sucesso, como Ícaro caindo de seu voo.
A vida é assim, as vezes nos coloca como anjos de gás, voando sem rumo, nas asas de ilusão, num sonho audaz, feito um balão…
Então, vamos conferir a música Sonho de Ícaro.
E então, gostaram da música de hoje?
Ah, uma curiosidade...
Em 2009, Biafra estava no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o conhecido Museu Niemeyer, gravando um vídeo para um programa de TV, do Chacrinha. No vídeo, ao fundo vemos alguns praticantes de parapente, decolando. Ao começar a cantar “voar, voar, subir, subir...”, com o parapente ao fundo, o vídeo estava bem legal, até que um dos pilotos perde a direção e o cantor é atingido pela asa do parapente.
Ele reagiu com muito bom-humor e, segundo Biafra, o piloto saiu se desculpando: “foi mal, foi mal”.
Pois é, quem se arrisca a voar, tem que estar preparado para cair.
Este é o podcast Música da Alma e eu sou Carlos Biella e a produção, edição e apresentação são minhas e a parte gráfica fica por conta do Hugo Biella.
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Música da Alma, um podcast para te provocar emoções.
E nós vamos ficando por aqui, alçando voo e buscando chegar cada vez mais longe, até quando a cera começar a derreter.
Fiquem todos bem e até nosso próximo episódio.
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