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MÚSICA DA ALMA # 07 - PORTA ESTANDARTE

  • Foto do escritor: Carlos A. Biella
    Carlos A. Biella
  • 10 de jul. de 2024
  • 1 min de leitura

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Porta Estandarte.


A beleza da vida pode até se perder em dores e tristezas, que bem sei, um dia ainda vão findar. É de esperança que fala esta música. Então, vem comigo.


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Sejam bem-vindos, este é o podcast Música da alma. Um podcast dentro do universo Mundo Espiritual.

Eu sou Carlos Biella e a produção, edição e apresentação são minhas e a parte gráfica fica por conta do Hugo Biella.

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O paraibano Geraldo Vandré, nasceu em João Pessoa, em 1935.  Ficou conhecido como cantor, compositor e poeta brasileiro. Formou-se em direito no Rio de Janeiro e atuou como advogado na antiga SUNAB (Superintendência Nacional de Abastecimento).

Iniciou a carreira musical nos anos 1960, ganhando fama com músicas que se tornaram ícones da oposição ao regime militar de 1964, como "Aroeira", de 1967 (https://youtu.be/09YXvOjS868).

Talvez sua música mais conhecida seja aquela que muitos consideram um hino a liberdade, a música "Pra não dizer que não falei de flores", de 1968 (https://youtu.be/KdvsXn8oVPY).

Após a proclamação do fatídico AI-5, em 1969, Geraldo Vandré se exilou no Chile e dali foi para Alemanha e França. Voltou ao Brasil em 1973 e já não era mais o mesmo. Disse que passaria a fazer somente “canções de amor”, como “Fabiana”, que seria uma homenagem à FAB, a Força Aérea Brasileira. Vandré compôs os versos de Fabiana em 1985 e a música surgiu em 1988. Segundo ele, a aviação é uma de suas paixões, desde a infância. Ele nunca a gravou, mas a mostrou para o maestro Hélio Martins que a gravou, da forma que a ouviu de Vandré (https://youtu.be/GuT-AgvnQvw).

Para muitos que o consideravam um artista revolucionário, Vandré teria enlouquecido em decorrência das sessões de tortura. No entanto, anos depois, em várias entrevistas, Geraldo Vandré negou ter sido torturado e repudiou ser tachado como autor de músicas de protesto.

Depois de anos de silêncio, em 2010, já aos 75 anos, Vandré concedeu uma entrevista ao jornalista Geneton Moraes Neto, da Globo News, onde deixou claro que se desiludiu com muita coisa, em especial na cultura brasileira e disse que o que existe no Brasil é uma cultura de massa e essa massificação não é cultura artística brasileira.

Ah, sobre ser considerado um autor de músicas de protesto, ele disse: (áudio).

Bem, não dá pra negar que ele fez músicas que falam de liberdade e de esperança, em tempos sombrios nas terras brasileiras.

Sim, ele fez músicas maravilhosas e em minha opinião, uma das suas mais belas canções, é "Porta Estandarte", que estamos ouvindo ao fundo, com o grupo paulista Novos Violões, com arranjo de Thales Maestre (https://youtu.be/GT3YFx_uQJ0).

Em junho de 1966, a música Porta Estandarte, composta por Geraldo Vandré e Fernando Lona, ficou em primeiro lugar no Festival Nacional de Música Popular, da antiga TV Excelsior, sendo interpretada pela dupla Tuca e Airto Moreira.

Porta Estandarte é uma canção que traz consigo uma mensagem de esperança e resistência diante das adversidades da vida. A letra começa destacando a beleza da vida que pode se perder em tristezas, mas logo em seguida, nos incentiva a manter a esperança viva, cantando e espalhando essa mensagem para o povo.

A música é uma ferramenta de resistência, sugerindo que, mesmo diante das dificuldades, podemos transformar nossas dores e tristezas em certezas e esperanças.

A canção fala sobre levar a vida cantando, trocando dores por esperanças, e vivendo a anunciar dias melhores.

Quando Porta-Estandarte foi cantada na eliminatória do Festival de 1966, realizada em Ouro Preto, em MG, foi muito aplaudida e selecionada para a final. Neste festival, essa música foi a única a ser cantada por dois cantores: Airto Moreira, já conhecido na noite paulistana por ser integrante do Sambalanço Trio e a cantora Tuca, conhecida de festivais universitários de São Paulo.

Airto Moreira, posteriormente, fez parte do Quarteto Novo, com Theo de Barros, Heraldo do Monte e Hermeto Pascoal.

Porta Estandarte nasceu durante o carnaval de 1966, quando Geraldo Vandré e Fernando Lona estavam na cidade de Penápolis, interior de SP, onde encontraram sossego para compor esta linda canção.

No livro A era dos festivais, de Zuza Homem de Mello, lançado em 2010, temos o seguinte relato a respeito de Porta Estandarte: “O engenhoso esquema da canção que fizeram, consiste em ter a mesma sequência harmônica para duas melodias diferentes, a primeira cantada pelo homem, a segunda pela mulher. Ambos cantam sozinhos e depois repetem suas partes, encaixadas uma na outra, pois não cantam juntos, ao mesmo tempo. É o que se chama de cânone. Apenas a frase final, com a mesma melodia, é cantada em uníssono pelos dois, causando grande efeito, que pode se multiplicar se repetido várias vezes”.

Deste modo, quando se apresentaram, Airto cantava “Olha que a vida é tão linda e se perde em tristezas assim/Desce teu rancho cantando...” na primeira parte. Depois, Tuca cantava a segunda parte “Eu vou levantando a minha vida enfim/Cantando e canto sim...”. Na repetição vem o cânone, com os dois cantando ao mesmo tempo. O final vira uma apoteose, com ambos cantando e repetindo várias vezes o verso “na avenida girando/estandarte na mão pra anunciar”. Esse contraponto fez o público aplaudir a música antes de seu final. E não deu outra, primeiro lugar para Porta Estandarte.

Infelizmente, não encontrei uma gravação da apresentação dos dois cantando no festival e a dupla que apresentou a música no festival, acabou não a gravando, cabendo, então a Geraldo Vandré a gravar com Tuca, por exigência da gravadora, a Chantecler. Aqui temos o áudio original, de 1966 de Geraldo Vandré e Tuca (https://youtu.be/CSaXxblfQ5k). Percebam Vandré cantando a primeira parte e Tuca, a segunda.

Prestem atenção na linda voz que tinha Valeniza Zagni da Silva, a Tuca, que morreu em 1978, aos 33 anos, em decorrência de parada cardíaca, provocada por sucessivos regimes de emagrecimento.

Dalva de Oliveira, a rainha da voz brasileira, também gravou essa música em 1966 no disco A cantora do Brasil (https://youtu.be/fzr26XO_x6g), ouçam.

Fernando Lona, autor da música, junto com Vandré, também a gravou, em seu único disco solo, lançado em 1977, chamado Cidadão do Mundo (https://youtu.be/xTXm1zVXkkU).

Infelizmente a parceria entre Geraldo Vandré e Fernando Lona não continuou, com cada um seguindo seu rumo. Fernando faleceu em 1977 em um acidente numa rodovia próximo a Curitiba.

Bem, agora vamos ouvir a música na íntegra na versão que ficou mais conhecida, gravada em 1966, por Geraldo Vandré, em seu disco Cinco anos de canção (https://youtu.be/GuzGYBcH2C0). Aqui ele canta com os violões de Theo e Heraldo e a participação de um coro.

Porta Estandarte fala de esperança e convida o povo a sair às ruas, cantando, com fé na volta da felicidade, seguindo o desfile com a porta estandarte na frente.

E pede: deixa que a tua certeza se faça do povo a canção/Pra que teu povo cantando teu canto ele não seja em vão.

É, a esperança não pode ter fim, diferente deste episódio que vai ficando por aqui.

Este é o podcast Música da Alma e eu sou Carlos Biella e a produção, edição e apresentação são minhas e a parte gráfica fica por conta do Hugo Biella.

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Música da Alma, um podcast para te provocar emoções.

Hoje falamos sobre a música Porta Estandarte de Geraldo Vandré e Fernando Lona. Espero que tenham gostado.

A música fala que os ideais, para serem alcançados, muitas vezes, exigem sacrifícios e sofrimento, e que um dia isso irá findar. E nesse dia, que eu vivo pra cantar, estaremos todos na avenida girando, estandarte na mão pra anunciar.

Fiquem todos em paz e até o nosso próximo episódio.


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